Viagem não programada

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Os meses que se seguiram foram praticamente no mesmo esquema: praticamente toda semana nos encontrávamos ao menos uma vez. Às vezes Bertholdt vinha me buscar em casa, geralmente quando era no fim de semana, e às vezes eu ia no meu próprio carro, quando era na semana, pois ia direto do escritório. Sempre inventava uma desculpa diferente pros meus pais ou para o Armin, quando ele me chamava pra sair. O que ajudava é que agora Armin estava com um relacionamento com Jean, que tinha se mudado para Paradis, e eles passavam muito tempo juntos. Armin conseguiu um trabalho para ele na empresa, e os dois estavam muito felizes juntos. Já namoravam há 3 meses.

De vez em quando nós três saíamos juntos, e ficávamos batendo papo.

- Morgana, você é tão bonita... não acredito que nessa altura do campeonato ainda está solteira. – Jean falava, enquanto caminhávamos pelo shopping.

- Ah, é escolha minha. Prefiro ficar sozinha, ao menos até terminar a faculdade. Meu pai é muito rígido, e quero que ele sinta orgulho de mim.

- Ah, seu pai é o chefe do Armin, não é? Ele me falou do seu pai, ele morre de medo dele.

Armin deu uma cotovelada nele, envergonhado.

- Jean, para! Eu não morro de medo dele!

- Morre sim, Armin. – Respondi, rindo. – Meu pai é assim mesmo, mete medo em todo mundo. Acho que até hoje, as únicas pessoas que nunca tiveram medo dele foram minha mãe e o Er-... Sr. Smith. O resto... todo mundo treme perto dele. Acho engraçado, às vezes... um homem da estatura dele ser tão temido. – Falei com um sorriso bobo no rosto. Lembrei de quando eu era pequena e ele me chamava de princesinha... nunca vi ele tão carinhoso depois disso. No fundo, apesar de agora ele ser um pouco mais duro, eu sabia que eu ainda era a princesinha dele.

- Nossa, eu tô morrendo de fome. A gente podia comer no KFC. O que vocês acham? Faz tempo que não como o sanduiche deles... é uma delícia!

- Boa ideia, Armin. Vamos pra fila, fazer o pedido.

Ficamos na fila esperando nossa vez, e meu celular vibra com uma ligação.

- Licença meninos, vou atender o telefone rapidinho.

Eu me afasto o suficiente deles, e atendo.

- Erwin! Aconteceu alguma coisa?

- Morgana, oi. Meu filho está aí com você?

- Está sim. Quer falar com ele?

- Não, não precisa. Liguei pra falar com você. Pra ouvir sua voz. Você está bem?

Tão atencioso...

- Estou sim. E com você, tudo bem?

- Sim. Seu pai já avisou que eu e ele vamos ter que fazer uma viagem de última hora pra filial de Liberio?

- Não, ele não me disse nada ainda. Aconteceu algo grave?

- Nada grave o suficiente, na minha opinião, mas vamos precisar ir mesmo assim. Vamos viajar amanhã de manhã, aí queria perguntar se... não poderíamos nos ver hoje. Só vou voltar daqui três dias.

Eu olho para Armin e Jean na fila, pensando se deveria ir.

- Tudo bem. Pode ser daqui uma hora?

- Claro. Quer que eu peça pro motorista te buscar?

- Não, eu vou no meu carro mesmo, vou direto daqui do shopping.

- Tudo bem então. Até daqui a pouco.

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