32: Light me up

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Quando Lily abriu os olhos sentiu que a visão do paraíso deveria ser aquela que ela estava presenciando naquele exato momento. James estava sentado no piano olhando fixamente para as partituras que estavam colocadas corretamente uma ao lado da outra mas teclas. Ele estava concentrado e nem viu quando ela se aproximou dele.

- Não quis te acordar. - James disse sentindo ela colocar a cabeça em seu ombro.

- Não tem importância, prefiro te ver. - Lily respondeu tranquila observando ele se levantar e parar de frente para ela.

- Você tem fisioterapia hoje? - Lily perguntou tranquila.

- Tenho - respondeu James a encarando com um sorriso largo. - Mas posso me atrasar uns minutinhos.

- Só uns minutinhos? - Lily respondeu o abraçando enquanto ele tirava uma mecha ruiva do seu rosto.

- Umas horas talvez. - James respondeu enquanto voltavam para cama juntos.

Tinha sido assim desde que James saiu do hospital. Ele ainda tinha dificuldade de locomoção de longa distância e caminhava com dificuldade. Tocar la instrumentos ainda era um desafio, mas a fisioterapia vinha o ajudando constantemente.

Ele era um milagre, era o que se dizia. E para Lily, ele era mesmo. Ele havia sobrevivido. E ele estava andando.

Depois de se amarem, Lily ficou apenas o observando dormir. Como os cílios dele eram enormes e como os cabelos pretos sempre estavam bagunçados. A covinha na bochecha dele aparecia toda vez que ele sorria enquanto dormia, devia estar sonhando.

Quando os olhos dele se abriram se depararam com os dois olhos verdes o observando e ele não pôde evitar em sorrir novamente.

- Estava me olhando dormir, egocêntrica? - James perguntou estendendo a mão e colocando na bochecha dela.

- Você está sonhando, estava sorrindo. - Lily disse o olhando com ternura.

- Eu estava sonhando com você e quando acordo você está aqui. Minha vida é um sonho eterno. - James respondeu abrindo um grande sorriso. - Só queria que durasse para sempre.

- E por que não? - Lily perguntou rindo. - Estamos juntos para sempre Arrogante. Nós somos para sempre.

James sorriu e assentiu, claro que eles eram para sempre. Sempre seriam. Eram certo um para o outro e mesmo com tanta dificuldade ainda conseguiram ficar juntos. Era um sonho. Então, algumas ideias surgiram e um pensamento de por que não? Preencheu a cabeça de James.

Eram certo um para o outro. Foi quando o telefone tocou.

- A sua fisioterapia já está pronta. Estão no quarto lá embaixo. - Lily disse sorrindo. O quarto que ela montou serviu para que James fizesse toda a fisioterapia em casa e com visitas constantes dos alunos da academia.

Lily o observou tomar banho e descer as escadas. Ele ainda tinha dificuldade de movimentação. O acidente o atingiu muito, mas estava melhorando, graças as cirurgias que Petúnia insistiu que ele fizesse ainda em coma. Aquelas cirurgias haviam salvado a vida dele de muitas formas. Lily nunca conseguia agradecer a irmã o suficiente.

Sobre o acidente, Severo trabalhava dia e noite no caso, mas não havia informações totais. Isso era preocupante. Mesmo que James não se importasse, todos haviam sofrido muito e queria justiça. Foi quando a mensagem de Severo chegou.

Conseguimos as imagens. Vamos descobrir.

Lily se trocou em cinco minutos e encontrou com Severo e Sirius que haviam se tornado parceiros de investigação. Os dois estavam sentados no café com o notebook preto nas mãos. Sirius estava perplexo. E quando viu Lily balbuciou.

- Foi Riddle. Riddle atropelou James.

Aquela notícia caiu como uma bomba no mundo da música instrumental em Nova York e sob as escolas de músicas também. Riddle era um chato, mas era a maior estrela já formada em Julliard, o maestro da orquestra de Nova York desde 20 anos.

James recebeu a notícia de Tom Riddle havia sido preso no dia seguinte. Ele estava calmo e pacífico. Lily o observava com atenção, ele simplesmente agradeceu Snape e Sirius. Ele estava apenas triste por alguém que ele conhecia sequer ter o ajudado a ir no hospital. Ele o havia deixado para morrer ali.

