Capítulo 16

940 121 76
                                    

NAMJOON.

Eu corri por todo o aeroporto. Passei por cada companhia aérea que tinha voo com destino aos Estados Unidos, mas todas as partidas tinham saído a mais de uma hora. Enquanto passava pelas filas de check-in, tinha a esperança de encontrar o rosto de Aimy entre a multidão. Não me preocupei em ser reconhecido e talvez isso tenha me ajudado ao pedir que buscassem o nome dela entre os passageiros dos voos. E eles acharam, em um voo que tinha partido quarenta minutos antes que eu tivesse chegado ao aeroporto.

Não havia mais nada que eu pudesse fazer. Ela tinha ido embora e era inevitável não sentir o vazio que isso causou.

Alguns fãs me cercaram mas eu não conseguia responder, continuei caminhando em direção ao estacionamento e entrei no carro de Jun-Seo, deixando o grupo batendo no vidro, do lado de fora.

Coloquei o cinto de segurança em silêncio e ele acelerou com o carro para que saíssemos de lá. No meio do caminho Jun-Seo perguntou se eu gostaria de ir para o Jardim botânico de seu pai, que agora estava fechado para obra. Mas por mais que eu amasse aquele lugar e o usasse para espairecer, eu tinha criado lembranças com Aimy naquele jardim. Especialmente no deque do lago.

Jun-Seo me deixou em casa. No meu apartamento. Eu precisava de um tempo sozinho e sabia que encararia os sermões de todo mundo mais cedo ou mais tarde.

Assim que abri a porta, desejei ter ido para outro lugar. Ela também estava ali, seu perfume ainda estava ali, os móveis que ela organizou onde antes havia um espaço vazio, as coisas que ela providenciou para que o apartamento tivesse mais cara de casa do que antes. Nunca me importei do apartamento ficar sem nada, mas agora, mesmo cheio de móveis ele e eu, estávamos vazios.

Peguei meu celular e fui até minha conversa com Aimy. Eu ainda estava bloqueado, então nada que eu quisesse dizer seria visto. Mas o que você quer dizer agora que não deveria ter sido dito antes? Eu pensava.

Então eu fui até a estante de livros e peguei alguns. Os apoiei na mesa de centro da sala e me sentei no chão. Entrei no Vlive e cliquei para iniciar.

AIMY.

Foram mais de vinte horas de voo, fora todas as escalas que precisamos fazer. Eu estava exausta e nem sabia ao certo que dia ou hora eram. Assim que cheguei ao LAX, encontrei meus pais na saída do desembarque. Naquele momento pareceu muito bom estar de volta.

Depois de longos abraços eles me ajudaram a pôr as malas no carro e durante o trajeto me contaram o que seria uma surpresa.

- Compramos uma fazenda, Aimy. Você vai gostar de lá. - disse minha mãe se virando para mim e sorrindo.

Desde que os dois finalmente se aposentaram, alimentavam a ideia de ter uma fazenda e animais.

- Não tem muito sinal por lá e também não solicitamos nenhum provedor de internet. Isso é um problema? - meu pai perguntou sem tirar os olhos da estrada.

- Acho que não. Sinto que preciso me desconectar por um tempo.

- Isso é bom. - ele sorriu.

Levamos um tempo até chegarmos à propriedade e assim que paramos na entrada, pude ver a extensão da fazenda.

- Mas isso tudo é...

- Seu pai não tem muita noção Aimy, você sabe. - disse minha mãe e eu ri.

- Eu não trabalhei a vida inteira para comprar meio metro de terreno. Aqui é tão extenso que precisamos de quadrículos. Ou de tratores.

- Você comprou um trator? - perguntei olhando para ele que me lançou um sorriso culpado. - Pai...

The BookstoreOnde histórias criam vida. Descubra agora