Adeus Brasil! Ou até logo...

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Anthony

29 de Janeiro / 03:40 da manhã

Procurei não fazer nenhum barulho quando cheguei. Não queria acordar nenhuma delas, especialmente Isabelle.

Mais algumas coisas e eu finalizava a mala. O vôo é às 14:00 e eu não tenho a opção de perder.

Escutei a porta do meu quarto se abrir e logo fechar, não precisava ver quem era, seu cheiro invadiu o lugar, eu reconheceria mesmo na multidão. Mas permaneci virado de costas, ainda guardando roupas na mala.

- Quando você iria me contar? Ou você nem iria contar?

Era exatamente essa conversa que eu queria enviar.

- Anthony?

- Não sei do que está falando... - por favor, volte a dormi, não continue isso, pensei.

- Você sabe, claro que você sabe - soltou um riso nasal - eu achei que amigos contassem as coisas um para o outro...

- Agora somos amigos? - me virei pra ela - Então agora eu não sou um outro Anthony que só brinca com seus sentimentos Isabelle?!

- Anthony o que aconteceu? Faz dias que você não vem pra casa, eu sei que você não estava na casa do Cadu - ela me olhou fixo nós olhos - eu não te vejo desde o lual! - ela se aproximou um pouco - você vai se mudar pra Nova Iorque e nem falou nada e...

- Quando você ia me contar Isabelle? Ou nem ia contar também? - falei um pouco irritado e ela me olhou confusa.

- Como assim?

- Eu voltei pra casa uma semana após o lual, queria te ver, queria conversar, falar que eu tinha entrado na NYU... - suspirei - já era tarde, minha mãe e Vivi estavam dormindo no sofá, eu subi até o seu quarto. Sei que você nunca tranca a porta...

[MEMÓRIA ON]

"Ela nunca tranca a porta", pensei após tentar abrir e não conseguir.

Dei algumas batidas e a chamei baixo. Aguardei. Ouvi a porta ser destrancada do outro lado.

- Anthony?

- Ah você... - disse desanimado para Arthur.

- São 4 da manhã, o quê você quer? - percebi desconfiança na fala dele.

- Isabelle, onde ela está? - comecei a entrar no quarto e Arthur me barrou com o braço, não antes que eu pudesse vê-la, deitada de bruços na cama, dormindo, o lençol cobria da cintura pra baixo, mas pude ver suas costas nuas. Então olhei para Arthur e percebi que estava apenas com uma toalha na cintura e com os cabelos molhados.

- Ei, ei, ela está dormindo Anthony, muito cansada - senti uma entonação maior na sua voz e ainda me barrava com o braço - não vai querer acorda-la.

- Claro Arthur, não precisa dizer que vim - comecei a descer as escadas e antes que chegasse ao fim virei para ele e disse:

- Faça ela feliz, pelo menos enquanto estiver com ela aqui.

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