Desejos Suprimidos

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ERWIN P.O.V.

Jane foi o amor da minha vida. Nos conhecemos na faculdade, Hange foi quem nos apresentou. Se dissessem que eu me apaixonaria à primeira vista por uma mulher eu não acreditaria, mas a vida é imprevisível, pregando peças em um homem descrente como eu.

Aquela mulher me incendiou por completo. Eu a amava perdidamente, quase que com devoção. Nas madrugadas frias e solitárias lembro-me das noites de amor que vivi com ela, o gosto de sua boca, e o gosto amargo do nosso fim.

Nos casamos depois da faculdade, ela começou a lecionar e por um ano seguimos nesse ritmo, até que Jane descobriu que estava grávida. Meu pequeno Armin. Nada se compara a primeira vez que o tive em meus braços, nada nesse mundo pode descrever a sensação de ser pai. Metade minha, metade dela. Um elo eterno de amor.

Ela faleceu três anos depois do nascimento de Armin, vítima de um câncer maligno que a consumiu. Quando ela se foi, metade de mim se foi também. Tamanha dor não deveria ser experimentada, nem pela pior pessoa existente. Desde sua partida, eu nunca mais me encaixei com mulher nenhuma, apesar de ter tentado muito. Nenhuma das mulheres que passaram pela minha vida conseguiram me fazer sentir o que eu sentia com minha falecida esposa.

Até que a vida novamente me pregou mais uma peça, e essa foi uma jogada perversa do destino, fazendo-me desejar desenfreadamente a filha do meu melhor amigo. Fazendo com que ela despertasse em mim a mesma paixão voraz que senti apenas por Jane.

Não sei o porquê, mas toda aquela cena de ontem à noite me fizera acender todo esse misto de sentimentos que há muito eu suprimia. Eu a vi crescer, de menina a mulher, de inocente a voraz. Aos 18 anos comecei a notá-la incessantemente, todas as vezes em que ela e Armin estavam na piscina, eu espiava da janela do meu quarto. E a noite, debaixo do meu chuveiro, eu me masturbava com selvageria, tendo em minha mente sua bunda redonda coberta por um maiô apertado. Levi com certeza me mataria por tais pensamentos obscuros com sua filha.

Eu a queria, queria demais, e faria com que ela me quisesse, do mesmo jeito que a quero como um louco. Provavelmente ela já desejava, mas ela era mais forte do que eu, pois ela conseguiu fugir de mim. Não preguei o olho a noite toda imaginando como teria sido se ela tivesse se rendido a mim naquela sala, e mais uma vez, eu me dei prazer, idealizando-a nua sobre meu corpo, com os cabelos que agora eram ruivos, bagunçados, e seu rosto queimando de prazer.

Me levantei contra minha vontade pela manhã tendo dormido quase nada, tomei meu café da manhã com Armin, como já era de costume. Ele falava alegre de como era o expediente com Levi, que do contrário do que ele pensava, era um cara diferente do que ele imaginava, diferente de um jeito bom.

- Ele explica tudo muito bem, pai, e ele sempre faz questão de dizer o quanto eu estou indo bem na função.

- Fico feliz, filho. Levi não é de elogiar ninguém. Se ele está fazendo isso, é porque você está realmente fazendo um bom trabalho.

Armin me olhava com uma cara de desconfiado enquanto eu falava, e depois que eu terminei minha frase, ele perguntou:

- Não tem seu dedo metido nisso, né?

- Como assim?

- Ele me tratar desse jeito, os elogios... foi porque você pediu pra ele pegar leve comigo por eu ser seu filho?

- Não! Pelo contrário, eu disse que ele não fosse piedoso com você, porque isso era pro seu bem e pelo bem da empresa, já que um dia você e Morgana serão os diretores nos nossos lugares. Vocês têm que saber fazer direito. – Eu coloco a mão sobre seu ombro, e completo: - O mérito é todo seu, filho.

Ele respirou aliviado e me deu um sorriso, do qual eu retribuí calorosamente.

- E como a Morgana está com o senhor, pai?

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