Capítulo Trinta e Três (Final)

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Cinzas, mortes, destruição, caos, é tudo que vemos na nossa frente, a paisagem está toda tomada por um tom acinzentado, soldados do exército Australiano gritam uns com os outros ao longe, enquanto a guerra acontece a algumas esquinas de nós, um homem se arrasta em nossa direção implorando por ajuda, ele não consegue se levantar, não porque as pernas estão feridas e sim por não tê-las mais. Ficamos em silêncio, respeitando suas últimas palavras, até que seu corpo não resista mais.

Caminhamos todos em grupo por uma das avenidas da cidade destruída, aquele paraíso tropical já não existe, tudo de belo que a cidade exibia com tanto orgulho desapareceu para dar lugar à guerra. Ver essas cenas me faz lembrar dos vários ataques que os humanos executavam em todos os planetas habitados por nós, com a diferença de que eles o fazem numa escala bem maior, sem hesitar.

Tentamos nos afastar da batalha, saímos por um beco e seguimos uma rua vazia até que os sons dos disparos desapareçam. O sol ainda nos castiga com seus raios de luz, e nossa bagagem lotada de comida e remédios não ajuda muito. Nos escondemos dentro de uma loja de televisores quando ouvimos ao longe o barulho dos motores dos caças cortando o céu.

– O que faremos agora? – Lukas diz, com o olhar cabisbaixo. – Perdemos o único lugar que era seguro.

– Vamos encontrar um lugar, em Sydney, nossos amigos estão nos esperando lá – Rachel explica, se referindo ao chamado que recebemos.

– Gente, olhem isso – Heather vira uma televisão ainda funcionando para nós.

Um telejornal reprisa a transmissão que ocorreu de uma pessoa correndo na mesma velocidade de um carro no meio de uma rua, aparentemente é na capital do país. Os militares abrem fogo contra ela, mas chamas surgem em seu corpo e são expelidas em todos, queimando-os vivos. A legenda diz que a garota matou centenas de pessoas por toda a cidade há quatro horas.

– Jack – Natalie comenta.

Quando um tanque de guerra aparece e dispara na moça, ela salta, evitando o projétil e aterrissa sobre a torre do veículo. Em seguida, arranca o canhão com as próprias mãos. Depois, seus olhos se voltam para o helicóptero que a filma. Um dos soldados sai de dentro do tanque, e a interrompe, tentando atirar nela, mas Jack é mais ágil e derrete seu rosto com as chamas.

– Essa não é a humana que te enfrentou? – Marina questiona, incerta do que está dizendo.

– A própria – a garota estreita os olhos. – Por que ela tá matando humanos?

– Talvez ainda esteja interessada em se aliar a nós, mas não sei se fazer isso ajuda – respondo.

Jack flexiona bem as pernas e salta, indo bem na direção da câmera que a filma no helicóptero, pela visão que temos, o cameraman se afasta com um grito e deixa o objeto escorregar de suas mãos enquanto o piloto tenta retomar a estabilidade do voo, eles largam xingamentos aleatórios. Vemos uma mão pegar o objeto e voltá-lo para si.

– Povo da Terra, venho anunciar que nós, a raça de Zeda, tomaremos esse planeta de vocês... É... Somos alienígenas, e vamos destruir tudo – a moça fala com uma voz forçada e entrega de volta a câmera para o cara. Juro que a vi revirando os olhos por um segundo.

– Desgraçada! Está tentando nos incriminar, voltando a humanidade daqui contra nós.

A gravação continua, Jack se segura na beirada do helicóptero, a câmera acompanha o momento exato em que ela abre a mão, fazendo uma bola de fogo surgir de sua mão, a coisa vai crescendo e crescendo até ficar ridiculamente grande. Depois, a garota se solta e ainda no ar, as chamas aumentam ainda mais, tornando-se quase como uma mini estrela, que deve ter o tamanho de um campo de futebol, quase dá para sentir o calor daqui. A moça finalmente arremessa o fogo na terra, quando a bola toca o chão, ele se alastra por todos os lados, consumindo qualquer coisa que vê pela cidade. Num segundo, tudo é engolido pelo fogo. Jack some no meio de suas próprias chamas.

Império dos Três [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora