16: Refazendo a rota

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James Potter pensou muito em todas as opções. Pensou em voltar para a sua minúscula cidade no Texas e viver do lucro de suas ações. Pensou em montar uma banda de rock ou pop latino. Ele descobriu que amava o espanhol. Pensou em abrir um bar de jazz (desistiu, não estava em La la Land). Ele pensou tanto que desistiu algumas vezes de pensar.

Não havia um dia que James não quisesse quebrar o estúdio inteiro de raiva por simplesmente odiar se sentir um inútil. Ele tocava mais de 20 instrumentos e pelo menos 15 deles com absoluta perfeição e se sentia um inútil por não conseguir compôr uma sinfonia completa.

Qual era a porra do problema de James Potter?

- Qual é o meu problema?

Ele dizia isso com a cabeça encostada nas teclas do piano do seu Studio sozinho às 4 da manhã. Foi quando ouviu uma voz amiga.

- Oi, Jay! - Sirius estava na porta de emergência sozinho às 4:00 da manhã.

- Eu vim com Remus para cá e já estava indo embora, mas vi suas luzes acesas - Sirius disse entrando pela quando James abriu.

- Fico feliz por vocês. Pela Alice e pelo Frank e desconfio que a Marlene está com Amos. Somos uma casa de casais. - James constatou depois de refletir. Ele era o único sozinho. Riu se sua situação patética.

- Brigando com o piano? - Sirius perguntou.

- Com o piano não. Com a música que quero compôr sim. - Ele respondeu sentando em um puff no chão.

- Lembra quando éramos crianças e seu pai tocava violão para a gente? - Sirius se recordava docemente. Ele passou as férias de verão até os 10 anos na casa dos Potter. Até seus pais considerarem que ele devia ir para um colégio interno no Alasca. Nossa, ele odiava os Black por isso.

- Ah, sim, ele era demais.- James sorriu se lembrando das férias com Sirius. Quando ele parou de ir, James conheceu seu novo vizinho Remus na época. - Eu amava as composições dele. Principalmente as com o saxofone.

- Mas ele não apenas compunha. Ele tocava músicas de tantas pessoas e de tantos artistas. - Sirius disse observando James que tentava compreender o amigo. - O que eu quero dizer é que seu pai era um artista e um compositor e não apenas um ou outro. Qual é? Quantas músicas você já compôs como sinfonia completa? 30, 70?

- Mais de 400. - James disse para ele.

- É isso. Você é um gênio e um artista. Você tem músicas para usar para o resto da vida se quiser. Não necessariamente precisa compor mais mil. Eu já vi as suas composições. Qualquer orquestra que as utilizarem será muito sortuda. - Sirius disse com um sorriso no rosto.

- Tenho medo de nunca mais fazer nada novo. - James estava assustado com uma realidade dolorosa.

- Você é a arte, James Potter. Não importa o que faça, quando te olho vejo o seu pai tocando para os dois garotinhos na sala de música de vocês. - Sirius completou. - Faça o que quiser, mas continue sendo arte.

Sirius sentiu que tinha que contar para James sobre as escolhas de Lily, mas ele estaria traindo alguém? Pelas fotos do Instagram, Lily parecia tão feliz, pensou Sirius. Eventualmente, James veria e apesar do jovem de óculos não ter nenhuma rede, aquilo chegaria a ele.

O problema é que todo mundo é feliz no Instagram.

Quando Sirius contou para James do namorado britânico e da companhia de dança de Lily mesmo antes dele anunciar a novidade das mudanças de rota para todos ele sentiu um soco no estômago. Agora ele entendia o que os lutadores sentem quando são nocauteados e não conseguem mais se levantar. Parecia que ele estava deitado no chão frio e ninguém o ajudava a se reerguer completamente. Sirius não via aquilo como uma traição a Lily. Mas James não podia largar tudo e ir atrás dela e vê-la com outro.

Ele também levou em conta a insistência de Frank e Remus que insistiram que James não merecia passar por nada daquilo e nem Lily e se ela seguiu em frente ele também devia seguir.

James bebeu um gole de água com gás. Respirou fundo e serviu o jantar para todos.

Todos os olhavam e observavam seus passos. Esperando, claramente, ele desabar. Mas ele não iria fazer aquilo ali.

- E então, Jay? - Amos perguntou. - O quer que contar?

- Bom, você são minha família e eu gostaria de contar com o apoio de todos. Independente de me acharem maluco ou não. Pensem nisso como uma mudança de rota feliz.

Remus estava observando preocupado.

- E eu vou precisar da ajuda de vocês! Mesmo! - James sorriu para eles enquanto eles os observavam curiosos.

- Fala de uma vez, James Potter. - Marlene disse nervosa.

- Vocês sabem que este prédio está lotado de espaços comerciais aqui embaixo, não sabem? - Remus, Marlene, Amos e Frank assentiram. - E que na época esse apartamento era uma dessas salas, mas eu comprei o apartamento e o adaptei. - Todos assentiram.

- Você comprou mais alguma sala comercial do prédio para ensaiar, James? - Remus perguntou sério.

- Na verdade, senhor Remus. Eu comprei o prédio. - Todos estavam em choque. Ninguém disse nada. - Vocês sabem que devido a tudo que eu já fiz pela Julliard eu já posso pedir certificado para poder dar aulas? - Todos se lembraram que o curso era de seis anos, mas com três você já podia dar aulas para iniciantes. Mas eles queriam entrar em orquestras e não ser professores. Todos assentiram sem entender o que estava acontecendo. - Eu vou abrir uma escola de música no Brooklin. - James sorriu pela primeira vez em meses. A perplexidade dos amigos deixaram todos sem voz.

- Nossa, Jay, mas você ser professor? - Amos disse sincero. - Não esperava, mas parabéns cara. Isso é demais. - Amos era gentil e simples.

Remus estava digerindo toda a informação quando James soltou a última bomba em todos eles.

- Eu tranquei a faculdade. - James não sorriu, porque sabia que não ia conseguir terminar naquele momento. Ele não conseguia compor nada. Ia ficar de recuperação anual e mancharia os anos de perfeição acadêmica.

O QUÊ?

Todos amigos falaram juntos!

Após o jantar. Sirius e Alice que já estavam terminando a faculdade foram embora. Eles estavam preocupados e procurando uma casa para morarem quando tivessem que sair do dormitório.

- Falem para eles viverem aqui! - James disse tranquilo para a surpresa de todos. - Qual é? Temos quatro quartos aqui em baixo e um sobrando lá em cima.

O quarto que era fechado, pois o andar de cima era o mundo particular de James.

- Amos ou Lene pode ir lá para cima e eles ficam com um quarto aqui baixo. Se bem que Sirius e Alice dividiriam o quarto com Frank e Remus tranquilamente. - James sorriu maroto falando dos casais preferidos dele da atualidade.

- Por mim, tranquilo. - Lene disse e foi acompanhada pelos outros membros da casa.

E foi assim que a grande família do Brooklin se iniciou.

Por quanto tempo vou te amar? James e LilyOnde histórias criam vida. Descubra agora