Quantas vezes você já foi do céu ao inferno em apenas algumas horas?
Essa tinha sido a minha primeira vez. Nada nunca havia sido tão radical na minha vida. Nem mesmo ser traída, mexeu tanto comigo quanto entrar em um quarto de hospital e encontrar o senhor Woo desacordado. Chegar perto e tocar sua mão sem receber nenhum toque de volta, fez as lágrimas descerem tão pesadas que pareciam queimar enquanto escorriam pelo meu rosto.
Se o medo tivesse som, o meu seria o barulho quase lento da máquina que acompanhava seus batimentos cardíacos. Se tivesse forma, seria o quarto de um hospital. Toda aquela situação consumiu qualquer euforia e felicidade que eu pudesse ter. Eu não tinha mais nada do que me alegrar. Eu só sairia de lá quando ele acordasse e estivesse bem.
Nós voltaríamos para casa.
- Você precisa de alguma coisa? - perguntou a enfermeira depois de entrar no quarto para verificar os aparelhos.
Eu estava sentada na poltrona perto da cama e neguei com a cabeça.
- Eu lamento que esteja passando por isso. Nós vamos cuidar dele, mas você precisa descansar. E essa poltrona - ela gesticulou para o móvel. - Não é o que eu chamo de ideal. Fora que ele ainda não pode ter acompanhante neste quarto.
Ela tinha razão. Eu não havia levado roupas, nem mesmo tinha o carregador do celular, que já estava quase sem bateria. Eu também precisava verificar a casa do senhor Woo e como estava SUGA.
Passei as mãos no rosto tentando espantar o cansaço.
- Volte depois de amanhã. É o horário de visitas mais longo que temos. Nós iremos atualizar você sobre qualquer coisa.
- Obrigada. - eu sorri para ela que saiu logo em seguida.
Olhei para o leito e o senhor Woo não havia feito nenhum movimento desde que cheguei, fora o sobe e desce quase imperceptível de seu tórax.
- Não espere eu voltar para acordar. - eu disse chegando perto dele. Meu olhos voltaram a se encher de lágrimas. - Eu estou esperando você. Prometo que compro duas tortas e deixo você comê-las todinhas assim que sairmos daqui. Só preciso que esteja aqui comigo. Eu não posso comemorar as minhas conquistas se você não estiver ao meu lado.
Minha garganta ardeu com o choro doloroso que precisei conter, assim que fechei a porta do quarto atrás de mim.
Caminhei até a recepção e peguei os pertences do senhor Woo, que estavam com eles. Depois entrei em um táxi e fui verificar a casa.
SUGA miava desesperado na porta quando a abri. Ele circulou minhas pernas e ronronou quando o peguei no colo.
- Está tudo bem. Ele vai voltar logo. - eu disse.
Coloquei comida nova para ele e arrumei toda a casa. O senhor Woo sempre foi muito cuidadoso com suas coisas, mesmo apesar da idade. Não havia muito o que fazer ali, mas eu quis organizar para que ele não precisasse se preocupar com nada quando voltasse.
Encontrei um carregador compatível com meu celular e o carreguei. Ainda não havia nenhuma mensagem de Namjoon. Liguei a televisão e assisti ao noticiário enquanto comia um hambúrguer que pedi por delivery. Depois rodei por diversos canais antes de parar em rostos conhecidos. A única parte que ouvi da chamada foi.
"Ao vivo, amanhã, às nove horas da noite".
Então os meninos fariam uma entrevista ao vivo no dia seguinte. De imediato não consegui calcular o fuso horário e determinar que horas seria no local onde estavam, mas talvez fosse por ter inúmeros compromissos que Namjoon não havia respondido minha mensagem ainda.
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The Bookstore
FanfictionMorando a dois anos na Coréia, Aimy passava o tempo entre o trabalho, em uma livraria, durante o dia e os estudos durante a noite. Seu maior objetivo era prosperar a pequena livraria do senhor Woo e reavivar os dias de glória do estabelecimento, par...