Capítulo Trinta

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Sinto meu peito apertar intensamente, mal consigo respirar com a tensão do momento, Natalie está fora de controle, estamos correndo como nunca pelos corredores, sendo perseguidos pela princesa, Rachel, Lukas, Heather e eu, os únicos ainda de pé. Não sabemos se os outros estão vivos na sala de controle. Tentamos lutar lá, mas não fomos páreos, mesmo atacando em conjunto e de forma coordenada, a garota nos leu como um livro, tudo por conta de sua singularidade, que lhe permite ter sensações que se traduzem em vantagens, além de aumentar seus poderes exponencialmente.

Um som de pancada se faz, não muito longe, a princesa acaba de transpassar uma parede a alguns metros atrás de nós enquanto descemos para o depósito, na tentativa de pegar alguns tanques de nitrogênio líquido e com sorte, congelá-la ou ao menos imobilizá-la.

– O que foi que aconteceu!? – Lukas berra, aterrorizado. Seus olhos ficam úmidos com as lágrimas – A Hope... Ela... Matou a Hope.

Na mesma hora, me vem a visão de como tudo aconteceu: Depois que a princesa se levantou, ela bateu a cabeça dos dois garotos que a seguravam uma contra a outra e nessa hora, a inocente moça achou que poderia se aproveitar da distração do momento para atacá-la pelas costas. No exato instante, Natalie girou o corpo e deu um soco tão forte na cara de Hope que sua cabeça praticamente explodiu com o impacto, matando-a na hora, sem dúvidas.

– Tentamos avisar vocês sobre a singularidade – Rachel lamenta, pegando armários encostados nas paredes e jogando no meio do caminho para atrapalhar nossa perseguidora.

Nossa oponente temporária nem se dá ao trabalho de desviar ou pular, ela simplesmente mantém a corrida constante, jogando para longe qualquer coisa que apareça na sua frente.

– Não consigo... Mais! – Heather proclama entre bufadas.

Ela está um pouco mais atrás do que nós, devido à sua pequena estatura.

Natalie obtém êxito em chegar até a loura, pegando-a pelo pescoço e pressionando contra a parede. Todos paramos e voltamos para tentar ajudar, porém, antes que possamos alcançá-las, a baixinha se defende de um soco usando o seu poder mental, que faz um estalo grotesco na cabeça da princesa, afastando-a por alguns instantes.

Quando a puxo pelo braço, é o tempo exato em que Natalie iria atingi-la, e com isso, mais uma parede desmorona, deixando à mostra suas estruturas metálicas internas, a cada golpe seu, todo o prédio vibra.

Nossa adversária não desiste, ela se dirige a mim, comprimindo ainda mais os dedos na mão. Tudo fica lento, porém, a garota não é afetada por essa lentidão, me esquivo por pouco de um soco no queixo e em seguida, um cruzado de esquerda. Antes que tudo volte ao normal, a princesa ainda consegue girar o corpo para me abater com um chute. Eu abaixo e empurro Heather para trás, ao mesmo tempo em que tento recuar um passo, mas acabo tropeçando e caindo de costas.

Imediatamente rolo para o lado, resguardando-me do soco que vinha em meu peito. Sou arrastado por alguém antes que essa parte do piso ceda de vez. Heather dá um passo à frente, sua expressão exterioriza sua indignação, por conta dos acontecimentos na sala de controle, e das possíveis várias vítimas que Natalie fez.

– Por favor, pare! Não quero te matar! – A baixinha brada para a princesa, que a ignora e avança em sua direção.

Uma veia saltada surge na testa suada da loura, ela fecha os olhos por um segundo, e se concentra.

Quando abre, e o olhar dela se encontra com o de nossa adversária, além do estalo, a cabeça de Natalie começa a tremer e ela parece perder o equilíbrio, mergulhando no chão de quatro, tudo lá dentro está sendo atingido por ondas destrutivas geradas pela mente de nossa aliada, o nariz e os olhos de Heather sangram, a moça abre a boca de uma maneira bem exagerada, apenas para gritar com toda sua força enquanto usa o máximo de seus poderes para tentar parar a princesa.

Império dos Três [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora