linchamento

338 43 13
                                    

Cintia viu seu mundo escurecer e perdeu os sentidos, caída no chão enquanto Cecília chorava tentando acorda-la, a menina não sabia se ajudava a mãe ou abraçava sua irmãzinha. Alguns curiosos entraram na casa onde mãe e filhas tinham sido vítimas daquele monstro que pintava o rosto para fazer as pessoas sorrirem, mas o que ele fazia de melhor era machucá-las.
Mas a menina Cecília ouviu gritos vindo da rua, e uma palavra vinha em coro pela multidão:
"LINCHA".

Na rua, um homem com o rosto pintado corria, sua maquiagem já escorria devido o suor, sua respiração estava ofegante e o cansaço já o alcançava. A figura vestida de palhaço olhou para trás e já em seu encalço ele conseguiu contar seis homens, mas ele nem imaginou quantos mais vinham mais atrás, um dos mais próximos  alcançou o palhaço, e os dois rolaram pelo chão. O palhaço só teve tempo de cair e logo os outros cinco já o chutavam sem piedade, socos e ponta pés atingia com força cada parte do palhaço pedófilo, acompanhados com muito xingamentos.
Bolota lutava, mas mais pessoas se aproximavam e o espancavam, ele sabia que não iria se livrar daquele linchamento.
_SAIAM! - Gritava o infeliz completamente desesperado.
Ele foi arrastado pela rua enquanto pa moradpres da pequena cidade gritavam, adoravam aquele espetáculo que o palhaço iniciou. Boris viu seus colegas de circo assitirem a cena boquiabertos e assustados enquanto o trapezista Júpiter se aproximou do palhaço que estava sendo segurado pelos moradores. Com o rosto sangrando e inchado, o palhaço reconheceu o irmão de Juca se aproximando seriamente. O jovem trapezista ajoelhou-se perante o palhaço.

_Você fez... Boris, você fez isso com o Juca? - O colega e funcionário trapezista encarava o palhaço com lágrimas nos olhos.

Mas o palhaço não demonstrava qualquer remorso, ele sentia dor pelo corpo, mas o que seus olhos transpareciam era apenas o ódio enquanto o jovem trapezista só teve o silêncio como resposta. Revoltado, Júpiter o segurou pelo pescoço e exigiu que Boris respondesse, este por sua vez encarou fundo os olhos daquele jovem que perdera o irmão e nem sabia onde menino estava, se vivo ou morto.

_Se você quer saber se eu tinha relações com o Juca? - O palhaço deixou escapar um risada sinistra que mostrava seus dentes sujos de sangue. - A resposta é sim, porra!

Boris estava irreconhecível e os outros funcionários do circo ficaram chocados com aquela revelação.

_Eu o amava, mas não fui eu que o matei, foi aquele porco do meu pai, ele... Ele estuprou o Juca, mas aquele porco pesado acabou sufocando seu irmão e ele morreu.
_E-ele está morto? - O jovem sentia os olhos arderem enquanto se esforçava para não chorar. - Você o amava? VOCÊ o amava, seu doente? Você sempre nos conheceu, como pôde?

O irmão de Juca tentava assimilar todas aquelas informações enquanto chacoalhava o corpo do palhaço.

_Onde... Onde ele... - Júpiter tentava falar, mas era difícil com aquele nó na garganta. - Onde está o corpo dele?

O palhaço continuou em silêncio enquanto mantinha o sorriso na face e os olhos em todos ao seu redor. Parevia que toda a cidade estava ali naquele momento, mas ele não encontrou os olhares de Greta e Ben.

_Na mesma cidade em que seu irmão desapareceu na época - Boris nao se importava quando sua saliva misturada com sangue escorria pelo canto da boca com batom. - Perto de onde... montamos o circo. Em baixo de uma... de uma mangueira onde ele gostava de pegar suas mangas.

Júpiter sempre foi um jovem pacifista e calmo, mas o irmão do falecido Juca não conteve a ira que se formou em seu âmago e logo se viu desferindo varios socos no palhaço pedófilo.
_Monstro! Covarde!
A trupe de palhaços, incluindo ps anões e o mágico conteram o jovem enraivecido que estava sobre o palhaço a lhe agredir com os punhos cerrados.

Caído no chão e completamente desnorteado pelos golpes sofridos, com a face vermelha e com hematomas graves, o palhaço lentamente levantou sua cabeça até deparar-se com duas crianças em meio a multidão o observando observando, tratava-se de Benjamin e Cecília, só depois de uns segundos ele percebeu que ambos seguravam pedras.

_Você matou minha irmãzinha. - Cecília tinha os olhos mergulhados em lagrimas enquanto a voz estava embargada pa emoção. - Como pôde?
_Você não vai escapar dessa, Boris. - Disse Benjamin enquanto encarava a pedra em sua mão. - Vai ter o que merece!
Ben acertou a pedra no olho do palhaço que deixoi escapar um grito agudo. Não demorou até ser apedrejado pelas outras crianças. O palhaço conseguiu soltar-se dos adultos que o seguiam, mas ainda machucado e cansado, o palhaço e chegou até o carro onde estava estacionado próximo.
As pessoas estavam descontroladas enquanto batiam e esmurravam os vidros de seu carro, o palhaço encaroi seu reflexo completamente deformado.
_hm... Ah! Vão para o inferno! - O pedófilo pisou fundo no acelerador, atropelando algumas pessoas que estavam em seu caminho.

Três pessoas, incluindo uma criança ficaram gravemente feridas, e um anão que fazia parte da trupe morreu na hora depois que o veículo passou por cima de seu pequeno tronco. A rua estava um caos enquanto pessoas gritavam e as sirenes policiais se aproximavam ao longe.

Na cozinha do salão de festa, Greta encarava o maço de cigarros em sua mãos enquanto as lágrimas desabavam de seus olhos. Ela não ouviamais a gritaria na rua, entao decide retirar um cigarro com suas mãos trêmulas, usa um fósforo para acendê-lo e traga profundamente para seus pulmões.
_Meu Deus - ela deixou escapar um soluço aflito -, o que eu fiz?

Desesperado e mancando de uma perna, Boris conseguiu chegar até onde o circo estava montado na mesma cidade e se apressou até seu trailer enquanto algumas pessoas olhavam para ele assustadas devido sua situação, mas ele as ignoravam mesmo quando tentaram lhe ajudar.

_Me deixem, PORRA!

O palhaço sabia que estava arruinado, nao contava com aquela confusão e naquele momento se preparavapara fugir e anandonar o circo que também era seu, ou seria preso ou até mesmo morto pela multidão. Ele entrou em seu trailer e não perde tempo em reunir seus pertences de valores e uma muda de roupas.
_Preciso... ai, preciso desaparecer desse lugar.

Boris se livrou da piruca enquanto pegava algumas economias guardadas em seu trailer. Ao perceber uma movimentação e murmúrios do lado de fora do trailer, o pedófilo emtendeu que as pessoas que lhe agrediram pareciam se aproximar do circo. Apavorado por saber que não teria uma segunda chance, o pedófilo se apressa e deixa cair a caixa aveludada com o colar de Juca, o objeto sumiu de sua visão e irritado ele saiu mancando para fora do trailer rm direção ao seu carro.
Enquanto arrastava sua perna, Boris se questionava sobre a dor lacinante que sentia na perna seria temporária, mas o que ele não imaginava que se tornou manco para sempre.

Psicopatas Vol.3 - Momo'sOnde histórias criam vida. Descubra agora