Capítulo Vinte

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– Você ao menos sabe dirigir? – pergunto, com os olhos arregalados.

– Meu pai me deixava dirigir no bairro em que eu morava – Natalie responde. Ela faz uma curva brusca com o veículo, e por um triz não acerta uma idosa. – Bati o carro pelo menos quatro vezes e um dos meus vizinhos ficou na cadeira de rodas por seis semanas.

– Ai meu Deus! – esfrego as mãos nervosamente na testa.

Pelo retrovisor, vemos dois SUVs pretos nos seguindo de perto. Um deles bate na nossa traseira com violência, o que nos faz ir para frente dos bancos com um tranco. Mudamos para as faixas ao lado, sempre em zigue e zague. Um dos soldados atira sem parar em nosso veículo, mas Natalie é ousada o suficiente para ir na contramão, o que me faz grudar as mãos no banco. Tenho que fazer alguma coisa. Se eu conseguir usar meu poder de manipular o ar talvez eu consiga virar esses carros.

O segundo veículo se aproxima de nós pela lateral do motorista. Por um momento, olho para as ruas adjacentes, na esperança de ver nossos novos amigos surgirem em um dos carros roubados. Mas não os vejo. Pegamos ruas diferentes por conta de toda a confusão, e agora, estamos sozinhos novamente.

– Quero tentar uma coisa. Segura o volante.

– O quê?

– Segura! – ela não tira o olhar do carro ao lado.

Eu faço o que Natalie pede e guio o carro. O veículo inimigo se afasta por duas faixas. Quando ele volta para tentar nos tirar da pista com uma batida, a garota dá um soco através do vidro. Um soco tão forte que o SUV amassa, perde o controle e capota. Agora só temos mais um.

– Pode cuidar desse outro? – ela dirige com a cabeça abaixada, assim como eu, assim que os disparos começam novamente.

Fecho os olhos, e peço ao meu corpo debilitado que me dê poder. Aperto os punhos com toda a minha força, e busco no mais íntimo do meu ser a sensação que confirma que posso usar minhas habilidades. Sinto que o ar me responde, ele está pronto para me ajudar. Viro para trás, e foco meu olhar naquele veículo, tensionando os músculos debilitados. Com um movimento de mãos e um grito, mando o ar empurrar a lateral da SUV. Leva apenas alguns segundos para que o veículo fique instável, e mais alguns poucos para que saia da estrada e capote.

– Conseguimos!


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– Tudo bem?

– Na medida do possível – respondo. Os olhos estão pesados e quase não sinto o braço esquerdo, além de mal conseguir me mover. Parece que mesmo tendo recebido o auxílio de Hope, ainda estou mal.

Estamos em um hospital pequeno na fronteira da cidade, apenas Natalie e eu. Descobrimos que estamos em Chicago. Fugimos da base militar daqui, que parece ser comandada por Jack, ou supervisionada. Por isso a garota tinha tantas informações sobre as bases, porque ela faz parte disso. A história que contou sobre seu pai deve ser uma grande mentira, assim como a sua falsa expressão melancólica.

Império dos Três [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora