Mexo no pequeno grampeador de metal que está sobre a mesa, enquanto minha mãe conversa com a diretora do colégio.
Estamos sentadas em cadeiras operacionais fixas, pretas, e tudo em volta parece mais com um escritório de uma empresa, do que com a diretoria de uma escola.A diretora Ruby é uma mulher pequena e rechonchuda, olhos verdes e cabelos castanho-claros, sua postura impõe autoridade assim como sua voz, ela dizia algo sobre as aulas e as diretrizes da escola como se fosse um discurso decorado, o que provavelmente era.
Esse colégio é praticamente o dobro do antigo colégio que eu estudava, o que significa que também possui o dobro de alunos, passei boa parte examinando a sala pelos quatro cantos, enquanto espero pelo término da conversa entre elas.
— Tenho certeza de que Amelie se saíra muito bem aqui — diz a diretora, sorrindo minimamente para minha mãe. — Ela possui um ótimo histórico escolar.
— Ela sempre fora uma garota dedicada — minha mãe diz, orgulhosa.
— Creio que sim. — A Sra. Ruby me encara. — Você não gostaria de conhecer mais a escola?
Ajeito minha postura na cadeira e penso na sugestão, com certeza conhecer a escola será melhor do que continuar nessa sala. E também será bom para eu não ficar perdida no início das aulas.
— Sim, gostaria — digo, me levantando e sorrindo para as duas.
Saio da sala, encontrando agora um corredor vazio, não há nada de interessante ou diferente por aqui que me chama a atenção, então simplesmente fiz o caminho de volta até a entrada, com lembranças vagas na direção que suponho estar correta. Sigo para a direita, depois para a esquerda, direita novamente e enfim encontro as portas de entrada, logo saindo.
Desço as pequenas escadas, e encaro em volta, como já tinha visto essa parte assim que cheguei, então simplesmente ando pelas laterais do colégio, vendo algumas árvores um pouco secas. Está uma manhã fria, então estou aninhada em uma casaco grande, e usando uma touca vermelha de tricô que minha mãe mesmo fez, para aliviar mais a friagem.
No fundo do colégio pude ver um campo e algumas árvores , mais ao longe há um campo de futebol americano e uma pista de atletismo. Observar o lugar vazio pareceu mais tranquilizador, apenas o verde das árvores e do chão preenchendo minha visão. Ando para mais perto das árvores, observando cada detalhe.
Me assusto ao ver uma silhueta perto de uma das árvores. Cautelosamente me aproximo, a pessoa parece estar mexendo no celular, mandando mensagens para alguém. E assim que consigo ver melhor suas costas, me assusto mais ao reconhecer as madeixas escuras e medianas.
— Não, não, não, não — digo, quase gritando.
E assim que consigo ver melhor o rosto, e a expressão de confuso que agora se dirige a mim, meu desespero só aumenta. Isso já está passando dos limites.
— O que... você... não, isso não — digo, incrédula, a voz entrecortada.
— Melie? Por que está aqui? — Eric pergunta, franzindo o cenho.
Aquilo já era provação demais. O que eu fiz na minha vida passada pra ter que suportar isso?
— Por que você está aqui? — pergunto, dando ênfase no ''você''. — Não, não me diga. Não quero saber.
— Tem certeza de que você não é uma perseguidora? — ele pergunta, sorrindo travesso.
— Por que você age como se tudo que tivesse acontecendo fosse normal?
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Uma confusa ironia do destino
Teen FictionAssim que recebe a notícia de que se mudará para Nova York com a família, Amelie finalmente viu uma oportunidade de se livrar de sua antiga vida em Nova Orleans, longe de pessoas indesejadas e amigos inexistentes. Mas a alegria da garota acaba assim...