Capítulo Sete

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O auditório está cheio, nos fundos, alguns estão de pé, simplesmente porque não querem ter o trabalho de procurar lugares ou para aproveitar para fugir dali a qualquer momento.

Os pais de alguns estão presentes, assim como minha mãe, que está sentada ao lado de Natalie, e ela do meu. Jason, Hanna e seus responsáveis estão a três fileiras na nossa frente, pois foram os únicos lugares que conseguiram, nós chegamos cedo e pegamos os melhores.

O diretor discursa no palco, ele explica como será feito o baile no final do próximo mês, o tema será "A Idade Média" e todos devem vir caracterizados, parece bem mais interessante do que no cartaz.

Vai ser em um sábado à noite e terá apresentações teatrais, com direito a buffet. Depois, exposição dos trabalhos de história, como um museu, e por fim, música e dança, que é o próprio baile.

Eu gostaria bastante de convidar Natalie para ser meu par da noite, porém, depois de seu encontro com Jerry, não acredito que vá aceitar, provavelmente irá com aquele imbecil, pois os dois andam se encontrando nos corredores a semana toda. Nesses momentos, sou obrigado a me afastar, logo agora, quando estava adorando conhecê-la melhor.

Semana passada nós resolvemos caminhar pelo bairro, começamos passando numa antiga casa abandonada no fim da nossa rua, Natalie queria desesperadamente entrar lá, alegando que o seu sonho era conhecer uma casa mal assombrada e viver uma espécie de filme de terror da vida real, com direito a gravações caseiras e fantasmas. Por mais bizarro que fosse esse seu desejo inusitado, estaria disposto a entrar se fosse uma atração pública ou algo do tipo.

Ela insistiu tanto, mas tanto, que quase fomos. Porém, desistimos, porque o terreno ainda é propriedade do velho Jacob, e bem, não queremos arrumar problemas já que o homem sempre fez questão de cuidar muito bem de suas terras. O cara está desaparecido, mas não queria ter a surpresa de finalmente encontrá-lo em sua própria casa e acabar descobrindo como ele defende suas posses de intrusos. De qualquer forma, nos divertimos muito, lembro de sentir que estava na melhor fase da minha vida.

No dia seguinte, Natalie teve alguns problemas com algumas garotas da escola, Helena e sua turma, que são líderes de torcida do futebol americano. A implicância foi apenas pelo fato dela estar ganhando popularidade muito rápido, fruto de sua beleza e gentileza, que fez os garotos do time se interessarem. Além de provocações, as meninas tentaram ridicularizar a novata com piadas de mal gosto e sugerindo que ela não passava de um rostinho bonito.

Porém, o que achei que poderia perdurar pelo resto do ano foi resolvido em um dia, com um soco no nariz de uma e um chute no estômago da outra, de acordo com a própria Natalie. Resultado: quase fomos para a delegacia.

Eu conheço Helena bem o suficiente para saber que a culpa disso tudo foi dela, o que me faz lembrar que antes ela costumava pegar muito no pé de Beth, e eu sempre tentei ajudar a ruiva a se livrar de sua perseguidora.

Natalie disse não ter usado a sua super força recém-descoberta contra as meninas, mas ao ver o estado do rosto das agredidas, não acreditei que foi apenas isso. Se bem que se a garota tivesse realmente aplicado sua força em sua plenitude, acredito que poderia matar essas garotas, porque descobrimos que sua força é aparentemente maior do que qualquer um de nós.

O que estragou esses momentos quase perfeitos e me chateou é que no final do dia da briga, Natalie queria que eu conhecesse Jerry, dizendo que era um cara legal. Não falei nada sobre sua fama, ou mesmo sobre meu passado com ele, só recusei explicando que não tínhamos muito em comum. Natalie achou bem estranha minha resposta, já que somos do mesmo time de basquete e reclamou comigo, sugerindo que eu só estava sendo egoísta por não querer conhecer seus novos amigos.

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