ATENÇÃO:
Este capítulo foi retirado de um dos meus vários contos do universo de IDT (Império dos Três), que serão lançados diretamente para a Amazon.
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À medida que as luzes frias lançavam-se das luas emergentes no céu, cada qual conforme sua própria órbita, o meu olhar deslizava pelo que um dia foi Voluptua, a capital. A estátua danificada da Grande-Mãe se tornou o centro do caos, de onde vários dos nossos soldados montavam posições privilegiadas para disparar nos humanos, que mais uma vez, invadiram nossa casa. Fogo, tiros, bombas, gritos. Dor. Era tudo que o ambiente ao redor me entregava. Do alto de um prédio, meus olhos capturaram horrorizados, homens atirando em inocentes, combates corporais confusos acontecendo. O brilho de suas lâminas prateadas eram lentamente encobertos pelo sangue do nosso povo. Bombardeiros ferozes faziam as casas crepitar dentro das chamas, e era o que fazia a cidade cintilar naquela noite. A guerra.
Sabia que apenas nós, as Valkar, poderíamos lidar de fato com a situação. Cada uma de nós conseguia deitar pelo menos mil humanos. Eu tinha que ajudar. Com a mão tremendo em lividez, toquei o meu multitarefas no pulso, selecionando a opção para trazer meu traje de batalha.
– Não – uma voz feminina ressoou atrás de mim, interrompendo o processo.
Encaminhei minha atenção para ela, e para as demais princesas que surgiram logo em seguida. Estavam todas devidamente equipadas, a roupa escura colada ao corpo, com luzes do traje em formatos circulares preenchendo os braços em pontos estratégicos, e as costas.
– E deixar eles acabarem com tudo? Prefiro a morte!
– Scaryla, por favor. Sabe que não pode lutar nesse estado. O bebê pode correr riscos – Melie suplicou. Sua voz tentava suavizar a situação.
Todas desviamos de um míssil que vinha em nossa direção. A última princesa é rápida em destrui-lo, ainda em voo.
– Pense nas vidas que essa criança poderá salvar. Protegê-la também significa proteger o povo.
– Não devia acontecer assim. Eu ainda posso lutar. Ainda posso acabar com a raça de todos eles!
– Não duvidamos disso, você é uma das Guardiãs mais fortes. Porém não queremos que mais uma criança se perca. E essa, em especial, a Singularidade me diz que esta princesa poderá finalmente colocar um fim a essa guerra. Acredite em mim – Stinker, a Valkar dominante pegou minhas mãos, me fitando de perto.
Refleti. Nunca quis ter essa criança, porém a doutrina exigia, que quando completássemos determinada idade, um novo membro da família real teria que ser gerado. Tudo para o bem do nosso povo, para que nossas Valkar continuem nosso legado, nosso dever de proteger. As pupilas brilhantes de Stinker lavaram minha alma, enquanto as demais, usando suas habilidades, atacavam os caças inimigos que zuniam em altíssima velocidade, visto que nossa força aérea não era capaz de subjugá-los.
– Tudo bem. Mas eu só saio se for sozinha para o abrigo. E vocês vão ajudar os cidadãos.
Sabia que elas não iam gostar da ideia, porém já bastava eu fora de combate. Duas seria pior. As Valkar, pouco a pouco, concordaram com reticências a minha condição imposta. As minhas companheiras me engoliam com seus olhares numa mistura entre receio e ternura.
– Então dê a sentença real para nós – uma sugeriu.
Suspirei.
– Eu, Scaryla, pertencente à oitava casa de Zeda, a Grande-Mãe, a Única Rainha, a Guardiã dos Zedar, prometo que guardarei repouso no bunker principal, protegendo assim a vida dessa criança dentro de mim.
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Império dos Três [Completa]
Science FictionBenjamin Taylor começa a ter sonhos estranhos com uma desconhecida garota e em um lugar que nunca esteve. Após os acontecimentos tomarem uma proporção conflitante, o jovem garoto decide ir em busca de Natalie, a garota que tanto o atormenta em sua m...