11: A festa

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James estava vivenciando mais um sábado a noite sozinho. Não que ele não gostasse. Ele adorava. Depois que tudo acabou com Mary ele se deliciava em passar os sábados sozinho e compondo. Mas desde que conheceu a pessoa mais egocêntrica do mundo ele odiava aquela situação e depois de quase beijos interrompidos, ele estava bem estressado. O universo não queria os dois juntos, porque Amos ela havia visto uma vez o universo não impediu.

Universo idiota

James murmurou enquanto olhava as atualizações da Nyada no Instagram repetidamente.

Você é um idiota perseguidor, James.

Ele murmurou novamente. E parou de olhar aquelas atualizações. Não era aquela pessoa. Não ficava completamente obcecado com alguém.

Quando seu celular apitou, ele viu que alguns calouros estavam o chamando para uma festa de Julliard. Que era universitária e não do tipo que ele estava acostumado.

E pensou: Afinal, por que não? Se arrumou e saiu. O se arrumar era forte. Apenas pegou uma das inúmeras camisas de flanela e vestiu um casaco.

Chegando lá era como todas típicas festas exceto por um detalhe, gente barulhenta. Nyada tinha seus representantes ali. Pegou uma água com gás e se sentou em uma poltrona.

Afinal, ele estava velho para aquilo. E pensou em Lily e no que ela estava fazendo. Não demorou muito para ver os cabelos ruivos por todos os lugares e tentar procurá-la. Mas ela não estava ali. Não naquele momento. Quando uma garota o chamou para dançar ele foi.

Sentia falta da proximidade, de alguém o desejar. Ela o encarava como se ele realmente fosse alguém diferente. Não o musicista viciado em trabalho ou o homem com uma ex namorada cruel, mas alguém normal que era desejável.

Quando a beijou sentiu gosto de menta. Era bom. Ela o desejava e não fugia dele. Ela parecia estar esperando aquele momento a um bom tempo. Ficou imerso ali, mas o universo tem a mania de ferrar com a vida de James, então, quando ele abriu os olhos, a ruiva que ele tanto procurou estava ali na frente com Alice e Sirius ao lado. Ela estava linda e olhando para ele perplexa.

- Você canta tão bem. - a garota disse enquanto depositava mais um selinho em James apenas para vê-lo pedir desculpas e pular o sofá indo atrás de Lily que saiu o mais rápido possível daquela sala. E ele não entendia o porquê dela ter saído correndo. Afinal, ela mesmo disse que ele precisava viver.

A imagem do final de semana e de Lily dizendo que estava se apaixonando por ele foi repassada em sua mente, mas não podia ser? Podia? Ela não gostava dele. Ela não respondia as mensagens dele. Ela não aparecia quando ele convidada, ela não o beijava quando ele mostrava interesse. Ele não queria forçar aquilo.

Lily estava com uma coca cola na mão que logo foi substituída por uma dose de whisky.
A cena era forte para ela, por que ele estava beijando alguém? Ele não amava Mary loucamente? Ele não era o galã chato e decepcionado que espera a mocinha independente de qualquer coisa? Se ela soubesse que ele beijava todas, ela tinha o beijado apenas para conhecer o gosto dele e não apenas ficar imaginando aquilo.

James reconheceu a garota que beijou, colega de canto de Lily en Nyada. Da turma que ele ajudaria. Parabéns James ele pensou, sempre misturando as coisas.

Quando chegou no segundo andar da República em que estava Lily abriu várias portas pegando casais, se beijando, transando e tocando instrumentos juntos. Nova York pensou ele. Quando chegou ao final do corredor se deparou com um quarto com a porta meio aberta e a viu na varanda. Ela observava as estrelas com uma dose de whisky nas mãos. Ela estava de vestido vermelho, era a cor dela. Os cabelos ruivos cobriam as costas e ela havia pendurado o sobretudo na sacada.

Ele apenas se sentou em um banco e a observou de perfil. Ela estava de olhos fechados.

Ela não precisou de muito tempo para sentir a presença dele ali. Ele só movia como música para ela. Ela não esperava vê-lo ali naquela noite. Não podia culpá-lo por sair, afinal, ela também tinha ficado com várias pessoas para resolver o seu problema. Só que o problema era alto, tinha cabelos pretos e talento para música. Ele estava ali ao lado dela.

- As pessoas aqui são estranhas, egocêntricas. - ele disse quebrando o gelo. - Vi um casal tocando piano no quarto ao lado.

- Exótico, não acha? - Lily respondeu para ele sem olhá-lo. - Aposto que são da Julliard. - Ela tomou uma dose de whisky.

- Não esperava te ver aqui, mas te procurei. - ele disse admitindo que tinha a procurado, ela estremeceu não entendia o que significava.

- Vejo que encontrou a Samantha. - ela disse olhando para ele agora. Ele sentado e ela de pé. Ela estava cansada daquilo. Já estava fazendo uma lista de quase beijos.

- Ela me encontrou, mas eu sou culpado também. - ele respondeu encarando o chão.

- Culpado de que? Você está solteiro arrogante! - ela o observava curiosa. Ele ainda olhava para os próprios sapatos.

- Pois é, mas acho que não estou pronto para fazer isso na frente de todos mundo. Desse um ano que estou sozinho, eu fiquei com as pessoas apenas sozinhos. - ele dizia enquanto mexia os pés no ritmo do piano do casal ao lado.

Ele estava mentindo. Ele não queria que ela tivesse o visto, essa era a verdade, mas não conseguia conseguia colocar em palavras.

- Entendo! Você vai conseguir, arrogante! - Lily não mentiria para ela mesmo. Ela realmente achou que ele pudesse estar pronto para ela e por isso não queria ficar com outra garota, mas ainda se tratava de Mary. Sempre Mary.

- Eu vou, Egocêntrica. Acho que vou para casa! - ele disse enquanto se levantava e a encarou.

- Tudo bem! Acho que vou ficar aqui. - Lily respondeu calma.

- Droga. - James disse enquanto saia do quarto e Lily o olhou esperançosa por alguma demonstração para ela.

- Eles erraram uma nota! - disse James se referindo ao casal do piano e Lily sorriu para ele. Quando ela se virou uma lágrima rolou pelo rosto dela.

Naquela noite, ele estava triste e decepcionado consigo mesmo.

O universo era insuportável.

Por quanto tempo vou te amar? James e LilyOnde histórias criam vida. Descubra agora