Aquilo tudo era demais. Lily o viu subir as escadas, mas não foi atrás dele. Sentiu que ele precisava ficar sozinho.

Algumas horas depois, ao subir as escadas Lily ouviu o piano tocar. Não era algo que ela conhecia. A música era forte, mas ao mesmo tempo doce e melodiosa. Algo que jamais seria descrito por uma letra. Quando observou pela vão da porta, ele estava concentrado e tranquilo. Lily sabia que o braço ainda incomodava para tocar, mas ele melhorava dia a dia e ali naquele momento, não era nem possível perceber a falta de mobilidade de alguns dedos.

- O que achou? - James perguntou ainda de olhos fechados. O problema de namorar um homem com ouvido de músico é que ele sempre sabe que você está ali.

- É linda, é forte e doce. - Lily respondeu ainda de pé de frente para ele. - Como você está? - Ela perguntou calma.

- Eu estou bem, fico feliz que esse capítulo tenha se encerrado com justiça. - James respondeu abrindo os olhos. - Acha que cabe uma letra? - ele perguntou se referindo a música.

- Acho que não, ela é bonita o suficiente. É uma sinfonia? - Lily perguntou curiosa, pois se fosse ela queria com os outros instrumentos acompanhando.

- Sim, e agora está pronta. - James respondeu convicto. - FINALMENTE TERMINEI.

Lily o observou sorrir. Ele aprecia realmente feliz. Ele estava iluminado.

- Lily essa música, essa sinfonia, eu, é tudo seu. - James a encarou sério. Ela estava apenas encostada no piano de frente para ele e apenas sorriu. Ele era sempre assim, um sonho. - É a verdade. Essa música e a sinfonia, elas não terão letra, porque eu jamais conseguiria expressar o que eu sinto por você em palavras. As palavras não podem ser grandiosas o suficientes. Elas não te alcançariam. - O rosto de James se iluminou e ele se levantou aproximando-se dela.

- O que está acontecendo? - Lily perguntou vendo o homem que ela amava se aproximar.

- Não posso descrever meus sentimentos por você. Não poderia descrevê-los com palavras. Mas a minha música pode. A nossa música pôde. - James segurou a mão dela e se ajoelhou.

Lily não sabe bem o que aconteceu, mas de repente James Potter estava de joelhos em sua frente e ela estava aguardando algo.

- A nossa música é o que nós somos juntos. E mesmo nestes anos em que não estivemos juntos a música nos conectou e nos reaproximou. Eu fiz uma sinfonia para você. A sinfonia Evans e ela está pronta. Ela será a sinfonia que eu apresentarei para a orquestra de Nova York ao me candidatar ao cargo de compositor principal e regente. Porque é a melhor música que eu já fiz e porque ela é para você. - James falava enquanto os olhos de Lily lacrimejavam de emoção. - Mas quando eu subir naquele palco, eu quero que a Lily Jane Evans-Potter suba ao meu lado. - Lily não esperava por aquelas palavras finais. - Você é a minha família, você chegou e iluminou tudo. Você mudou a minha vida completamente. E agora, eu quero saber se você aceita passar a vida toda ao meu lado.- Lily percebeu que as mãos dele tremiam quando ele tirou o anel de rubi do bolso. - Você aceita se casar comigo?

- Sim, claro que sim. - James se levantou para abraçá-la quando ela ela o respondeu e ficaram assim por muitos minutos. Apenas abraçados e perdidos naquele momento.

Não havia nada que não pudesse ser iluminado pelo amor daquelas duas pessoas tão diferentes que se encontraram em uma cafeteria em um dia qualquer.

Porque a vida é assim, tudo pode acontecer em um dia comum. Porque quando as almas estão destinadas a ficarem juntas, não existe nada que não possa acontecer para trazer um de volta para o outro. A música, o amor, mas acima de tudo a luz que cada pessoa traz com ela e que de alguma forma acende quando o amor está exatamente onde menos esperávamos.

Por quanto tempo vou te amar? James e LilyOnde histórias criam vida. Descubra agora