Fruto Proibido

Final: Casamento

Passamos uma semana viajando no litoral, e isso realmente me acalmou meus ânimos. Falava com minha mãe praticamente todos os dias, mas meu pai não dava nem sinal de vida. Por mais que eu estivesse feliz por finalmente poder andar de mãos dadas com Erwin por aí, eu sempre ficava pensando o que eu tive que enfrentar pra poder fazer uma ação simples como essa.

Erwin, por outro lado, parecia não se importar. Eu sei que ele se importava, mas tentava me deixar tranquila sobre toda a situação. Mas eu não conseguia esquecer. A tristeza não me abandonava totalmente, e eu ainda sentia um fio de culpa dentro de mim. Queria que as coisas voltassem a ser como eram antes comigo e meu pai, mas não abriria mão da minha felicidade por causa dele. Não mais.

Dois meses depois, Armin e Jean casaram. Uma cerimônia simples, no civil, apenas para os mais próximos. Minha mãe apareceu na cerimônia, mas meu pai, não. Meu casamento com Erwin também estava de data marcada, para o mês seguinte.

Passamos o mês seguinte organizando os últimos preparativos do nosso casamento. Optamos por uma coisa mais reservada. A mídia já estava em cima da gente por conta de tudo o que acontecia, por conta do romance de um dos donos da Health Corp. com a filha do outro dono. Éramos assunto nas revistas de fofocas, e vez ou outra, paparazzis apareciam na minha porta, e eu já estava cheia disso. Não via a hora da poeira baixar e podermos viver em paz, mas já haviam se passado meses, e continuávamos com a mídia em nosso pé, e agora parecia muito pior, por causa do casamento.

Escolhemos uma capela pequena e reservada para casarmos, tanto no civil quanto no religioso. Um vestido de noiva não tão chamativo, não mais que cinquenta pessoas na cerimônia e festa, e depois, viajaríamos em lua de mel para a Grécia e suas belíssimas praias, e passaríamos três semanas lá.

Mesmo casando com Erwin, eu não quis abandonar o nome da minha família, e ele concordou comigo. Apenas adicionaria o sobrenome dele em meu nome e no de Anthony.

Eu ainda me orgulhava de ser uma Ackerman, mesmo que eu não fosse mais o orgulho do meu pai.

Na manhã do meu casamento, eu estava incrivelmente nervosa. Um sonho estava prestes a se realizar, seria esposa de Erwin, finalmente. Lembrei de toda a trajetória que percorremos até chegarmos aqui: todas as trocas de afeto, todas as juras de amor, mas também todas as dificuldades e todas as dores. Tudo passou como um filme em minha cabeça. Mas eu estava feliz, pois nosso amor tinha sobrevivido a isso, e agora, começaríamos uma nova etapa juntos.

Reiner, Armin e Jean estavam comigo. Armin estava cuidando para que Anthony não se sujasse (que preciso dizer, Anthony estava a coisa mais linda desse mundo de terninho e uma gravata borboleta), Jean o estava acompanhando, e Reiner estava me fazendo companhia. Ele era meu padrinho de casamento, e me levaria até o altar, já que meu pai não faria isso.

Minha mãe chegou, e assim que pôs os olhos em mim, seus olhos marejaram no meio de um sorriso largo.

- Minha filha, você está tão linda... meu Deus, minha menina vai mesmo casar...

Me abraçou, e eu a abracei forte de volta.

- Mãe... eu achei que a senhora iria direto para a igreja.

- Resolvi passar aqui pra ver você antes de todo mundo, porque eu tenho esse direito!

Depois de uma breve pausa, eu pergunto:

- Mãe... e o papai?

O sorriso dela se desfaz lentamente, e ela me olha com uma certa tristeza nos olhos.

- Eu tentei o convencer de vir, meu amor, mas... ele não quis. Eu sinto muito, eu sei que isso era importante para você.

Baixei a cabeça, com a tristeza tomando conta de mim. Eu ainda tinha esperanças de que no último momento meu pai cedesse, mas ele realmente parecia não ter essa intenção. O dia que deveria ser um dos mais felizes da minha vida, não seria tão feliz quanto eu gostaria que fosse.