Fruto Proibido

Decisão

Eu fiquei paralisada ao ler a notícia. Não sabia o que fazer com aquela informação. Na noite anterior, Eren me ameaçara, e agora, estava morto.

Ou era coincidência demais, ou Erwin tinha envolvimento nisso.

Pensar nisso me assustava. Não queria acreditar que Erwin tinha mandado homens para matar Eren, não queria acreditar que meu Erwin Smith seria capaz de algo assim, mesmo nessas circunstâncias. Não iria ser hipócrita, bem lá no fundo eu estava aliviada, pois nosso segredo não seria exposto, mas eu não queria que as coisas tivessem se resolvido dessa maneira.

- Nossa, será que ele era envolvido com o crime, ou coisa do tipo? – perguntou Jean, agora lendo a notícia também. – Você acha que ele era envolvido com alguma coisa errada, Morgana?

- Você acha que se ele fosse, eu teria me relacionado com ele, Jean? Deixa de ser idiota!

Ele arregalou os olhos pra mim, e eu percebi que tinha sido rude demais. Baixei a cabeça e fechei os olhos, envergonhada da minha atitude.

- Desculpa, Jean. Eu não quis te tratar mal...

- Tá tudo bem... eu imagino como uma notícia dessas pode pegar a gente desprevenido. Acho melhor eu e Armin irmos embora. Nos vemos amanhã, no trabalho.

- Tudo bem, meninos. Me desculpem qualquer coisa. A gente se vê amanhã.

Eu os acompanhei até a porta, me despedi deles, e depois voltei pro meu quarto completamente em choque. Eu não sabia o que pensar. Eu me culpava por tudo o que estava acontecendo.

Quase não preguei o olho à noite, e fui me arrastando para a faculdade. Fiz as duas provas que eu tinha naquele dia e consegui sair um pouco mais cedo da faculdade, e fui direto pra empresa. Precisava conversar cara a cara sobre isso com Erwin.

Cheguei no escritório e ele ainda não estava, então decidi organizar as coisas do dia. Haviam alguns papéis em sua mesa, eu organizei todos e abri a gaveta dele para guardá-los. Ao abrir a gaveta, vi uma pasta preta, e em cima dela, um celular e um notebook. Eu senti uma pontada no peito, tinha um mal pressentimento sobre o que significava tudo aquilo. Mas pra confirmar o que meus instintos já desconfiavam, peguei o celular e apertei o botão de desbloqueio. A tela acendeu, e uma foto de Eren apareceu como plano de fundo.

- Morgana?

Eu pulei com o súbito chamado de Erwin, e o celular escorregou de minhas mãos, indo ao chão. Eu olhava para Erwin, assustada, e ele me olhava apreensivo.

- Você não deveria mexer aí, Morgana.

- Erwin... por favor, me diga que eu estou vendo coisas...

Meus olhos se encheram de lágrimas, e ele começou a andar em minha direção. Instintivamente, eu dei um passo para trás e levantei minha mão, em um pedido mudo para que ele não se aproximasse mais.

- Você está com medo de mim?

- Eu quero que me conte tudo. Foi você, não foi?

Ele permanecia calado, olhando fixamente para mim.

- Você mandou matá-lo. Foi esse o motivo da ligação que você foi fazer enquanto nós estávamos na nossa suíte. Por isso o celular e o notebook dele estão aqui. Foi isso que o Bertholdt veio deixar ontem, não foi? Eu o vi saindo daqui, antes de eu chegar e você guardando algo em sua gaveta.

Silêncio.

- FALA, ERWIN!

- Eu não preciso dizer nenhuma palavra. Eu disse que você era tão inteligente quanto seus pais. – Respondeu, calmamente.