Capítulo 5

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O fato de Namjoon não dirigir não era de todo mal. Por esse motivo, voltamos para casa juntos, no banco de trás.

Antes de o carro de vidros escuros aparecer para nos levar para casa, ele preparou uma cesta com tudo que eu precisaria para manter o bonsai vivo. Também fez questão de preparar ele mesmo um buquê, que foi montado com praticamente todas as flores que ele encontrou pelo caminho e amarrou com uma fita verde. Enquanto tentava amarrar, se atrapalhou diversas vezes com o laço que queria fazer e no final, precisou da minha ajuda.

Quando o carro chegou, nós fomos juntos para dentro da casa em busca dos nossos pertences. Namjoon gentilmente me ajudou a colocar o sobretudo nos ombros e quando eu já estava o vestindo, ele segurou cada lado da peça e me puxou para que ficássemos perto o suficiente para me roubar um beijo.

Ele fez isso diversas vezes.

Durante todo o tempo ele não perdia as chances que tinha de segurar a minha mão, nem mesmo dentro do carro.

- Você vai subir? - perguntei antes mesmo de chegarmos a livraria.

Namjoon segurava minha mão em seu colo, com suas duas mãos em cima da minha. Negou com a cabeça sorrindo levemente.

- Eu preciso voltar para casa. - ele justificou.

- Tudo bem. - eu disse passando o polegar da mão livre na pequena covinha que se formava em seu rosto.

Durante o restante do trajeto, permanecemos assim. Entre olhares e carícias de quem quase não acreditava que estava ali, vivendo aquilo.

Quando o carro estacionou em frente a livraria e nós precisávamos nos despedir, eu tive ainda mais certeza que não queria sair dali. Ele ficou olhando pela janela do carro até que eu estivesse subindo as escadas para ir pra casa.

Quando entrei, deixei as flores em um vaso perto da estante e me certifiquei de que os utensílios do bonsai estariam perto dele.

No dia seguinte Sun apareceu com uma pilha de livros nos braços para que pudéssemos estudar juntas.

Ela estreitou os olhos quando notou as flores no vaso.

- Isso é novo... - ela tinha um tom investigativo na voz, que mesmo não sendo uma pergunta, esperava por uma resposta.

- Como assim?

- Flores. Você gosta de mato. Essas coisas verdes e tal. - disse ela apontando para as plantas espalhadas pelo ambiente. - Mas flores coloridas... Quem deu?

Eu não me surpreenderia se o FBI chamasse a Sun para trabalhar com eles.

- Só porque normalmente eu não tenho flores em casa, não quer dizer que eu não possa querer tê-las em algum momento.

Ela abriu um sorriso malicioso enquanto mesclava com uma expressão de surpresa.

- Você é uma péssima mentirosa. - ela riu. - Bom, seja lá quem for, uma hora você vai me contar.

Eu revirei os olhos por não conseguir esconder nada dela.

Estudamos até o final da tarde, quando fomos juntas até um café no centro da cidade. Ficamos sentadas do lado de dentro do café, até que alguém se aproximou da nossa mesa e apoiou a palma das mãos sobre o tampo. Por mais que me embrulhasse o estômago, eu reconhecia aquela presença.

- Chai Latte com uma pitada a mais de pimenta. - meus olhos correram para a voz e o sorriso presunçoso estava lá como sempre.

Minhas mãos apertaram a caneca até sentir o quente doer. Ele só poderia ser muito estúpido por vir até mim e puxar assunto usando o que poderia ser a única coisa que decorou sobre mim.

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