Capítulo 17

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SEGUNDA PARTE

NAMJOON

Os membros e a equipe da empresa me olhavam como quem não acreditasse em nada do que eu havia acabado de falar. Estávamos sentados em uma mesa extensa, na sala de reuniões, especialmente para aquele momento.

- São 21 meses, Namjoon. - disse Jin.

- Eu sei. - afirmei.

Eles se entreolharam e eu sabia que haviam entendido que não havia volta. Eu já tinha feito meu alistamento e tinha sido convocado. Fiz isso três meses depois que Aimy foi embora e não demorou muito para que me chamassem.

- É isso que você chama de resolver as coisas? - perguntou Yoongi.

- Eu já resolvi as coisas. Mas elas não acabaram como eu queria. - apertei os lábios para conter o nervosismo. - Eu só quero focar em outra coisa agora.

Yoongi não me encarou enquanto fazia um sinal positivo com a cabeça.

- Bom, então precisamos fazer um aviso formal e rever todas as agendas. - disse alguém da equipe.

Aos poucos todos foram se levantando e saindo da sala, até que sobrasse apenas eu e Jin. Ele me encarava tão seriamente que não fui capaz de soltar uma palavra.

- Eu não acho que você deve ficar se martirizando por tudo. Você fez o que estava ao seu alcance e mesmo que tardio, limpou a sujeira que fez.

Jin se encostou na cadeira e descansou as mãos cruzadas sobre a barriga.

- Se esses quase dois anos te farão melhor, te ajudarão a pensar, então você tem meu apoio. - ele se levantou e caminhou até mim colocando a mão em meu ombro. - Traga de lá um Namjoon pronto para encarar um novo capítulo, porque algo me diz que essa história ainda não acabou.

AIMY

Foram meses de mensagens enviadas do banheiro, até que eu pudesse convencer meus pais que o mínimo de sinal de internet faria bem a todos nós.

Nos primeiros meses, recebi a notícia de que Namjoon estava cumprindo seu tempo de alistamento militar, através de uma ligação que fiz com Yoongi. Depois de saber, eu não dormi direito por alguns dias. Eu me sentia angustiada em não saber como estava sendo a experiência dele em algo tão novo e apesar de tudo, era inevitável não me preocupar.

Os meses se passaram e um ano e seis meses depois, meu contato com os meninos foi um pouco reduzido devido aos esforços enormes deles de manter a agenda, mesmo sem Namjoon.

Eu também me dediquei a pensar em mim e arrumei um emprego na área de marketing de uma grande editora da América, trabalhava de casa e tinha a oportunidade de ajudar meu pai com os cavalos. Eu raramente pensava no passado e de como ele me afetou. Aos poucos meu pânico de perseguição se tornou praticamente inexistente e eu me sentia livre para existir novamente. Minhas redes sociais foram descobertas e para minha surpresa eu recebi muito carinho dos fãs, após a live de Namjoon. Mesmo assim eu me privei da exposição e raramente fazia uma postagem.

Durante a manhã do final de semana, me levantei cedo para cuidar dos cavalos. Enquanto limpava a baia, minha cabeça pensava em inúmeras coisas. Naquela noite eu havia sonhado com Namjoon e tinha sido a primeira vez desde a minha volta.

- No que está pensando? - A voz do meu pai me fez dar um pulo.

- Pelo amor de Deus, pai! - eu o repreendi enquanto ele se matava de rir e eu colocava a mão no peito para ter certeza de ainda ter um coração.

- Você está muito longe daqui... - ele disse, se sentando em um bloco de feno. - Na Coréia, talvez?

Eu estava de costas e fechei os olhos ao ouvir a frase. As vezes eu gostaria que ele me conhecesse um pouco menos.

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