Durante quatro dias eu arrumei todas as pendências para que pudesse iniciar finalmente a minha vida na Coreia. Hye providenciou inúmeros papéis para oficialização do visto e agilização dos trâmites de herança. Por duas horas eu fiquei assinando meu nome em incontáveis documentos, até que minha letra começasse a se parecer com a de uma criança do primário.
- Eu avisei ao advogado do senhor Kwon Seok-Gi que faria uma visita amanhã. - Hye disse, bebendo um gole do café que eu havia feito para nós. - Mas não disse que você vai comigo.
- Mas é um problema?
- Não. - ele disse empurrando o óculos, que usava para ler os documentos, para ajustar no rosto. - Eu só acho que eles pensam que você vai desistir de tudo.
- Mas ele assinou um documento concordando em me dar os 90% após a morte do senhor Woo, não?
- Uhum... - ele bebeu mais um gole do café.
- Acha que ficarão surpresos em me ver?
- Uhum... - disse sacudindo a cabeça. - e eu gostaria muito de conseguir arrancar os outros 10% deles e dar a você.
Quando estava prestes a perguntar a Hye o motivo por não gostar dos Kwon, a campainha da casa tocou. Nós dois nos olhamos, porque aparentemente não estávamos esperando ninguém. Fui até a porta e abri, dando de cara com nada. Olhei então para o chão e havia um gato branco de coleira, olhando para mim. SUGA.
Segui com os olhos a direção da corda que o segurava e, encostado na parede da casa estava Jimin. Assim que nos olhamos, ele me deu o sorriso mais largo que eu já tinha visto.
- Jimin-Ah!! - Fui até ele e o abracei, depois de pegar SUGA no colo.
- Aimy-Ya!
Seus braços me apertaram forte, até que SUGA miasse alto o suficiente em descontentamento, nos fazendo rir.
Puxei Jimin para dentro e assim que entramos ele paralisou por um segundo.
- Ah, eu não sabia que você...
- Tá tudo bem. - eu disse colocando o gato no chão. - Jimin, esse é Hye, o advogado do senhor Woo que está me ajudando no momento.
Os dois se curvaram e apertaram as mãos. Hye pareceu um pouco desconcertado com a presença de Jimin e pouco tempo depois já estava de saída.
- Você deixa as pessoas nervosas, sabia? - eu disse trancando a porta depois de Hye sair?
Jimin me olhou confuso.
- Não se faça de desentendido. Você é essencialmente sedutor e ninguém escapa do seu charme.
- Aimy! - ele disse tampando o sorriso com as mãos.
Os olhos apertadinhos me fizeram sorrir.
Conversamos por muito tempo e abrimos algumas garrafas de soju que eu já havia deixado estocadas.
- Agora tudo volta ao normal... - concluiu ele, enquanto falávamos sobre a rotina dele.
- Ao normal? - perguntei.
- É, Namjoon Hyung está de volta e vamos retomar as agendas.
- Ah - eu concordei dando um gole diretamente da garrafa. - Isso é bom.
- É... - disse ele, parecendo perceber a atmosfera mudar.
- Ele está bem? - perguntei e ao perceber a surpresa de Jimin, gaguejei um pouco. - é... e-eu me refiro a saúde. Acho que o serviço militar deve cansar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Bookstore
FanfictionMorando a dois anos na Coréia, Aimy passava o tempo entre o trabalho, em uma livraria, durante o dia e os estudos durante a noite. Seu maior objetivo era prosperar a pequena livraria do senhor Woo e reavivar os dias de glória do estabelecimento, par...