BELLE
Arthur era realmente encantador, fez questão de me apresentar a várias pessoas da festa e sempre puxava assunto, o quê não deixava um silêncio constrangedor, jogamos tudo o quê tínhamos direito, até vôlei ele me convenceu. Então ficamos no bar conversando com Vivi e Cadu, que a cada 1 minuto trocavam saliva. O sol já tinha ido embora e a eram mais de sete da noite, e uma música começou a tocar e Arthur se animou:
- Nossa!! - balançou a cabeça animado - eu amo esse som, vamos Belle, vamos dançar - e foi me puxando para o meio do deque.
Ele começou a dançar de uma forma muito expontanea e divertida e eu o acompanhei, ríamos como duas crianças, e pegou minha mão e me girou para um lado e para o outro, eu não conseguia desfazer o sorriso. Quando a música acabou e me puxou de costas pra ele segurando minha cintura e apoiou o queixo no meu ombro:
- Não foi tão perda de tempo ficar comigo foi?
- Eu nunca disse que seria uma perda de tempo - sorri e me virei pra ele, nossas bocas estavam muito perto.
- Mas eu sei que pensou - ele intercalava o olhar entre meu olhos e minha boca.
- Talvez - disse virando pra frente e cortando nossos olhares, ele ainda me segurava a ele, então desfiz também.
- Acho que podíamos ir até lá - ele falou inclinando a cabeça na direção da praia e assenti.
Sentamos na areia, bem próximo ao mar, ficamos em silêncio apenas olhando o mar.
- Por que veio? - me perguntou sem tirar os olhos do mar e eu olhei pra ele - Quero dizer, pra Brasil, sair de lá e vir pra cá - riu - é loucura.
- Problemas familiares - disse forçando um sorriso, me virei pra frente - precisava de férias.
Ele apenas assentiu.
Só nós estávamos na praia, todos que ainda não tinham ido embora estavam no deque, olhei pra trás e vi Vivi e seu "amigo" sentados, bebendo e rindo com outras pessoas, "pelo menos ela não me deu trabalho", pensei e ri sozinha. Arthur olhou na mesma direção que e riu:
- O quê? - perguntei olhando confusa pra ele.
- Eu tive diversas oportunidades pra beijar você hoje - ele fez uma pausa e olhou pra mim - se fosse outra garota eu já teria feito isso, mas descobri que você é do tipo que prefere o momento perfeito...
- É, você diz isso pra todas aposto - interrompi ele sorrindo.
- Só para aquelas que vem de Nova York pra fugir dos pais - me olhou com um ar de vitória, eu o olhei sorrindo.
- Eu não teria te negado um beijo hoje - olhei pra ele e depois pra sua boca.
- Mas um beijo como agora em baixo das estrelas, na frente do mar você negaria? - disse intercalando os olhares de novo, e eu neguei com a cabeça.
Ele apoiou a mão direita na minha bochecha me aproximando dele, e me deu um selinho lento e calmo, separou e sorriu, então me beijou de vez, ainda de forma calma a ponto de sentir cada canto dos seus lábios, nossas línguas em sincronia e eu retribuir da mesma forma, senti sua mão apertar minha cintura e borboletas se formaram dentro de mim. Por fim, mordeu meu lábio inferior e me deu outro selinho encerrando o beijo. Sorrimos.
- Apaixonei - ele disse rindo pra mim, deu um tapa no seu ombro - o quê? - começou a rir alto e me puxou beijando de novo, um pouco mais intenso,sua mão subiu até meu pescoço e a outra desceu até minha perna, ele estava me puxando pra mais perto quando...
- ISABELLE!! - Anthony gritou da beirada do deque, me chamando com a mão, então percebi Vivi apoiada nele, completamente bêbada e balançando um copo pra mim, entendi, hora de ir.
- Então... já vou - disse né virando para Arthur, ele jogou a cabeça pra trás em frustração.
- Eu te levo pra casa depois Belle - segurou minha cintura - não vá agora.
- Vivi já está mal, vai precisar de mim acredite - me levantei fechando a camisa e tirando a areia do corpo.
- Garota difícil - se levantou tirando a areia de si também - Espero que não seja uma burocracia pra eu te ver de novo - colocou as mãos na minha cintura e puxou pra perto, eu coloquei meus braços ao redor do seu pescoço.
- Acredito que vai ser sim, mas talvez eu faça uma exceção - olhei pra ele.
- Não gosto de ficar mal acostumado Belle - mordeu os lábios me olhando.
- Pois não fique - mordi os lábios também e ele me beijou de novo, na mesma intensidade do último.
- VAMOS ISABELLE!! - dessa vez Anthony gritou muito mais alto.
Arthur revirou os olhos pra ele e me deu um selinho de despedida, corri até os irmãos e fomos pra casa.
[...]
Anthony colocou Vivi na cama, ela já estava destruída, ajeitei ela e saímos do quarto sem fazer barulho.
- Parece que se divertiu Isabelle - cruzou os braços se apoiando na parede.
- É pra isso que servem as festas não? - cruzei meus braços também.
- Achei que ia pra cuidar da Vitória, bom saber que nunca vou te contratar de babá para um filho meu - sorriu e seguiu em direção a seu quarto.
- Eu disse que sua irmã saberia o quê era uma camisinha se precisasse - dei de ombros - e não precisou. Já você não sei, quase não te vi na festa - fingi uma cara confusa - lembrou do que é uma camisinha enquanto estava com sua namorada? Afinal eu não sou uma babá muito boa - dei de ombros com deboche.
Anthony estava apoiado na porta de seu quarto, me olhou de cima a baixo e disse:
- Ah Isabelle, não diga coisas que não sabe - balançou a cabeça - já que mencionou o assunto eu não namoro... Não mais, terminei fazem 3 semanas, só que Vivi e minha mãe não sabem - deu de ombros - tanto faz já que não se davam com Alice mesmo. Agora na festa eu só estava andando com uns amigos, longe de sua vista, não precisava me procurar - riu pra mim- você estava em boa companhia né? - botou a mão sobre o peito fingindo preocupação.
Eu não tinha o que responder, apenas ergui as sobrancelhas, como uma batalha perdida fui seguindo para a escada que leva ao meu quarto então Anthony puxou minha mão, eu quase cai, mas ele me segurou e ficamos cara a cara, centímetros apenas de separação e uma sensação que eu não tinha identificado na primeira vez que ele segurou minha mão apareceu, e agora eu sabia o quê eram... Borboletas, mais intensas que as do beijo com Arthur.
- Anthony? - perguntei confusa com o jeito que ele me olhava.
- Já disse que você é muito mal educada? - ergueu uma sobrancelha, ainda segurava minha mão.
- O quê? - perguntei.
- Boa noite Isabelle - disse olhando para minha boca, então voltou para os meus olhos, com o ar de provocação.
- Boa noite... - dei uma pausa e me aproximei um pouco mais, disse sussurrando, devolvendo na mesma moeda - Anthony.
Senti aperta um pouco a minha mão, então me soltou e foi para seu quarto e eu segui para o meu novamente, sem entender essa cena que tinha vivido, o quê aconteceu?
Deitei na cama tentando entender isso. Anthony estava dando em cima de mim? Com essa pergunta na minha mente dormi.
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Um Romance de Verão
RomanceTalvez uma viagem buscando a tranquilidade não tenha saído como planejado. Isabelle veio ao Brasil em busca de sossego de seus pais controladores, mas talvez por aqui não seja tão sossegado assim; ainda mais quando ela se envolve com um surfista gat...