3: A egocêntrica

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- Eu quero ir embora daqui! - James dizia repetidamente. O bar era até aconchegante. Com bastante espaço e um palco cheio de instrumentos. James até poderia gostar dali, mas não queria, efetivamente, gostar. Ele só queria viver a vida dele enclausurado no estudio até se tornar um compositor da orquestra de Nova York.

- Você perdeu a aposta e Amos conseguiu sair com Amélia Flame então você tem que ir karaokê conosco sempre que quisermos. - Marlene dizia repetidamente. - E vai ter que cantar, caro Potter. Você tem que cantar. - Marlene dizia, mas sabia que ele não cantaria. Ele não cantava a bastante tempo. E todos eles sabiam os motivos, é claro.

James a viu chegar e ela parecia a rainha do lugar. Ela estava toda de preto com jaqueta de couro e ela conhecia a todos. Claro que aquela egocêntrica estaria ali. Era óbvio. James bufou.

A egocêntrica.

Ele não acreditava que estava ali. Era mentira, é claro, eles convenceram Amélia a dizer que havia saído com Amos apenas para fazer James sair quando eles quisessem. James estava bebendo uma água com gás quando Sirius e as amigas se aproximaram do grupo.

- Olá pessoal! Olá, arrogante! - disse Lily o observando. Camisa de flanela e calça jeans. Aqueles óculos redondos e a expressão superior. Ele se achava o rei do universo. Ela tiraria aquela marra. Ela sabia que tiraria. Ele era absoluto demais e ela não o deixaria se sentir assim. Os olhos azuis estava ali é claro e as olheiras. Ele não dormia nunca ao que parece.

Ela o observou apenas acenar para ela. Sem nenhuma palavra e se encaminhar para o bar. Ele não dava atenção a ela. Ela foi atrás dele. Quem ele pensava que era? Ninguém a ignorava daquela forma.

- Perdeu a língua, Arrogante? - Lily parou ao lado dele encostado no balcão enquanto pedia um whisky.

- Olá, Egocêntrica! Como está o nível de egocentrismo hoje? Alto, eu imagino , já que não conseguiu aceitar que eu não queria estar na sua presença e me seguiu até aqui - ele se virou para ela e disse com um sorriso irônico. - Já se cansou de se mostrar para o mundo e invadir os quartos alheios hoje?

- Não maior que sua arrogância, arrogante! - respondeu Lily enquanto ele pedia mais uma água com gás e limão. - Me vê uma dose de whisky, por favor. E eu não sabia que aquela era caverna de um monstro seu idiota.

- Que bom para você que o monstro não morde as pessoas que invadem o território dele. - ele sorriu arrogante e ela bufou. Ele a encarava com uma certeza se quem sabia quem era. Isso irritava Lily profundamente.

James pegou a água e se virou para observar o palco em que Marlene e Alice faziam um dueto. Elas cantavam tão bem. James se lembrava de quando cantava, mas isso fazia muito tempo. Cantar era o que mais fazia com sua mãe. 

- Nossos amigos se dão tão bem! - Lily disse - Pena que existe você! - ela observou ele sorrir e sorriu também. Aquele era o esporte favorito dela desde que o conheceu. O tirar do sério.

- Ah, egocêntrica, não se apaixone por mim tão rápido! Seria uma pena seu coração ser magoado. - ele se aproximando do ouvido dela e sentindo a respiração mais forte dela.

- Eu jamais me apaixonaria por você, Arrogante! - Respondeu Lily severa. - Já não podemos dizer o mesmo de você, não é? Olhe para mim, eu sou um colírio para a tristeza que deve ser a sua vida de compor, compor e se esconder na caverna.

- Homens atraentes se escondem em cavernas, nunca leu DC? Você era apaixonada pelo Bruce Wayne com aquele olhar sombrio e aquelas roupas coladas. - Lily se surpreendeu que ele tinha algo senso de humor. Embora houvesse o sarcasmo claro na voz.

