Capítulo Vinte e Dois

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Agora me lembro de tudo, perfeitamente, após algumas horas de muita conversa, explicações e insistência, consegui, o meu cérebro foi capaz de obter todas as memórias que ainda não tinha.

Nós não somos seres humanos, somos alienígenas, invasores. Estamos aqui para colocar um fim em todo mal que a humanidade causou, não a humanidade que vive aqui, e sim todo o restante dela, que são os que vivem fora da Terra. As pessoas desse planeta não sabem, mas a sua raça é uma conquistadora de muitos sistemas solares há vários séculos. Existe uma sociedade humana inteira fora daqui que são capazes de feitos impressionantes, a humanidade da Terra são os menos avançados de todos e só não sabem disso porque os humanos extraterrenos através preferiram manter o seu berço da civilização puro, deixando-os seguir seus próprios caminhos sem interferência direta.

Por que queremos acabar com a raça humana? Simples, os humanos extraterrenos vem travando uma guerra contra nós, os Zedar, ou a raça de Zeda. É uma guerra que não começamos, nem provocamos. Eles, num ataque covarde, destruíram nosso planeta natal, Dorivon. Por isso estamos aqui, para dar o troco. A segunda humanidade, modo como os chamamos, sabiam que atacaríamos de volta, e por isso, criaram uma super-barreira em torno de sua galáxia, a via láctea. Os Zedar não são tão avançados tecnologicamente se comparados com os humanos de fora da Terra, mas comparados aos terráqueos, somos deuses.

Existem dois caminhos a seguir para a evolução de uma sociedade como um todo: a tecnologia e a naturalidade. Nossa raça seguiu o caminho natural, então desenvolvemos habilidades sobrenaturais, os nossos poderes, séculos antes da humanidade extraterrena, que, por sua vez, preferiu investir mais em tecnologia. Descobrimos que da fase dos poderes, existe um novo degrau da cadeia evolutiva: a Singularidade. Ser singular significa ter uma conexão com o próprio universo e suas forças. Como resultado, todas as habilidades do indivíduo são potencializadas de uma forma absurda. Por isso a cura de Natalie é tão rápida, por conta dessa conexão que existe entre ela e as forças elementais, o que eleva ao máximo seus poderes, seus sentidos e sua força física. É raríssimo alguém chegar nesse nível. Apenas duas pessoas conseguiram: Zeda, a guerreira que basicamente redefiniu nossa sociedade há pouco mais de um milênio, e Natalie, descendente direta dela. A princesa, de uma forma inexplicável, nasceu Singular, ao invés de ter se tornado com o passar dos anos. Por isso, desde de criança, ela sempre foi muito requisitada, pois seus poderes avançados representam uma grande vantagem na guerra. Não temos relato de nenhum ser humano que chegou à Singularidade, mas sabemos que eles tentam de tudo para se igualar a nós, com suas ferramentas e máquinas futuristas.

A humanidade extraterrena criou uma tecnologia que destrói toda e qualquer vida que passa pela barreira que protege a via láctea, além de repelir possíveis ameaças, como disparos e coisas do tipo. O problema é que não tínhamos ideia de como essa defesa funciona, e numa ação desesperada, desenvolvemos uma forma de invadir a Terra. Usando o poder de dois dos Mestres do nosso conselho, conseguimos. Através das habilidades de um, abrimos um buraco na defesa, e nossas naves passaram. Quando chegamos à Terra, o outro Mestre nos colocou dentro de fetos humanos, tomando o lugar deles. Era uma missão secreta, sabíamos que as naves que passaram pelas barreiras seriam abatidas antes mesmo de ter a chance de começar o ataque à Terra. Com a troca de corpos, estaríamos no centro da civilização humana, e sem que eles fizessem ideia. Sabíamos que perderíamos a memória, porém, deveríamos tê-las recuperado com, no máximo, seis anos de idade. Nessa fase, os nossos corpos cresceriam de maneira exponencial, os poderes voltariam e os cinquenta mil soldados enviados para cá dominariam o planeta. Porém, parece que algo deu errado. De qualquer forma, conseguimos, estamos no lugar de seres humanos, mas com a mente e força de um legítimo Zedar.

Para nos dar cobertura, Allie, o nosso líder do Conselho dos Mestres, e suas tropas atacam incessantemente os humanos que tentam entrar e os que saem da barreira, abatendo toda e qualquer nave inimiga. Tratamos de cortar as comunicações da Terra com os extraterrenos através de alguns dos nossos espiões que foram enviados para cá em naves antes de nós e da barreira ser construída. Se até agora não chegou nenhum exército da outra humanidade aqui, é porque está dando certo. Os humanos de fora, como Any e Fredrik provavelmente já estavam aqui desde o começo da nossa infiltração. E isso explica a desorganização nos ataques contra nós nesse planeta de água, além da nossa identificação. Algo que se fosse dos extraterrenos, com certeza estaríamos todos mortos. A única incerteza que temos é a respeito de Jack, ela parece ser uma de nós. Pode ser uma traidora.

Império dos Três [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora