Hipocrisia

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Saímos da sala na hora do almoço, e no corredor, eu vejo um rosto familiar saindo da sala de Erwin, e carregando alguns papéis.

- Boa tarde, senhorita Ackerman. – Me cumprimentou, fazendo um aceno leve com a cabeça.

- Boa tarde, Bertholdt!

Reiner olha vidrado para ele, quase que sem piscar.

- Nossa, vai quebrar o pescoço olhando pro Hoover?! – provoquei.

- Morgana, você vai ter que me apresentar esse homem! – disse, ainda olhando para trás depois que Bertholdt passou por nós. – Olha a bunda dele! Que redondinha...

- Dá pra você parar de secar ele?! Não sei se você esqueceu, mas para todo mundo aqui, você é meu namorado!

- Tá, desculpa, eu esqueci desse detalhe. Mas sério, quem é ele?

- Bertholdt Hoover. Trabalha pro Erwin. Era ele quem ia me buscar e me deixar em casa, nas noites que saía pra encontrar Erwin.

- Ah, então ele sabe desse segredo também, fora eu, Jean e Armin?

- Sim.

Ele colocou a mão no queixo, pensativo.

- Você já parou pra pensar que quatro pessoas sabem do seu segredo? Ele não é tão secreto assim...

- E qual é o limite de pessoas saberem de algo pra ainda ser considerado segredo?

- Sei lá. Eu tô só divagando aqui, pra esquecer aquela bundinha...

- Você não vale nada, Reiner. – disse, rindo. - Mas vou dar um jeito de apresentar vocês dois. Eu só não sei se ele é gay... nós nunca conversamos muito, ele é muito calado. Talvez seja por causa do trabalho dele... ele tem que ser discreto, né?

- Sim... Bom, vou torcer pra que ele seja!

...

No mesmo dia, mais tarde, estava com Reiner em minha sala, resolvendo mais problemas e revisando mais papelada, quando Armin entrou na sala.

- Morgana, meu pai pediu pra eu te entregar isso. Precisa das suas assinaturas nesse documento.

- Ah, valeu Armin.

- Armin, você conhece o empregado do seu pai? – Reiner perguntou, sentando levemente na mesa do meu pai, de frente para Armin. Armin pareceu surpreso pela pergunta.

- Qual deles? – perguntou.

- O Bertholdt, Armin. Acho que o Reiner está apaixonado por ele. – disse, e gargalhei.

- Para de rir de mim, vadia! – disse, lançando um olhar fulminante pra mim, em contrapartida que ria da situação também. Depois, virou-se novamente para Armin, e concluiu: - Enfim, o Bertholdt. O que você sabe dele?

- Hum... eu não sei muito sobre ele, pra falar a verdade. Sei que ele é jovem, tem mais ou menos nossa idade, e trabalha com meu pai faz uns 5 anos..., mas fora isso, não sei de quase nada. Nem sei como ele começou a trabalhar pro meu pai.

- Tá..., mas você sabe se ele é gay? – Reiner dessa vez foi mais direto na pergunta.

- Ahn... não?! Eu dificilmente o vejo, pra falar a verdade. Na verdade, eu nem sei que tipo de trabalho ele faz pro meu pai. Ele é meio que um faz-tudo, sabe?

- Ah, ele foi motorista da Morgana, sabia?

- Reiner! – repreendi, mas já era tarde.

- Como assim seu motorista? – perguntou, olhando pra mim.

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