Arthur

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BELLE

Então eu acordei.

Estava na cadeira da piscina deitada. Nada daquilo tinha realmente acontecido, Anthony não tinha me elogiado ou me beijado, foi tudo um sonho. Estranhamente eu estava com um ar de decepção por isso, de certa forma tinha sido bom, mas não o suficiente pra ser verdade.

Levantei e entrei em casa, pelo relógio eu tinha dormido uns 40 minutos, o quê pareceram horas no sonho. Afastei esses pensamentos da minha mente, peguei uma maçã e o short que tinha deixado no sofá, coloquei e subi as escadas pro meu quarto.

Parei em frente a porta de Anthony e estava entre aberta, olhei e não tinha ninguém no quarto, "ele realmente saiu cedo então" pensei. Subi o resto das escadas e quando abri a porta do meu quarto Anthony estava abrindo a mesma pra sair dele.

- O quê está fazendo aqui? Tia Carol disse que não podia buscá-la porque não estava em casa- perguntei confusa.

- Primeiro eu moro aqui - disse como se fosse uma pergunta idiota - e segundo eu saí mas cheguei enquanto você babava na piscina.

- Eu não babo... - então percebi que estava só de toalha e com o cabelo molhado - você tomou banho aqui? - perguntei entrando no quarto, havia um rastro de pingos no chão do banheiro até onde estávamos.

- O chuveiro debaixo queimou, e esse ainda funciona pelo que está vendo - apontou para si mesmo.

- Esse é meu quarto Anthony, podia ter pedido pelo menos né - perguntei olhando p ele e levantando as sobrancelhas.

- Se não não estava trancado - ele fechou a porta atrás de mim se aproximando e logo em seguida abriu e se apoiou com a mão ao lado da porta - então eu podia entrar - sorriu mostrando suas covinhas. Eu cruzei os braços surpresa com a audácia dele.

- Você é tão...

- Lindo depois do banho? - ele passou a mão nos cabelos - eu sei não precisa dizer - ele queria me irritar.

Respirei fundo e andei até a cama.

- Feche a porta quando sair okay - pedi e mordi a maçã que ainda estava na minha mão sentando na cama.

- Claro vossa alteza - ele estava saindo quando acrescentou - a propósito, belo biquíni - sorriu e fechou a porta.

Por algum motivo o sonho voltou a minha mente, a provocação, o jeito que ele falava, o beijo... O pensamento se foi com o vibrar do meu celular, era uma mensagem, "Eii Belle", pela foto reconheci, Arthur.

[...]

Tia Carol e Vivi chegaram ao anoitecer. Estava na sala assistindo um filme e Anthony, até onde eu sabia, estava no quarto desde a hora que saiu do meu. Chegaram então cheias de sacolas de lojas e mercado, com certeza fizeram algumas paradas antes de virem realmente pra casa.

- Então fizeram uma paradinha antes de vir né - perguntei me levantando e indo até elas.

- Culpa da Caroline - disse Vivi separando suas sacolas e me entregando algumas.

- Opa! Quem quis parar primeiro no shopping foi você mocinha - disse Tia Carol levando as sacolas de mercado para a cozinha.

- Vamos fingir que é verdade - Vivi sussurrou.

- Eu ouvi - veio o eco de Tia Carol na cozinha.

- Precisa de ajuda tia? - perguntei.

- Não meu bem, mas acredito que Vitória não vá negar para guarda as roupas que ela vai usar uma vez e dizer que está batida - respondeu.

Vivi revirou os olhos e sorriu subindo a escada e indo até seu quarto, fui logo atrás com algumas sacolas que tinha me dado. Quando entramos Vitória fechou a porta e começou a tirar as coisas das sacolas.

- Comprei algumas coisas pra você - ela disse.

- O quê? - sorri pra ela.

- Presentes de aniversário adiantados - ela respondeu animada e me entregou uma sacola.

Abri e tirei um vestido preto básico com uma borboleta azul bem no meio, em seguida um moletom azul claro e por fim uma foto em polaroid, nós duas no aeroporto, no dia em que Vivi veio para o Brasil. Eu estava muito feliz com tudo, pulei em cima dela e a abracei.

- Você é a melhor - disse apertando ela.

- Você ainda nem viu o melhor.

- Você comprou mais coisas? - soltei dela.

- Talvez, mas esse só no seu aniversário - fez uma cara de convencida e eu devolvi com uma cara de cachorro abandonado, mas ela não cedeu.

[...]

Depois de arrumar os tudo deitamos na cama e ficamos olhando para o teto, apenas fazendo nada.

- Ele me mandou mensagem - disse por fim.

- Quem? - Vivi se virou pra mim confusa.

- Arthur, da festa na praia.

- Uuul! O garoto do intercâmbio, tentador - ela mordeu os lábios e deitou virada pra mim - o quê ele disse?

- Está em Angra de novo, pelo visto ele mora mesmo em "Macae" - tentei pronunciar a cidade.

- Macaé - Vivi me corrigiu rindo - é uma viagem e tanto até lá.

- Ele disse, o pai dele mora aqui e disse pra gente se encontrar.

- E você? - Vivi perguntou.

- Não respondi - dei uma risada forçada.

- E por quê? Ele não te beijou mal, não foi idiota, na minha opinião o único erro é ter demorado tanto a te chamar sendo que eu passei o seu número no dia seguin... - ela parou quando me viu cruzar os braços e a encarar.

- Então foi você!

- Mas é claro que fui eu amiga, quem mais seria, Anthony? Ele nem tem seu número - disse dando de ombros - enfim saia com ele, você não quer nada sério mesmo, beijem, não se apeguem ele mora muito longe e você também não vai ficar aqui pra sempre.

Já tinha me esquecido que teria que voltar pra casa em alguns meses, não era difícil me acostumar com a rotina deles e me sentir em casa, mas não duraria pra sempre, é verdade.

Enquanto me perdia nesses pensamentos Tia Carol nos chamou pra jantar, então descemos e fomos comer.

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