Passei o resto da manhã inteira em casa, e à tarde, tinha combinado de ir pra casa do Armin, fazer companhia a ele e a Jean. Fizemos uma festinha só nós três, e foi muito divertido, fazia muito tempo que eu não passava um tempo assim com o meu amigo de infância. O ver tão bem com o namorado me deixava muito feliz, mas eu sentia uma pontada de inveja ao pensar na minha própria situação. Eu nunca poderia ficar assim com Erwin. Nosso relacionamento estava fadado a existir só entre nós dois. E isso, aos poucos, estava começando a me deixar triste.
~ Morgana? ~
No começo era bom um romance cheio de perigos e adrenalina, meu coração saltava pela boca sempre que eu o encontrava. Ainda fico assim, mesmo depois de quatro meses, e pouquíssimas foram as vezes em que nos beijamos em "público". Duas vezes, no máximo. Era como algo que não existia de verdade, pois praticamente só nós sabíamos. Às vezes, eu queria poder sair com ele como casais normais: andar de mãos dadas, ir ao cinema, caminhar na praia...
Desejos que provavelmente permaneceriam somente na minha imaginação.
~ Morgana! ~
Mesmo com tudo isso, eu estava feliz com ele, feliz demais. O tempo que passávamos juntos era simplesmente maravilhoso, e ele sempre foi muito carinhoso, atencioso, educado, cavalheiro, ao passo de que era voraz, insaciável, violento e safado, quando o momento era adequado. E ainda, sincero, sério e profissional, no trabalho. Mas até mesmo no escritório, ele sempre demonstrava afeto quando tinha uma pequena brecha, e eu adorava isso.
- Morgana!!! – Armin gritava, me balançando de leve pelo ombro.
- Hum?
- Aconteceu alguma coisa? Estou falando com você faz horas!
- Desculpa, Armin, eu estava com a mente distante. Do que você falava?
...
Três dias depois meu pai voltou de viagem, e eu o recebi com um abraço caloroso. Ele, de mau humor como sempre, dizia o quanto a viagem toda foi inútil, que uma reunião por videochamada teria resolvido tudo, sem a necessidade de viajarem.
Meu celular vibrou no meu bolso, e eu vi que era uma mensagem de Erwin, o que me fez sorrir.
"O motorista irá te buscar hoje à noite. Esteja pronta às 20h."
Saí de casa no horário marcado, e lá estava o veículo prata me esperando. atravessei a rua e entrei no carro, no banco de trás.
- Boa noite, Bertholdt!
- Senti sua falta.
Eu me assustei ao ouvir a voz de Erwin, e quando olho para frente, o vejo olhando pra mim pelo retrovisor, sorrindo. Era ele quem estava dirigindo.
- Erwin! Onde está o Bertholdt?
- Dei folga pra ele hoje. Gostou da surpresa?
Levantei do banco e me aproximei dele, virando o seu rosto e depositando um beijo rápido na sua boca.
- Adorei. E também senti sua falta. Mas espera, eu vou pro banco da frente.
E assim eu fiz. Coloquei o cinto, e seguimos viagem.
...
Depois de fazermos amor, ficamos na hidromassagem, tomando champagne, enquanto ele falava sobre a viagem e dizia a mesma coisa que meu pai, sobre a falta de necessidade de eles estarem lá pessoalmente.
- Pareciam um bando de incompetentes. Muitas coisas mal organizadas, e isso foi o que me deixou com mais raiva. Não precisava de jeito nenhum eu e Levi termos saído daqui. Bastava uma simples reunião por videochamada, e no caso das assinaturas, bastava escanear os documentos e mandar de volta pra lá, assinados. Mas de qualquer forma, tudo deu certo.
- Bom, o triste de tudo isso é que ficamos três dias separados...
- Às vezes, saudade é bom. – Ele disse, e sorriu. – Ah, e eu trouxe um presente pra você.
- Um presente? – Pergunto, curiosa. – O que é?
Ele se levantou da hidro, se secou e enrolou a toalha na cintura, indo até o seu paletó, e tirando um pequeno embrulho do bolso dele.
- Vem cá. – Ele disse, sentando na cama e batendo em sua coxa.
Eu sorri e fui, depois de me secar e vestir um dos roupões. Cheguei perto dele e sentei em seu colo. Ele abriu uma caixinha preta de veludo, relevando um lindo e delicado anel. Meus olhos brilharam, e eu peguei o anel. Era de ouro branco, e havia uma pedra em um tom suave de rosa. Nunca tinha visto uma joia com aquela pedra.
- É um cristal conhecido como "esmeralda rosa", ou "berilo-cor-de-rosa", mas o nome dela é Morganita. Eu a vi em uma joalheria de Liberio, e lembrei automaticamente de você. Ela é bem rara, e nunca vi uma joia com uma pedra dessas aqui em Paradis.
- Erwin... é linda... Morganita, o nome? Nossa, meu nome é praticamente o mesmo! Será que meu pai colocou meu nome por causa dessa pedra preciosa?
- Não tenho a mínima ideia. – Ele pegou o anel da minha mão, e o colocou no meu anelar esquerdo. – Dizem que a Morganita atrai o amor e ajuda a conservá-lo, e que ela estimula pensamentos e atitudes amorosas para que a vida seja aproveitada da melhor forma. Eu não acredito muito nessas coisas, mas eu sei que quero conservar o que temos, e quero aproveitar o que temos da melhor forma, porque eu te amo.
Eu só podia estar delirando...
- O quê? Você disse...
- Que te amo. Não quero mais viver sem você, mesmo que tenhamos que viver sempre assim, escondidos. Eu sei que isso pode ser chato, queria poder sair por aí com você como casais normais, mas eu não me importo. Desde que você esteja comigo, eu não me importo.
Eu sentia meu corpo inteiro vibrar de tanta alegria em ouvir toda aquela declaração dele. Eu não tinha nem palavras pra expressar o quanto aquilo significava pra mim, e eu simplesmente pulei em seu pescoço, o abraçando forte, com as lágrimas rolando pelo meu rosto.
- Erwin... eu também amo você, eu amo demais... também queria poder gritar pros quatro cantos que estamos juntos, mas o que mais me importa é estar com você. Você não tem ideia do quanto ouvir isso de você me deixou feliz...
Ele parecia respirar aliviado, e me abraçou forte também, afundando seu rosto na curva do meu pescoço.
- O que depender de mim, nada vai nos separar. Vou estar sempre do seu lado, Morgana, eu prometo. Por mais que isso coloque minha cabeça numa guilhotina... – Disse, soltando um riso leve. – Seu pai me mataria, eu tenho certeza disso. E eu posso entender, eu não sei o que eu faria se estivesse no lugar dele.
- Ele não vai te matar se ele nunca descobrir. – Disse, enquanto o puxava para deitar na cama junto comigo.
- É justo. Mas às vezes eu fico perdido nos meus pensamentos, imaginando o que aconteceria se alguém descobrisse...
- Então não pense mais nisso. O que importa é somente nós dois, e nada mais. Vem, me abraça.
Eu virei de costas pra ele, ele puxou o cobertor e me abraçou pela cintura, enquanto eu me encaixava no seu corpo, e eu adormeci olhando para o anel que ele havia me dado de presente, e sorrindo enquanto lembrava das suas palavras.
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Fruto Proibido
FanficMorgana Ackerman é uma jovem de 21 anos que está em seu último ano da faculdade de administração. Com isso, começa a estagiar na empresa da qual seu pai, Levi Ackerman, fundou junto com seu melhor amigo, Erwin Smith, do qual ela nutria sentimentos d...