Capítulo 23

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Quando Hye entrou, ficou surpreso ao encontrar Namjoon sentado no sofá. Os dois apenas se deram um sorriso e um aceno de cabeça. Hye nem mesmo quis sentar, então fiquei de pé também.

- Olha... - ele disse tirando alguns papéis da bolsa e me entregando. - parece que Kwon Seok-Gi acrescentou cláusulas no contrato.

- Como assim? - perguntei, folheando os documentos.

- Ele me apresentou essa nova cláusula onde diz que em caso de falecimento de um dos sócios, o outro ficaria com cinquenta por cento mais um de sócio administrador.

- E isso quer dizer...

- Quer dizer que ele ainda tem muito poder sobre a livraria. Ele não pode fazer nada sem te consultar, mas você também não pode mover um livro lá dentro sem ter a concordância dele. De alguma forma ele conseguiu a assinatura do senhor Woo nesse documento. Eu não posso provar, mas tenho certeza de que ele convenceu o senhor Woo de que se tratava de outra coisa.

- E qual é a notícia boa?

- Essa é a boa.

Meus olhos se arregalaram quando saíram dos documentos em direção a Hye.

- A notícia ruim é que ele deixou bem claro que tem planos de vender a porcentagem dele para alguma companhia. O que significa que alguma empresa pode tomar o lugar na sociedade e tentar transformar a livraria em alguma franquia...

- Mas pra isso eles precisam da minha autorização, não é?

 - Em teoria, sim.

Tive vontade de jogar os papéis para o alto, mas apenas os bati na lateral da perna, tentando conter a raiva.

- Por que esse documento não estava com os outros? - Namjoon perguntou.

- Acho que a intenção dele era usar como uma cartada. Como agora.

- Mas isso poderia estar em sigilo? Como advogado, é esperado que você busque essas informações.

- Ahn... - eu tentei intervir.

- Como um Idol, você não sabe sobre nenhum processo que é feito para identificar isso. Eu sou o mais interessado em dar a Aimy o que é dela por direito.

- Não parece...

- Tá bom, já chega! - repreendi os dois. - Isso tá indo longe demais.

Então os dois desviaram o olhar um do outro.

- Hye, vou precisar de você mais tarde, mas já pode ir. - eu disse e ele concordou. - Namjoon pode ir também.

- Mas eu achei...

- Quer que eu chame um táxi?

Ele negou com a cabeça e ficou observando enquanto levei Hye até a porta. Assim que fechei a porta, senti a presença de Namjoon atrás de mim.

- Posso ficar? - ele perguntou.

- Depois dessa cena toda? - me virei para olhá-lo.

- Desculpa, jagiya. Eu fiquei... - ele limpou a garganta como se estivesse desconfortável com o que ia dizer. - com ciúmes.

- Não me diga...

- A gente pode só continuar de onde parou? Você por cima...

- Namjoon! - Eu o empurrei levemente para passar por ele.

Fui até a cozinha pegar um copo de água e ele me seguiu, escorando o corpo no batente da porta e cruzando os braços. Eu queria poder pensar a respeito do que Hye disse e dar a devida importância, mas Namjoon estava ali, depois de tanto tempo.

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