Além do expediente

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Os dias que se sucederam ao meu estágio foram completamente exaustivos. Erwin trazia pilhas e pilhas de documentos para serem lidos e revisados por mim. Mas isso não era o que incomodava de verdade, mas sim a minha aproximação e do meu chefe.

Desde a minha adolescência eu o observava, Erwin em toda a sua divina beleza, agraciado por olhos azuis e cabelos que se assemelham a um dia quente de verão. Em um certo momento, no auge dos meus 16 anos, me vi fatalmente atraída por ele, o tipo de atração que te consome por inteira, arrebatando seus hormônios. Lembro de ir para casa de Armin e espiá-lo quando estava na piscina. O corpo molhado pelo recente nado, os músculos flexionados enquanto secava a si mesmo com a toalha. Por quantas vezes desejei tocar cada gota de água emoldurada em seu abdômen perfeito... Vê-las descendo até o lugar jamais explorado ou visto por mim era algo que me fazia ter pensamentos completamente eróticos.

Depois disso fui pra faculdade, arranjei meu primeiro namoradinho, e até me senti atraída por vários caras da faculdade. Mas nada, nunca, até hoje, se comparou as fantasias que eu tinha com Erwin.

E por algum motivo todas elas voltaram com força nestas primeiras semanas de estágio.

- Morgana, tem um momento? – ele me questiona.

- Claro, do que precisa?

- Seu pai disse que todos esses documentos precisam estar assinados e revisados até amanhã, teremos que ficar depois do expediente.

Meu Deus, o mundo só podia estar conspirando a favor da minha desgraça. Já era quase insuportável estar com Erwin tão perto de mim durante expediente, imagine depois dele...

- Você pode começar pegando todas as caixas em cima da estante na salinha, cada uma delas tem todos os documentos separados por meses. – Ele concluiu.

- Claro, algo mais?

- Não. Está perfeito assim, Morgana.

Segui para a salinha e subi na escadinha para alcançar as caixas na estante, amaldiçoando aquela escadinha que balançava toda vez que eu subia e descia com as caixas em minhas mãos.

- Essa escada é um perigo Sr. Smith, tome cuidado quando for usá-la.

- Eu sou maior que essa estante, Morgana. – Ele sorri.

Sorrio de volta para ele e torno a subir a escadinha em direção as últimas caixas. Eu não tinha comido a tarde toda, atolada de tarefas e já estava de noite. Eu não sentia fome, provavelmente por estar concentrada demais no trabalho, mas meu corpo deu os sinais de que eu precisava de comida. Quando olhei pra cima, minha visão escureceu e eu fiquei tonta e me desequilibrei, deixando a caixa se espatifar no chão. Minhas pernas fraquejaram em cima do salto agulha e eu caí. Meu corpo foi sustentado por duas mãos fortes ao redor da minha cintura. Levantei a cabeça e vi Erwin, me segurando com força entre suas mãos enormes. Meu coração covarde foi persuadido a bater freneticamente por meus pensamentos perversos adolescentes. Eu estava ali, a centímetros de sua boca, dos seus olhos, do seu corpo. E a maneira como ele olhava não ajudava em nada, alternando entre meus lábios e camisa de seda branca decotada evidenciando meu sutiã de renda vermelho.

Foi ele quem cortou a distância entre nossas bocas, me suspendendo e agarrando minhas duas coxas ao redor de seu quadril, pressionando-me ali. Seguiu comigo até sua perfeita mesa de mármore marrom, me depositando nela em seguida, sorvendo todo o gosto da minha boca e língua. Havia um desejo escondido e avassalador ali, um misto de emoções que se tornavam explícitos em suas mãos puxando meus cabelos, arranhando minhas coxas, beijando e mordendo meu queixo, lambendo meu pescoço. Eu respirava ofegante em sua boca, grunhindo pela firmeza de seus toques.

Isso não foi só um beijo. Foi tudo, menos um simples beijo.

Depois de um tempo perdida em seus beijos e no tato de mãos passeando pelo meu corpo, ele desgrudou seus lábios dos meus, seus olhos em uma mistura de luxúria e adrenalina. Meu baixo ventre estava queimando em desejo, mas tentei me controlar ao máximo.

- Sr. Smith... eu...

- Me desculpe, Morgana. Eu sei que não deveria ter feito isso, mas ter você em meus braços daquela maneira, eu simplesmente não consegui ir contra minha vontade. E eu acho que se você não recusou, então também queria isso.

Eu apertava com força o tecido da saia nas minhas coxas, na tentativa de conter meus instintos sexuais. E ao ouvir ele descobrindo o que eu tentava há anos esconder, eu baixei a cabeça, ruborizada.

- Não podemos. Você é o melhor amigo do meu pai, é o pai do meu melhor amigo, eu e Armin somos como irmãos...

Ele continuava com uma mão na minha cintura, e à medida que ia falando, seus dedos da outra mão passeavam delicadamente em todo o meu corpo, subindo da lateral da minha coxa, passeando pela minha cintura, abdômen e o meio dos meus seios, levantando meu queixo e indo até minha boca:

- Eu vi você crescer ao lado do meu filho, e eu sempre adorei você, como se fosse minha filha também. Mas o tempo foi passando, você cresceu, e se tornou essa bela mulher que é hoje. Eu não conseguia parar meus pensamentos sobre como seria passear pelas suas curvas completamente nuas, e eu me amaldiçoo por isso, mas é mais forte que eu. Quando Levi deu a ideia de você ser treinada por mim, eu não parava de pensar na tentação que seria ter você sozinha comigo nessa sala por horas...

Eu fechava os olhos sentindo o seu toque e ouvindo suas palavras, e tudo aquilo me deixava extasiada... ele me desejava, e eu nunca percebi isso.

- Eu também desejei o senhor, e muito, por anos. Mas isso não está certo! Não devemos, não podemos!

Assim que eu terminei minha frase, ele beijou minha boca novamente de maneira avassaladora, levando uma das minhas coxas até o seu quadril e trazendo seu corpo para ainda mais perto de mim, me fazendo abrir ainda mais as minhas pernas, e podia sentir o seu pau apertando minha intimidade, sendo impedido pelos tecidos de nossas roupas. Eu gemia em sua boca, e ele me apertava mais forte, e eu percebi o quanto aquele homem era dominador, mais até do que pensei.

- Mas ainda assim você quer isso. Eu também quero, então não vamos mais suprimir nossos desejos... eu quero você aqui, Morgana, agora...

Eu senti seus dedos na parte interna da minha coxa, chegando perto da minha intimidade, e eu o afastei bruscamente, descendo de sua mesa aos tropeços. Tentei regular minha respiração enquanto baixava minha sala e ajeitava minha blusa, que estava amarrotada.

- Não! Eu... eu não posso fazer isso!

Caminhei rapidamente para o sofá onde estava minha bolsa, a peguei e saí praticamente correndo da sala, ouvindo apenas ele proferir meu nome atrás de mim, me chamando.

Fechei a porta de sua sala quando saí, ainda com a respiração ofegante, e tentando organizar meus pensamentos. Estava tudo escuro no corredor, eu olhei para os dois lados, e não havia ninguém. Eu comecei a caminhar em direção ao meu carro, com meus pensamentos sendo sequestrados para os últimos minutos que tive com Erwin, e tentando imaginar de onde tirei forças para conseguir pará-lo.

Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora