ISAAC GILINSKY • CALIFORNIA
A festa foi muito boa, teve bastante comida e eu ainda levei pra casa duas sacolinhas, uma pra mim e uma pra minha irmã. Mas obviamente eu não vou dar pra ela porque ela não foi na festa, não conhece o aniversariante e cara... veio fini. Ela não vai ver nem a cor dessas sacolas.
Paro de pensar um pouco e desço do carro e entro na escola. Aquela mulher loira segue me olhando, já faz duas semanas que ela fica me observando, e toda vez que eu a olho de volta, ela desvia o olhar ou foge. Vou tirar isso a limpo hoje, vou falar com ela pra ver qual é a dela.
Coloco minha mochila na sala e saio, vou para o refeitório para encontrar a Sarah.
- Oi, você é o Isaac, né? - Uma das meninas do grupo que fica olhando torto para a Sarah vem até mim.
- Sou sim. Por quê?
- Somos da mesma turma de química e... a gente poderia fazer dupla, o que acha?
- Olha, eu já...
- Que isso, todas nós somos amigas, elas não iriam se importar se eu não fizesse dupla com uma delas. Vamos, Isaac...
- Eu ia dizer que eu já tenho uma dupla, mas muito obrigado pelo convite. - Educado sempre.
- Ah, você já tem uma dupla? - Enrola uns fios de cabelo no dedo. - Seria a... Sarah?
- Sim.
- Ai, que chato... Você deve se sentir pressionado, não?
- Que nada. Isso nem faz sentido. - Já estou começando a me cansar dessas meninas.
- Claro que faz. Ela é uma chata, aposto que só é sua amiga por interesse. E ela vive precisando de nota em química. Veja porque não faz sentido. Por que você seria dupla de uma menina burra, numa matéria que você é extremamente bom?
- A Sarah não é burra, só não aprende as coisas rápido. E você, lave a boca pra falar dela. Isso serve para cada uma de vocês. Ela não é burra e muito menos falsa.
- Eu só queria abrir seus olhos, lindinho. Até mais tarde. - A loira sai, em seguida, suas amigas.
Eu mereço um troço desses?
...
As duas primeiras aulas de matemática haviam acabado, agora seria a hora do primeiro intervalo. Seria a hora perfeita pra eu ir até aquela mulher. Vou até o portão da escola e arquiteto a melhor forma de pular o muro, já que o portão só abre na hora entrada e na saída.
- O que está pensando em fazer? - A Sarah pergunta, me assustando.
- Já comprou seu lanche? - Tento mudar o assunto.
- O que está pensando em fazer? - Ela pergunta novamente, mas dessa vez, falando um pouco mais devagar.
- Eu... preciso fazer uma coisa. E essa coisa envolve sair da escola. - Falo.
- O que é?
- Eu não posso falar agora, preciso sair pra ter a certeza. - Falo. - Por favor Sarah, não conte a ninguém. Voltarei antes do segundo intervalo, ou durante.
- Toma cuidado, cabeça de vento. Olha só, se seu pai descobrir, eu...
- Ele não vai descobrir. Só vai descobrir se você contar, já que é a única que sabe. Eu já volto e tomarei cuidado, prometo. - Subo no banco e pego impulso para pular o muro. Ainda bem que não é daqueles com arame farpado.
Vai ser rápido, eu só vou perguntar umas coisas e depois voltar. Mas, eis a questão... onde ela pode estar?
Geralmente, ela está em lugares que são perto dos que eu costumo frequentar. Já sei! A cafeteria que fica a dois quarteirões daqui. Vou andando rápido até lá, não posso perder tempo, já que não tenho muito. Tomara que ninguém sinta minha falta na sala de aula.
Atravesso a última rua e paro em frente a cafeteria. Olho por fora antes, pra ver se ela estava por lá. E ela estava, graças a Deus. Entro e ela logo me olha. Vou até o pequeno cardápio na parede e peço um pedaço de bolo de morango.
Me sento numa mesa próxima da dela e espero o garçom com meu pedido.
Assim que terminei de comer, me levantei e me sentei na mesa dela.
- Qual é a sua? - Pergunto.
- Como é que é?
- Isso mesmo, qual é sua? Eu te conheço?
- Não estou entendendo nada.
- Você acha que eu não percebo? Você me observando a todo momento, me seguindo e fugindo? - Ela não diz nada. - O que você quer? Quer coletar informações e me sequestrar depois? Não faça isso, você vai se ferrar muito com meu pai. - Assim que falo do meu pai, ela sorri de canto.
- Ah é? O que o senhor Jack Gilinsky vai fazer? Vai colocar os capangas dele atrás de mim? - Fala ironicamente.
- Perai, como você conhece meu pai? - Pergunto nervoso. Sabe aquela sensação de medo de morrer a qualquer momento? Estou sentindo ela agora.
- Eu sou sua mãe, Isaac. - Fala.
- Danielle?
- Sim, a própria.
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ᴍᴀғɪᴀ 3 ✦ ᴊᴀᴄᴋ ɢɪʟɪɴsᴋʏ
Fanfic+ jfg || Narrada nos pontos de vista de Isaac, Beatrice e Jack Gilinsky, a continuação da história dessa família, mas dessa vez, confissões e casos virão à tona. Manipulações, decepções e revelações, tudo ao mesmo tempo, para a mesma pessoa. Como se...