Ninho das cobras

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P.O.V. Hermione

Uma semana atrás

Sinto como se narcisa estivesse tramando algo, como se ela conhecesse todos os meus segredos, pelo jeito superior com que me olhava, dando-me um sorriso sínico de canto de lábios. Algo estava muito errado.

No dia do aniversário de Lissa, despistei Draco dizendo que íamos fazer compras. Ele aceitou numa boa, contudo, Lissa e eu íamos para Azkaban. Estava decidida a tira-lo de lá. Não poderia deixa-lo ser beijado por um dementador, não, isso nunca.

Lissa tentou me convencer a, pelo menos, contar ao Draco, mas eu estava irredutível, não contaria nada a ele, se ele fosse descobrir que Viktor estava livre, que fosse pelo profeta diário – sem meu nome envolvido, é claro - então ele teria um acesso de fúria que passaria depois de alguns beijos.

- Quinn, digo, Senhor Ministro. – o cumprimentei na entrada de Azkaban. - precisamos conversar.

Dias atuais

Depois de três semanas, sentia que estava me aproximando da liberdade, foram três semanas de férias, vulgo inferno. Esta seria a última antes de voltarmos á Hogwarts. E... obrigado Merlin. Muito obrigado.

Apenas mais três dias, e tudo acabaria, eu finalmente poderia voltar para minha vida normal, e nunca mais voltar a mansão Malfoy. Lissa decidiu por bem que hoje seria a noite perfeita para sua fuga, eu estava empolgada, mais que ela. Sentia seu medo, mas sentia também que era seu desejo.

- Você vai ter que dormir no meu quarto. – eu disse de repente. – afinal, temos de passar mais tempo antes de... ah, você sabe, você cair nos braços do seu grande amor. – eu ri. Ela apenas concordou com a cabeça, mas sorrindo também.

- Já que é assim, logo escurece e nós vamos ter de comer muitas coisas, vou descer a cozinha e você prepara alguma coisa para passarmos o tempo.

Dito isso desci as escadas para a cozinha, mas como nada é perfeito, esbarro em Narcisa, que me olha como uma possuída pelo demônio.

- Ficou cega? – ela perguntou esperançosa.

- Pouco provável. – eu retruquei contornando-a.

- Logo, logo vou tirar-lhe este seu sorrisinho impertinente de seu rosto. – ela riu de um jeito assustador e saiu virando a direita.

Sem compreender o que ela quis dizer com isso, segui meu caminho.

A noite caiu muito rápido, e logo eu e Lissa estávamos nos divertindo.

- Qual é o seu sonho? – ela me perguntou se deitando na cama.

- Eu quero libertar os elfos domésticos, lutar pelos seu direitos, acho que tenho pena das condições deles, são fadados a servir pessoas que não se importam com eles. Gostaria de fazer o mundo bruxo compreender que os trouxas são seus aliados, que eles podem ser boas pessoas, e que suas tecnologias não são do mal, e sim uma forma de facilitar suas vidas. – eu disse um pouco sonhadora. – e você?

Por um momento ela se calou, fitou o teto e por vários segundos ficou em silencio, pensando.

- Quero usar minha família para erradicar o preconceito de sangue, acabar com essa fobia que os puros-sangues tem, eu não quero mais guerras pela pureza de sangue, não quero mais mortes por uma causa degradante e retrograda.

- Cá estamos nós, duas humanistas com suas causas, e sem poder fazer nada a respeito. Isso não te deixa impotente? – eu suspirei.

Antes que ela pudesse responder, ouvimos batidas na porta, batidas insistentes e que parecera não ter mais fim. Bufei e me levantei caminhando em direção do som.

- Draco, já te disse, hoje é noite das meninas! – eu gritei de trás da porta. As batidas pararam, mas a pessoa não foi embora, ainda era possível lhe ouvir.

- Não é o Draco, Hermione. Será que a gente poderia conversar? – eu ouvi a voz masculina e rouca de James com desagrado. Não estava nem um pouco a fim de ver-lhe, ou de falar com ele. – É caso de vida ou morte. – ele completou. Uma urgência, que tipo de urgência ele teria para falar comigo?

Abri a porta a contragosto, sentindo a curiosidade prevalecer. Lissa fitou o irmão com curiosidade e desagrado. Graças a Merlin suas malas estavam no banheiro, escondidas sob muitos feitiços, pelos quais eu insisti muito.

- Lissa, será que eu poderia falar com a Hermione à sós? – ele perguntou, notei certa voz de chorou, uma pontada de agonia em sua voz. Uma compaixão me guiou, impulsionando-me a querer ouvi-lo, ajuda-lo.

Balancei a cabeça, dizendo estar tudo bem. Ela se levantou com curiosidade, e saiu. Encostei a porta e me sentei na cama esperando que ele começasse.

- O que foi? – perguntei quando vi uma lagrima escorrer de seus olhos.

- Hermione, tem que me jurar que não vai contar isso para minha irmã. – ele disse, sua voz tinha urgência. Balancei a cabeça, ainda sem entender.

- Sim, tudo bem. Eu prometo. – eu disse olhando-lhe nos olhos, senti uma pontada de dor, e uma vontade de abraça-lo.

- Encontraram o corpo de nossa mãe, destroçado... num bosque da Albânia. – ele disse, e nesse momento lagrimas irromperam pelo seu rosto. – disseram que foi ataque de animal, mas eu tenho quase certeza de que foi um lobisomem. – ele soluçava, me causando um arrepio de tristeza, angustia, medo e compaixão. Não sabia que era possível sentir raiva e necessidade de ajudar uma única pessoa, ao mesmo tempo.

- Calma - eu lhe abracei - calma. – meus dedos entrelaçavam em seus cabelos sedosos tentando acalma-lo sem sucesso.

Quando ele se afastou, seus olhos se encontraram com os meus, notei um brilho diferente em seus olhos, algo no meio de toda aquela dor. Num impulso ele se aproximou muito rápido, na consegui impedi-lo.

Ele selou nossos lábios, segurando-me perto dele, tentei me afastar empurra-lo, morde-lo ou chuta-lo, tudo em vão. Ele segurava-me como se aquilo fosse tudo o que importava no mundo.

- Hermione. – ouvi a porta abrir.

James se assustou e me soltou. À porta estava parado meu loiro, com ódio nos olhos, e com os punhos serrados.

- Draco, espera, eu posso explicar! – eu me apressei em dizer tarde demais. Vi decepção, raiva e tristeza em seu olhar, e toda a dor que vi nos olhos de James haviam sumido, se tornando em um brilho singular de pura diversão.

Draco avançou em nossa direção...

O fim é só o começo - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora