Plano

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Os meses se passaram, e eu guardei o segredo da minha gravidez de meus pais e Armin o máximo que pude, mas eu já não tinha mais como esconder: eu estava a poucos dias de terminar o meu curso. Meus pais viriam para a Alemanha, para comemorar minha formatura, e passar as festas de fim de ano. Armin viria depois com Jean, pois ele também estaria se formando, e passaríamos o fim de ano todos juntos. Eu estava muito aflita sobre como todos eles iriam reagir com a minha gravidez, principalmente o meu pai.

- Eu não sei como vai ser, Reiner. Eu tô com medo do meu pai, como as coisas vão ser com ele. Fora as perguntas sobre o pai desse bebê. O que eu vou dizer? Que me envolvi com um cara aleatório e engravidei? Fora minha barriga... Se eu disser os meses certos, eles vão perceber que muito provavelmente eu saí de lá grávida...

- Olha, Morgana, eu tenho uma ideia. – disse, e depois riu, provavelmente por alguma coisa que pensou. – Mas é muito louca, pra falar a verdade.

- Não importa o quão louca seja essa ideia, me fala logo. Aceito qualquer coisa pra sair dessa saia justa. Às vezes eu sinto que vou surtar!

Ele me fitou por alguns momentos, e depois, disse:

- Diga que estamos juntos, que eu sou o pai da criança.

Ele falou com uma naturalidade que me assustou, como se não bastasse a proposta dele me deixar surpresa o suficiente.

- O quê? E como isso funcionaria?

- Simples: você diz que veio pra cá pra ficar comigo, e já nos conhecíamos pela internet, e que você não falou nada porque simplesmente achava que seus pais não aceitariam.

- É, com certeza meu pai não aceitaria uma coisa dessas...

- Depois você mente, diz que está com cinco meses ao invés de seis. Sua barriga não é tão grande, isso ajuda também.

- É, Reiner, mas tem um agravante nisso tudo.

- Qual?

- Você não gosta de mulheres!

- Não, mas eu lhe garanto que sou um ótimo ator.

Cruzei os braços.

- Prove.

Ele pigarreou, baixou a cabeça, e fechou os olhos. Depois levantou a cabeça, seus olhos agora estavam expressivos, ternos, e tinha um sorriso leve em seu rosto. Ele pegou minhas mãos e descruzou os meus braços gentilmente, me agarrou pela cintura, puxando-me para si, sendo atrapalhado pela minha barriga, e passou a outra mão gentilmente na minha bochecha.

- Morgana, você é a mulher que eu procurei por toda minha vida. Você não sabe o quanto eu sou realizado por ter encontrado o amor, a cumplicidade, a confiança, tudo isso em você. Você é tudo pra mim, e agora, estamos unidos para sempre, com esse presente que você me deu. Eu te amo, e vou amar sempre. Você e nosso menino.

Então ele me beijou apaixonadamente, um beijo lento e terno, e eu não hesitei em retribuir. Depois de separar nossos lábios ele me olhava fixamente, e eu me vi hipnotizada pelos seus olhos dourados e sua voz suave perto do meu rosto. Quase sentia o aroma doce de seu hálito, e seu toque era delicado, tanto na minha bochecha, quanto seu braço em volta da minha cintura. Poderia jurar que se minha barriga não o impedisse, ele estava com o corpo inteiro colado no meu. Depois de um breve tempo depois do discurso dele e depois do beijo, eu recobro a consciência de que aquilo tudo era só uma encenação.

- Puta merda, Reiner. Fiquei toda molhada. Tem certeza de que você é gay?

Ele gargalhou.

- Eu disse que era bom em atuação, não disse?

Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora