Quase vinte minutos depois havia duas viaturas da polícia e uma ambulância do lado de fora da livraria. E curiosos. Enquanto a polícia coletava os depoimentos e acusações, Sun disse aos policiais que ela mesma havia dado os socos em Jun-Seo. Tirando a culpa de Namjoon.
Jun-Seo tentou acusar Nam a todo custo, mas ele não tinha provas e até mesmo Seo-Jun não estava do lado dele, após descobrir que ele havia usado sua irmã no plano.
- Você também vai em custódia. - disse o policial, para Sun.
- O quê? Não, ela... Ela estava se defendendo.
O policial era mais alto que eu, seu olhar superior me fitou com um ar de deboche.
- Ela confessou a agressão e disse ter chutado a porta. Eu estive lá em cima e tem uma porta toda torta, exatamente como foi dito.
- Tá tudo bem Aimy. - disse Sun sorrindo. - um rolê de viatura, queimar o réu primário... Quem nunca. - ela riu.
Senti uma mão em meu ombro e nem precisei me virar para identificar de quem era a presença.
- Não precisa se preocupar. Um advogado vai estar te esperando lá. - disse Namjoon e Sun fez uma reverência em agradecimento, antes de ser levada para o carro da polícia.
Abracei meus próprios braços enquanto olhava aquela cena. Aos poucos a polícia dispersou as pessoas que tentavam olhar para dentro da loja e levaram Sun e Jun-Seo com eles. Depois que tudo pareceu mais calmo e a circulação em frente a livraria voltou ao normal, me virei para dentro da loja e então me dei conta de quem ainda havia ficado.
Namjoon e Seo-Jun.
Os dois abriram a boca como se fossem iniciar uma fala, mas pararam imediatamente e se olharam. Seo-Jun ficou levemente intimidado, mas desviou o olhar e se voltou para mim.
- Aimy... - ele iniciou. - eu já errei com você uma vez. Não quero fazer isso novamente. Mas mantenha o seu... - ele gesticulou em direção a Namjoon, sem olhar para ele. - longe da minha irmã.
Então ele passou por mim com pressa e saiu da livraria, deixando apenas o som do sino da entrada, reverberando. Os segundos seguintes pareceram uma eternidade, enquanto meus olhos fitavam o chão. Eu não sabia ao certo como agir, o que falar ou pensar. Ao passo que tudo estava esclarecido, eu me sentia perdida.
- Acho que preciso ir. - disse Namjoon.
Eu não esperava que ele quisesse ir, mas não julgava. Mas então lembrei o que meu pai falou a respeito de poder ouvi-lo quando tivesse essa oportunidade.
- Você não disse que veio atrás de mim? - indaguei.
Namjoon não conseguiu esconder a expressão de surpresa, mas mesmo assim afirmou com a cabeça.
- Então... - eu me aproximei. - o que você quer, exatamente, comigo?
- Conversar. Acho que primeiro, nós precisamos conversar.
- Nós temos muito pra conversar. - eu disse. - Mas não acho que aqui seja confortável o suficiente.
Peguei minhas chaves do bolso e fiz sinal para a porta.
- Preciso verificar SUGA. Você quer vir comigo?
- Quero.
Nós dois saímos da livraria e seguimos em silêncio pela rua, até chegar em frente a minha casa. Quando nos dirigimos para a porta, por algum motivo, olhei ao redor procurando por uma possível pessoa, ou fotógrafo.
- O que houve? - Namjoon olhou ao redor sem saber o que procurava.
- Desculpa, esqueci de dizer para você esconder o rosto antes de vir.
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The Bookstore
أدب الهواةMorando a dois anos na Coréia, Aimy passava o tempo entre o trabalho, em uma livraria, durante o dia e os estudos durante a noite. Seu maior objetivo era prosperar a pequena livraria do senhor Woo e reavivar os dias de glória do estabelecimento, par...