Armin me encarava com o rosto sério, e eu estava paralisada. Eu dormia sempre com a gravata de Erwin, e ela nunca saía debaixo do travesseiro. Não lembrei que ela estava lá quando ele pediu pra dormir no meu quarto, mas mais do que isso, nunca imaginei que ele reconheceria a gravata. Tentei mentir pra contornar a situação.
- De onde você tirou isso, Armin, tá louco? Por que eu teria uma gravata do seu pai?
- Me diga você. E não tente dar uma de esperta, Morgana, não pra cima de mim. Meu pai passou dias procurando essa gravata, até no meu quarto ele foi atrás dela.
Por mais que eu procurasse uma desculpa, Armin era inteligente demais. Eu não sabia o que dizer, não sabia que reação ele teria, ele estava simplesmente sério, e eu não tinha como saber o que de fato passava na cabeça dele. Eu não conseguia dizer uma palavra. Tinha medo de que qualquer coisa que eu dissesse, piorasse a situação, e me fizesse perder meu melhor amigo. Meu estômago embrulhava de tanto nervosismo, eu estava suando frio, e ele permanecia irredutível.
- Eu comecei a achar estranho o comportamento do meu pai, depois que você veio pra cá. – Armin falou, caminhando em meu quarto, parecendo pensativo. – Ele parecia triste, pelos cantos, mais calado do que o de costume. Eu sempre perguntava o que era, mas ele sempre dizia que era coisa do trabalho. Deixei isso pra lá, provavelmente era mesmo.
Silêncio.
- Daí, eu comecei a encaixar as peças. – Continuou. – Meu pai sempre saía nos fins de semana sem dar satisfação nenhuma. Não que ele precise, claro, mas você também sempre estava indisponível quando ele estava. Um dia, peguei a camisa dele suja de batom, a cor do mesmo batom que você usava naquele dia. Daí teve aquele dia que fui deixar os papéis na sala dele, você estava incrivelmente vermelha, e nem por todo calor do mundo você ficaria assim, a não ser calor de excitação. E por último, você indo embora sem mais nem menos. Eu nunca tinha pensado nessas coisas, até ver essa gravata debaixo do seu travesseiro. E pra acabar de completar eu chego aqui, você está grávida, e diz que é daquele loiro, mas aquele cara é claramente gay! – Então ele caminhou até mim, olhando em meus olhos, e completou: - então me fale a verdade, Morgana. Me fale toda a verdade. Você saiu de Paradis por causa do meu pai, e esse filho é dele, não é?
Não tinha mais como negar, então eu simplesmente baixei a cabeça, e confessei.
- Eu tentei não me envolver com Erwin, Armin. Mas eu não consegui. Sim, eu saí de lá pra sair de perto de seu pai, e sim, o filho que estou esperando é dele.
E finalmente, a expressão de incredulidade no rosto de Armin. Agora, ele é quem estava paralisado. Ele caiu sentado na cama, olhando para o nada.
- Quando isso aconteceu?
- Nos beijamos uma vez, na sala dele, mas eu fugi. Depois, disse que nós não podíamos ficar juntos, por todos os problemas que isso traria, mas na viagem que fizemos no meu aniversário, eu não consegui mais segurar. Ele bateu em minha porta, nós discutimos por causa do Eren, e dormimos juntos. – Eu olhava para Armin, e ele ainda estava com o olhar perdido, ouvindo tudo o que eu falava. Continuei. – Desde então, não nos separamos mais. Nos víamos sempre que podíamos, e estávamos apaixonados, Armin. Mas as circunstâncias mudaram, e eu me vi obrigada a me separar dele. Por isso eu fugi o mais rápido que pude, mas semanas depois de eu chegar aqui, eu descobri que estava grávida dele. Só que eu não podia voltar atrás, isso só pioraria tudo...
- Morgana... eu não sei o que dizer... eu não sei o que pensar... eu nunca imaginaria que você se envolveria com meu pai, que meu pai fosse apaixonado por você... isso tudo é muito...
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Fruto Proibido
FanfictionMorgana Ackerman é uma jovem de 21 anos que está em seu último ano da faculdade de administração. Com isso, começa a estagiar na empresa da qual seu pai, Levi Ackerman, fundou junto com seu melhor amigo, Erwin Smith, do qual ela nutria sentimentos d...