- Bruce Wayne é um gato, mas você é mais o Clark Kent com essa camisa xadrez e as botinhas. E não, eu não me apaixonaria pelo Clark Kent. - ela respondeu sem tirar os olhos dele. Ela podia jurar que ele olhava para a boca dela por um segundo antes de voltar a encarar o olhos dela.

- Que pena, egocêntrica! Poderíamos nos divertir tanto juntos e eu te ajudaria a vencer uma categoria coletiva. - Lily o observou dizer depois de bebericar a agua. Ela estava descobrindo que ele era confiante. Ele sabia que era bonito.

- Porque me ajudaria a vencer você numa aposta? - Lily perguntou curiosa não entendendo aonde ele queria chegar com tudo aquilo.

- Digamos que eu gosto de provar meu talento e não ligo de te pagar um ano de café. - James respondeu desafiador a encarando.

- Me ajudaria para massagear seu próprio ego? Você é rico ou problemático? Podia fazer terapia sabia? - Lily estava incrédula com aquele ser prepotente e arrogante.

- Não, te ajudaria para mostrar que eu sou bom em música e em trabalho em grupo. - James respondeu convicto.

- Você nem gosta de pessoas, como é bom em trabalho em grupo? - Lily respondeu enquanto observava o solo de Alice no karaokê. A amiga era muito talentosa.

-Meus últimos três títulos pela Julliard no geral da competição. - James sorria irônico.

- E qual seria a aposta? - Lily olhava para ele agora. Ele era arrogante e sem noção, mas era incrivelmente charmoso.

- Você não pode se apaixonar por mim, Egocêntrica. Nunca se apaixone por mim. Se fizer isso, perde a aposta! - James respondeu e ela riu alto. –

- Eu JAMAIS me apaixonaria por alguém como você. Mas podemos apostar que é recíproco, você também não pode se apaixonar por mim?- Lily respondeu o encarando.

Ou talvez sim. Lily não acreditou quando ele se aproximou do rosto dela que ela pode sentir o hálito de limão. Ele estava próximo demais e era calmo demais, parecia que ele frio, quase congelado. Isso a assustou, pois enquanto o corpo dela estremecia quando ele tocou o braço dela e falou tão próximo se sua boca, ele parecia calmo e tranquilo.

- Eu não teria tanta certeza de que você pode ganhar essa, egocêntrica. Venha amanhã no meu apartamento. Traga a equipe que escolheu. Nyada vai ganhar o primeiro título coletivo em dança. - James sussurrou para ela enquanto via os olhos dela encarar os lábios dele. Ele era controlado, sua vida era o controle.  Mas ele sabia que ela estava completamente assustada com a frieza dele.

- Eu não vou! Não vou mesmo, você só pode estar louco se acha que vou deixar você ver a minha coreografia - Lily respondeu sem afastar o rosto dele.

- Claro que vai, Egocêntrica. Afinal, você não vai se apaixonar por mim. O que eu sou? Um caipira de camisa de flanela e você é a garota da cidade grande. Você é Mulher gato e eu sou o Clark Kent, somos incompatíveis por natureza. Eu não sou seu tipo de homem - James abriu um sorriso largo e sarcástico para ela e viu os olhos dela balançarem até ela se afastar dele.  – Eu vou encontrar a minha Lois Lane e você vai encontrar seu Bruce.

- Tudo bem aí? - Amos se aproximou no momento em que Lily afastava o rosto e respirava fundo. E James entendeu o porquê dela se afastar do desafio dele.

- Tudo, Vamos dançar? - Lily se levantou puxando Amos para dançar.

James podia jurar que a egocêntrica dançou para ele, mas resolveu tirar isso da cabeça.

Ele iria ajudá-la apenas para provar que era o melhor. Ele não podia se apaixonar, não mais. Não quanto todas as pessoas partiam de sua vida.

E era apenas isso.

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E agora, pessoal?

Por quanto tempo vou te amar? James e LilyOnde histórias criam vida. Descubra agora