Litoral

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As duas semanas se passaram e tudo estava pronto para a nossa ida ao litoral, e eu estava feliz porque essa viagem me daria dois ou três dias com meus pais. Não passava tanto tempo com eles, tanto pelo trabalho deles como por conta da minha faculdade e estágio. De vez em quando, eu conseguia dar uma fugida para o departamento da minha mãe para lhe dar um beijo, e ela sempre ficava muito feliz com isso. Eu fazia isso com meu pai também, e ele sempre brigava por eu estar "matando trabalho". Mas ele ficava feliz também, eu conseguia ver um sorrisinho no canto da sua boca no meio da bronca que ele sempre me dava. Eu adorava irritar meu pai desse jeito.

Tinham sido duas semanas difíceis: eu estava quase sempre muito tensa por estar sempre tão perto do meu chefe. Eu conseguia fazer minhas coisas normalmente, mas só de sentir a respiração de Erwin perto de mim, só de ouvir sua voz grave, eu já ficava toda arrepiada. Um toque dele, e um choque percorria todo o meu corpo. Eu não sabia por quanto tempo mais eu conseguiria suprimir minhas vontades, mas eu ainda estava firme. Sempre que eu pensava na possibilidade de agarrar Erwin saciar meus desejos mais sujos, tudo o que vinha na minha mente eram meus pais e Armin, e que tudo o que mais importava pra mim poderia se desfazer da noite pro dia.

Não podia correr esse risco.

Eu estava desesperada e precisava liberar essa tensão e tirar Erwin da minha cabeça, então eu fiz uma coisa que eu normalmente não faria: instalei um aplicativo genérico de paqueras. Passando pelos perfis, vi que haviam muitos rapazes bonitos e que pareciam ser bem interessantes pelas suas descrições, e um deles eu tive uma conversa mais fluida, e parecíamos ter uma conexão boa.

- Eren... Jaeger?

- Sim, Armin. Bonito nome, você não acha?

Nós estávamos no meu quarto do hotel desfazendo minhas malas, enquanto eu falava do jovem do qual eu estava saindo. Armin estava curioso sobre ele, e eu adorava falar sobre minhas coisas com Armin. Apesar de eu estar apaixonada pelo pai dele, eu tinha Armin como um irmão, e nós sempre nos demos muito bem.

- Sim, bonito nome. Mas o dono do nome também é bonito?

Eu peguei meu celular e mostrei uma foto de Eren para ele: olhos verdes, cabelos presos num coque descuidado, alto, magro bem definido...

- Ele tem cara de ser bem rebelde, esse Eren. Perfeito pra você, já que você adora os rebeldes com atitude, não é mesmo?!

Ele fez uma cara maliciosa pra mim, e eu comecei a rir, enquanto continuava colocando minhas roupas no guarda-roupa do quarto.

- É, eu acho bem mais interessante. Fora que ele é muito bom com os dedos...

- Morgana! Você não vale nada, sabia?!

Eu gargalhei com a cara de surpresa que ele fez diante da minha declaração, e ele riu junto comigo. Eu terminei de arrumar minhas coisas, peguei um biquini e fui me trocar.

- Vamos na praia, quero pegar um pouco de bronzeado.

Eu vesti o biquini com uma saída de banho, peguei uma toalha, um óculos escuro e um protetor solar, e partimos para a praia, que ficava em frente do hotel que estávamos hospedados.

Ficamos lá o resto da manhã pegando sol, tomando água de coco e jogando conversa fora. Meus pais e Erwin estavam na praia também, e eu praticamente não conseguia parar de olhar para Erwin, com um short fino e sem camisa. Por vezes, ele ia tomar banho no mar, e eu ficava admirando aquela visão do paraíso por baixo dos meus óculos: Erwin saindo do mar de sunga preta, com os cabelos molhados, o corpo com as gotas de água salgada, e o sol iluminando seu corpo que parecia ter sido esculpido por anjos de tão perfeito que era.

Ele era a personificação da tentação feita especialmente para mim.

Na hora do almoço nós voltamos para o hotel, e almoçamos todos juntos. Eu podia perceber que Erwin não tirava os olhos de mim, e eu ficava apreensiva sobre alguém perceber a fixação dele em mim, mas aparentemente ninguém percebeu, o que me deixou aliviada.

Passei a tarde com Armin, assistindo filmes, e depois ficamos na varanda de seu quarto conversando sobre as coisas no estágio. Eu fiquei feliz por meu pai estar sendo legal com Armin. Se fosse eu, com certeza ele não me daria folga alguma, e sempre pegaria no meu pé. Meu celular tocou de repente e eu vi que era Eren me ligando, e eu atendi prontamente.

- Oi, Eren! – disse, entusiasmada.

- E aí, gatinha. Como estão as coisas no litoral? Liguei só pra ouvir sua voz...

- Ah, estão bem, muito bem. Queria que você tivesse vindo com a gente, seria muito mais legal...

- Talvez da próxima. Acho que seu pai não vai muito com a minha cara. – Ele ri.

- Meu pai é assim com todo mundo, não esquenta.

- Enfim, liguei só pra saber como você está mesmo. Depois nos falamos, gatinha. Aproveite a viagem, e se eu não conseguir falar com você amanhã, já vou deixando um feliz aniversário pra você.

- Obrigada, Eren! Nos falamos depois então. Beijinho.

Á noite, eu e Armin fomos para o bar do hotel, onde estava tendo música ao vivo. Ficamos lá bebendo juntos, e teve alguns momentos que ele me deixou sozinha por alguns minutos, e por conta disso automaticamente meus pensamentos foram para o meu chefe. Era uma tortura ter que me contentar com apenas imaginar seu corpo no meu, suas mãos grandes passeando pelo meu corpo de novo...

Depois de algumas horas e alguns drinks, eu voltei para o meu quarto, e me preparei para dormir. Tomei um banho quente, vesti um pijama e assim que me preparei para deitar, alguém bateu na minha porta, e quando eu abri, meu coração quase saiu pela boca.

Erwin estava com a mão escorada na parede para se apoiar, e ele estava um pouco diferente. Ele estava com suas rotineiras roupas formais, mas sua gravata estava bem frouxa, na altura do meio de seu peito, a camisa com alguns botões abertos, deixando a mostra o suficiente de seu peito para me deixar desestruturada, e os cabelos meio bagunçados. Ele parecia estar irritado com algo, e sua expressão não estava normal. Ele provavelmente tinha bebido.

- Erwin?! O que está fazendo aqui a essa hora?

Ele ignora meu questionamento, e pergunta:

-Quem é Eren?

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