Benjamin estava paralisado com as mãos firmes no volante, o carro ainda estava parado no meio da estrada, sua respiração estava ofegante, mas ele não sabia se era por causa do seu quase acidente ou devido às fotografias, ele dá marcha à ré, depois pisa fundo na embreagem, em seguida acelera um pouco, o carro quase estanca, mas Ben consegue tira-lo daquela situação de risco e vai para um encostamento, a chave na ignição é desligada e ele encosta-se na poltrona com os olhos fechados, ele respira fundo tomando coragem e decide pegar o celular novamente, e ele revê as fotos de tortura, seus olhos estavam ardendo e uma lágrima conseguiu fugir quando ele parou na imagem onde ele estava com Pitt, por mais que ele tentasse, ele não conseguia se lembrar que Boris estava os fotografando, na verdade muita coisa ainda pareciam nebulosa ou pelo menos sua mente queria esquecer toda aquela tortura psicológica.
Benjamin por mais que tentasse não conseguia segurar o nó que se formava em sua garganta, ele demorou a entender que já estava aos prantos ainda visualizando e relembrando aquele momento angustioso.
***
Do outro lado da cidade uma mãe procurava seu filho na faculdade, ela já tinha ido na sala de aula mas não o encontrou, alguns colegas disseram que não tinham o visto, Greta ficou preocupada, Ben não tinha costume de mentir para ela, seu coração ficou apertado e ela resolveu ligar, ele atende no primeiro toque:
_Oi mãe. - Diz Ben com a voz rouca.
_O que aconteceu, onde você está? - Greta sentiu a aflição na voz do filho.
_Estou indo para casa mãe, estou bem, não se preocupe.
_Você mentiu para mim, fui na sua faculdade mas ninguém lhe viu hoje. - Greta já estava se aborrecendo. - Onde você está Ben?
_Mãe! Estou dirigindo, não posso falar agora. Nos encontramos em casa, ok? - Por mais que Ben ame sua mãe, ele não estava com paciência para conversar no momento.
_Então espero você em casa filho. Não demora.
_Pode deixar mãe, beijo!
Greta desliga o celular ainda apreensiva, ela já era uma senhora na sua faixa de cinquenta e tantos, mas sempre estava presente na vida do filho, ela se sentia culpada, depois da presença de Bóris em sua vida, ela vivia angustiada pelos cantos, por alguns anos a família de Pitt culpavam Greta por todo mal que o pedófilo fez aquelas pessoas, incluindo a morte da pequena irmã de Cecília, Maria e o suicídio de sua mãe Cinthia. Greta sempre gostou de Cecília e imaginava o que ela sentia pelo seu filho Ben, mas ela nunca concordou com o fato dela procurar pistas sobre Bóris, Greta queria distância de tudo aquilo, era o típico pensamento de querer esquecer o que aconteceu, seguir em frente, na verdade ela tinha medo de reviver todo aquele pesadelo.
***
Nando e Cecília tentavam consolar Pitt, ele sentia-se envergonhado, exposto, lógico que ele tinha em mente que seu companheiro e sua amiga sabiam de todo seu trauma, mas aquilo era diferente, eles agora viram (pelo menos uma parte) do horror que ele foi posto.
_Por favor... (choro). Por... Favor, eu quero ficar sozinho. - Diz Pitt tentando parecer forte, mas as lágrimas nos olhos o entregavam.
_Como você quer que a gente deixe você sozinho numa hora dessas, amor? - Nando passava a mão no rosto de seu amado para secar as lágrimas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Psicopatas Vol.3 - Momo's
Mystery / ThrillerImaginamos que não somos vítimas, que deixamos esse posto para o de provocador, achamos que somos culpados pelo o que nos aconteceu, e a resposta é que quase sempre nós somos culpados sim, mas quando se trata de um assédio ou violência infantil a si...