Capítulo 3

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Namjoon disse que iria até a livraria no final de semana. Preferi não falar que não abriríamos, até porque eu estaria lá do mesmo jeito. Na tarde de sábado, enquanto tomava uma xícara de café, o visor do telefone se acendeu indicando uma nova mensagem.

Namjoon: Acho que cheguei tarde.

Equilibrei a colher do café entre os lábios enquanto tentava digitar uma resposta.

Me: O que aconteceu?

A resposta veio em segundos.

Namjoon: A livraria já está fechada. Desculpa, eu deveria ter especificado que só viria à tarde.

Meus olhos se arregalaram. A colher caiu da minha boca e eu corri para o andar de baixo. Namjoon estava colocando o celular no bolso quando me apressei para abrir a porta. Com o barulho, ele olhou surpreso pra mim.

- Oi. - falei sorrindo e tentando manter a respiração equilibrada depois de quase voar pela escada.

- O que você está fazendo aí? - ele perguntou genuinamente intrigado.

- Ahn... Esperando você?

Ele piscou algumas vezes como se interpretasse a informação.

- Ah é... - ele sorriu. - Você não precisava esperar. Poderia estar em casa a essa hora.

- Na verdade eu moro aqui - ele voltou a parecer confuso. - Andar de cima. - indiquei com o polegar.

- Você mora em uma livraria? Estou com inveja.

Foi impossível não rir. Naquele momento uma lufada de vento se chocou contra nós e percebi que estávamos no frio. Puxei Namjoon pela mão e fechei a porta. Quando me virei para ele novamente, em sua mão estava o livro de poesias.

- Você me empresta mais um - ele sacudiu o livro - e eu digo o que fazer para cuidar do bonsai.

- Eu já ouvi essa promessa antes... - ele comprimiu os lábios sabendo ao que eu me referia.

Fui até a estante onde ficavam os livros de poesias. Eu tinha lido quase todos que estavam ali. Assim que novas encomendas chegavam, eu pegava o primeiro livro da caixa para ler.

Estiquei a mão e peguei um dos meus favoritos, já o tinha lido inúmeras vezes.

- Sister Luna... - Namjoon analisou assim que entreguei a ele, pegando o outro de volta. - Poemas de amor, vida e família. - Ele leu a parte de trás do livro.

- Talvez você leia esse em apenas um dia.

Ele olhou ao redor como se buscasse por algo.

- Tudo bem pra você se eu sentar ali para ler? - ele indicou uma poltrona com a cabeça.

Tínhamos três delas espalhadas pela livraria. Em outra época, haviam várias e a loja se tornava quase uma biblioteca. O senhor Woo tinha algumas fotos desses momentos, pregados na parede na entrada da livraria.

Eu afirmei com a cabeça e ele deixou a bolsa de pano que carregava, em cima da poltrona.

- Mas antes, eu gostaria de ver o quão ruim está seu bonsai.

Havia diversão em seus olhos e eu tinha certeza que ele sabia como realmente estava.

- Digamos que ele está... muito bem. - eu disse.

- Então não precisa de mim.

- Preciso sim. - minha voz saiu mais aguda do que gostaria. Limpei a garganta. - Quer dizer, eu busquei algumas coisas na internet, mas talvez você tenha dicas mais precisas.

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