Confiança

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Voltamos para a cidade no domingo à tarde, já que na segunda teríamos que voltar para a nossa rotina. Na segunda feira eu fui para a faculdade, e de manhã, pedi para Eren se encontrar comigo na hora do almoço.

- Armin, eu não vou poder almoçar com você hoje.

- Por que? – Pergunta.

- Vou almoçar com o Eren hoje. Quero conversar com ele. Na verdade, quero terminar com ele.

- Ué. Terminar?! Por que?

Claramente eu não ia dizer "porque eu estou transando com seu pai", então inventei um motivo qualquer.

- Ah, eu tô preferindo ficar sozinha esses tempos. Tenho que começar a me preparar pro meu TCC, e a empresa suga muito de mim também, apesar de ser só um estágio, o seu pai me dá trabalho duro. – E põe duro nisso... – Então eu prefiro ficar sozinha, e focar só no que importa.

Ele coçou a bochecha com o dedo indicador, parecendo pensar no que eu havia dito. Por fim, ele respondeu:

- É, faz sentido.

Na hora do almoço, eu cheguei no restaurante que marquei com Eren, e ele já estava me esperando. Eu me aproximei da mesa e sentei na cadeira de frente para ele.

- Oi, gata. Queria conversar comigo? – Perguntou ele, com um sorriso suave nos lábios.

- Sim, Eren. É que... eu não quero continuar com o que nós temos.

Veja bem, nós não estávamos namorando. Só ficamos poucas vezes, e não tinha nem duas semanas. Mas eu preferi ter um "término adequado", e não fazer isso pelo celular.

Ele me observou por um tempo, sem dizer nada. Depois, ele perguntou:

- Eu fiz alguma coisa de errado? Nós estávamos bem até sexta feira, quando nos falamos pelo telefone...

- Não, Eren, você não fez nada. Sou só eu mesmo.

- É sério que você vai vim com esse papo de "não é você, sou eu" pra cima de mim?

- Não é isso! Mas de toda forma, o problema está em mim, e não em você. Eu só quero focar na faculdade e no trabalho, quero dar o meu melhor. Você é um homem maravilhoso, qualquer mulher teria a sorte de ter você ao lado dela. E eu falo isso de coração.

- É, mas a que me tem, não quer. Fica difícil acreditar nesse seu discurso. – Disse ele, cruzando os braços e se recostando na cadeira.

Ele parecia incomodado com minha decisão, mas não brigou, nem teve nenhuma atitude ríspida em nenhum momento, o que me deixou aliviada. Nos despedimos amigavelmente, e cada um seguiu o seu caminho.

Acabou que eu nem almocei, mas pedi uma comida para o escritório, e fui para lá assim que saí do restaurante.

Cheguei uma hora mais cedo, e aproveitei para organizar os documentos que tinham que ser revisados por Erwin, e outros que tinham que ser guardados, que tinham ficado ainda da quinta-feira. Terminei relativamente rápido, e fiquei no sofá, mexendo no celular, enquanto Erwin (e o meu almoço) não chegavam.

Alguns minutos depois, Erwin abriu a porta, com um embrulho na mão. Ao me ver, ele abriu um sorriso largo, e eu me levantei rapidamente do sofá, levando minhas duas mãos atrás das costas:

- Boa tarde, chefe! – digo, sorrindo.

Ele andou em minha direção, e selou nossos lábios com um beijo rápido.

- Boa tarde, Morgana.

- Erwin, aqui não! Alguém pode entrar a qualquer hora e nos ver!

- Mas ninguém entrou, não é? – Ele disse, com um sorriso de canto de boca, e estendeu a mão com o embrulho pra mim. – Aqui, seu almoço. O entregador estava na recepção perguntando por você, e eu me ofereci pra entregar.

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