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BEATRICE GILINSKY • CALIFORNIA

- Jack, atende o telefone. - Falo enquanto me mexia na cama.

- É o seu. - Fala e me entrega o celular.

Atendo logo sem nem ver quem é, eu só queria que aquele barulho parasse logo. Demorei alguns dias pra conseguir dormir, e quando consigo, o toque do meu celular me acorda.

- Alô. - Falo sonolenta.

- Oi mãe, tudo bem? - Ouço a voz de Isaac do outro lado da linha.

- ISAAC? - Grito, logo despertando. Vejo o Jack tomar um susto. - ONDE VOCÊ ESTÁ?

- Eu estou bem, mãe. Só liguei pra te avisar que estou vivo e que você não precisa se preocupar. Mas me diz, como você está?

- Estamos bem, mas... onde você está? - Pergunto chorando e desesperada. Dessa vez não era um sonho.

- Eu estou bem. E que bom que estão bem, fico feliz. - Fala. - Eu amo muito você, tá bom? Nunca se esqueça disso.

- Eu também te amo muito meu amor... por que você não volta? - Pergunto chorando.

- Demorei para ligar, mas liguei. Já estou com saudade, logo logo nos veremos. - Fala, ignorando minhas perguntas. - Tchau, eu te amo muito. - Fala e desliga.

- NÃO ISAAC, PERAI! - Grito, mas já é tarde demais.

O Jack me olhava assustado, agora ele tinha certeza que não tinha sido um sonho.

- Era o Isaac. - Falo chorando.

- O que ele disse? - Pergunta.

- Ele disse que ligou pra dizer que está vivo e bem. Eu perguntei onde ele está mas ele não respondeu. - Ele me puxa para seu colo e eu me aconchego ali. - Por que será que isso está acontecendo? - O olho com lágrimas nos olhos.

- Eu não sei, meu amor. - Fala enquanto fazia carinho no meu cabelo. - Acho que temos que passar por isso para ter algo bom no final.

- Rastreia o número.

- Oi?

- Rastreia o número! Assim, podemos ver de onde ele está ligando e sabemos onde ele está! - Falo e me levanto.

- Boa ideia Beatrice! - Me dá um selinho e levanta correndo. - Vou pedir para o Sammy me ajudar.

Meu Jesus, o que acabou de acontecer? Juro que não entendi nada. O nervoso por ele não dizer onde está e o alívio por ele dizer que está bem, é isso que eu sinto no momento.

- Bea, liguei pra ele e ele disse que não conseguiu achar porque o número é privado. - Fala desanimado.

- Eu nem vi na hora que atendi. - Falo. - Era pra eu ter visto.

- Ele deve ter ligado de alguma cabine telefônica. - Fala. - Isso tudo está muito estranho. Eu ainda vou desvendar isso tudo. - Se senta na cama e passa a mão pela nuca. - Aceita ser meu Dr. Watson?

- Que?

- Sherlock Holmes, Dr. Watson... não é possível, Beatrice. - Fala.

- Eu conheço a história, caralho. E eu aceito sim. - Falo. - Precisamos e vamos saber o que está acontecendo. Qual será o primeiro passo que daremos?

- Não sei... temos que pensar como o Isaac pra saber o que levou ele a fazer tal ato. - Se levanta e anda pelo quarto. - Precisamos pensar com calma.

- O último lugar que ele esteve foi na escola. - Falo. - O que acha de irmos até lá?

- Boa ideia. - Fala. - Mas vamos agora?

- Vamos sim. - Me levanto.

Tomo um banho rápido e saio do banheiro de roupão, pego uma roupa qualquer no armário e visto. Desço as escadas e o Alex e a Luna já estavam tomando café na cozinha.

- Ouvimos a gritaria mas preferimos não subir. O que aconteceu? - O Alex pergunta.

- O Isaac ligou pra mim. - Falo.

- Sério?

- Sim. - Falo tentando parecer mais natural possível, por conta da Luna.

- O intercâmbio dele deve estar muito bom. - O Alex fala.

- Mas vocês não disseram que tinha um... um negócio que... não podia sair de casa, nem ir no jardim? - A Luna pergunta. Eu tinha esquecido completamente dessa história que inventamos. Olho pro Alex desesperada.

- Nós mentimos porque queríamos fazer uma surpresa. O Isaac está estudando fora, o que se chama intercâmbio. - O Alex contorna a situação. - Agora que ele já chegou, está tudo certinho, que podemos contar pra você.

- Ele está estudando aonde? - Pergunta.

- Na... na Inglaterra. - O Alex me olha.

- Que legal, espero que ele esteja se divertindo bastante. E estudando também.

- Também esperamos o mesmo. - Falo. - Vou precisar sair agora, vou na escola do Isaac para resolver algumas pendências do intercâmbio junto com o pai de vocês. - Me levanto.

- Tudo bem, mamãe. - A Luna diz.

- Sua professora logo chega, o Alex irá recebê-la e você estudará com ela. - Falo e logo lembro da história fictícia que eu havia inventado que foi desmentida por mim mesma sem querer. - Vamos testar o estudo em casa, talvez seja bom pra você, ok?

- Ah, mas eu gosto da escola. - Fala.

- Eu entendo amor, mas temos que dar chance aos outros meios de estudo também. Vai que você se adapta melhor? - Beijo a testa de cada um. - Precisamos ir, já já estamos de volta.

- Tchau. - Falam em uníssono.

ᴍᴀғɪᴀ 3 ✦ ᴊᴀᴄᴋ ɢɪʟɪɴsᴋʏOnde histórias criam vida. Descubra agora