Namjoon disse que iria até a livraria no final de semana. Preferi não falar que não abriríamos, até porque eu estaria lá do mesmo jeito. Na tarde de sábado, enquanto tomava uma xícara de café, o visor do telefone se acendeu indicando uma nova mensagem.
Namjoon: Acho que cheguei tarde.
Equilibrei a colher do café entre os lábios enquanto tentava digitar uma resposta.
Me: O que aconteceu?
A resposta veio em segundos.
Namjoon: A livraria já está fechada. Desculpa, eu deveria ter especificado que só viria à tarde.
Meus olhos se arregalaram. A colher caiu da minha boca e eu corri para o andar de baixo. Namjoon estava colocando o celular no bolso quando me apressei para abrir a porta. Com o barulho, ele olhou surpreso pra mim.
- Oi. - falei sorrindo e tentando manter a respiração equilibrada depois de quase voar pela escada.
- O que você está fazendo aí? - ele perguntou genuinamente intrigado.
- Ahn... Esperando você?
Ele piscou algumas vezes como se interpretasse a informação.
- Ah é... - ele sorriu. - Você não precisava esperar. Poderia estar em casa a essa hora.
- Na verdade eu moro aqui - ele voltou a parecer confuso. - Andar de cima. - indiquei com o polegar.
- Você mora em uma livraria? Estou com inveja.
Foi impossível não rir. Naquele momento uma lufada de vento se chocou contra nós e percebi que estávamos no frio. Puxei Namjoon pela mão e fechei a porta. Quando me virei para ele novamente, em sua mão estava o livro de poesias.
- Você me empresta mais um - ele sacudiu o livro - e eu digo o que fazer para cuidar do bonsai.
- Eu já ouvi essa promessa antes... - ele comprimiu os lábios sabendo ao que eu me referia.
Fui até a estante onde ficavam os livros de poesias. Eu tinha lido quase todos que estavam ali. Assim que novas encomendas chegavam, eu pegava o primeiro livro da caixa para ler.
Estiquei a mão e peguei um dos meus favoritos, já o tinha lido inúmeras vezes.
- Sister Luna... - Namjoon analisou assim que entreguei a ele, pegando o outro de volta. - Poemas de amor, vida e família. - Ele leu a parte de trás do livro.
- Talvez você leia esse em apenas um dia.
Ele olhou ao redor como se buscasse por algo.
- Tudo bem pra você se eu sentar ali para ler? - ele indicou uma poltrona com a cabeça.
Tínhamos três delas espalhadas pela livraria. Em outra época, haviam várias e a loja se tornava quase uma biblioteca. O senhor Woo tinha algumas fotos desses momentos, pregados na parede na entrada da livraria.
Eu afirmei com a cabeça e ele deixou a bolsa de pano que carregava, em cima da poltrona.
- Mas antes, eu gostaria de ver o quão ruim está seu bonsai.
Havia diversão em seus olhos e eu tinha certeza que ele sabia como realmente estava.
- Digamos que ele está... muito bem. - eu disse.
- Então não precisa de mim.
- Preciso sim. - minha voz saiu mais aguda do que gostaria. Limpei a garganta. - Quer dizer, eu busquei algumas coisas na internet, mas talvez você tenha dicas mais precisas.
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The Bookstore
FanfictionMorando a dois anos na Coréia, Aimy passava o tempo entre o trabalho, em uma livraria, durante o dia e os estudos durante a noite. Seu maior objetivo era prosperar a pequena livraria do senhor Woo e reavivar os dias de glória do estabelecimento, par...