P.s o perigo tem nome

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- Vamos curtir !!! - Macarena grita ao sair pulando pela areia da praia, o lugar estava cheio e já era tardezinha.

- Macarena ! - Zulema a repreende porém ri ao abraçar a loira.

- Vem, vamos festejar my amor - diz maliciosa ao agarrar a ruiva e beija-la loucamente sem pudor algum.

- Tá, ja percebi que vai ser assim a noite toda. Se vocês sumirem não vou nem me preocupar de ir atrás - digo.

- Nem precisa mesmo... - Macarena responde ao terminar o beijo.

- Pode deixar que dá Rúbia eu cuido muito bem - Zulema diz segurando a cintura da outra.

- Tá, só espero que deixem pra se comer mais tarde, será que podemos curtir junto ? Não tô afim de ficar aqui largada sozinha - Digo com expressão séria.

- Que isso Dulce, você já conhece o Crsitopher, é só ficarem juntos - Imediatamente olho para ele, que se aproximava de todas nós com uma lata de cerveja em mãos.

- Falando de mim ?

- Coçou a orelha foi ? - Macarena caçoa - ou é só o seu jeito convencido te deixando informado mesmo ?

- Não seja assim, hun ? Porque não vamos dar um mergulho naquela água delicioso em ? - Zulema corta o assunto entre ambos.

- Eu topo...

As duas saem em direção a água, fico as observando com um sorriso raivoso no rosto. Onde eu vim me meter que as pessoas que deveriam me fazer companhia me abandonam com um embuste ao lado ?

- Quer algo para beber ? - Escutar sua voz direcionada a mim me faz sentir algo estranho.

- Claro, pelo jeito só a bebida para me fazer não querer mata-las.

- E porque iria querer fazer isso com elas ?

- Não está óbvio - digo olhando ao redor e depois para ele. Ele apenas concorda com a cabeça e da um sorriso fraco enquanto termina de beber sua cerveja.

- Vem, vamos a procura de algo forte para beber.

Caminho seguindo o mesmo, eu não sabia o porquê estavamos tão calmos e amigáveis um com o outro. Talvez fosse uma trégua, depois de tantas complicações entre nós dois. Ao sentarmos nas únicas bancadas livres, pedimos qualquer bebida que fosse forte e começamos a beber.

- Como andam seus negócios ? - pergunto.

- Muito bem, Alfonso e eu pensamos em abrir mais uma filial - Acabo sorrindo com a notícia, eles estavam crescendo rápido.

- Que ótima notícia. - Digo após beber.

Seus olhos estavam sobre mim e eu pudia sentir até mesmo quando não olhava para os mesmos. Sem olhar para ele, pergunto.

- O que quer saber Cristopher ?

- Como ? - Questiona confuso.

- Está me olhando de mais, eu sinto isso...quer me perguntar algo - me viro em sua direção ainda sentada - então, pergunte. Ele parece pensar por um longo tempo, da um sorriso e nega com a cabeça como se repreendesse a si mesmo. Da mais um gole matando assim sua bebida e pedindo outra pra o barman.

- Sabe, eu gostaria muito de saber algo mesmo.

- Então, faça a pergunta que tanto deseja.

- Cadê o seu namorado, não que eu esteja Interessado, mais sabe, pensei que a está altura já estivessem noivos.

Acabo rindo sem muita vontade. Bebo um grande gole terminando minha bebida. Respiro fundo, abaixo minha cabeça e penso se deveria prosseguir com está conversa. Então levantando a cabeça prendo seu olhar ao meu.

- E estou...

Sua feição ligeiramente muda. Não consigo explicar o que havia em sua face, mais era intenso. Logo ele muda comigo.

- Nossa, pensei que tivesse gostos melhores para homens. Sabe sempre pensei que você ficaria sozinha, mais fico feliz de saber que o problema nunca esteve em você em si...

Ele simplesmente se levanta me deixando ali sem entender nada. Que porra deu nele ? Ele perguntou, eu respondi. Após tanto tempo, depois de tantas intrigas e confusões entre nós, pensei que Crsitopher havia superado tudo, que havia partido para outra. Mas me enganei. Eu havia escutado sobre sua fama de ter se transformado em uma Zé baladeiro, playbyzinho mimado e tudo mais. Porem ao velo ali diante dos meus olhos, não pude constatar nada. Ele continuava tão lindo quanto sempre foi.

Mais me enganei, e assim que jogou essas palavras na minha cara, pude ver o que ele havia se tornado assim, que o vi partir para a parte onde as pessoas dançavam, apenas de roupas de banho, ele se misturou e começou a agarrar não uma, nem duas, mais várias garotas, assim que terminava de beijar uma já partia para a próxima. Logo ele sumia e depois de longos minutos voltava, com a camisa aberta. Crsitopher havia se transformado em uma versão masculina de mim. E isso me doeu, me dou porque eu sabia que o motivo era eu.

Com raiva dele por ter se tornado aquilo, e por raiva de mim de ter permitido, me levantei, e fui a passos apressados para meu quarto de hotel, me deitei e fiquei lá quieta, apenas digerindo toda a minha vivência durante aquele pouco período de tempo com ele. Ou melhor, com sua nova versão.

Na manhã seguinte iríamos embora, e tudo o que eu desejava era sumir dali, eu não deveria ter vindo a este lugar, deveria ter continuado distânte. Não vê-lo durante tanto tempo havia me deixado ciente de que tudo que aconteceu foi o melhor agora nós, mas ao vê-lo ali, meu coração me dizia que eu precisava troca-lo, precisava demostrar alguma. Mas falhei. E sinto que havia perdido todo e qualquer sentimento que ele havia por mim.

Eu nunca menti para ele. Mas porque sua raiva ? Será que o motivo era meu casório com Paco ? Depois de tanto tempo com o mesmo, pensei que já havia chegado a hora de desistir da vida de balada, da vida de orgias, e confesso que depois da partida de Cristopher, desisti de viver assim... Eu só queria uma vida, sem decepção, sem traição, sem nada. E Paco havia me proporcionado um relacionamento mais próximo do saúdavel possível. Então porque não ?
Porque não dar uma chance a ele.

Porque não ter dado uma ao Crsitopher ? Era isso que o doida tanto, mas se ele soubesse que o meu desejo era ele, se soubesse que tudo o que eu queria era que nossa história tivesse sido diferente, e que pudéssemos ter nos conhecido antes de ele ter se envolvido com minha prima. Porque tudo não podia ser diferente entre nós ? Porque eu tinha que ser uma megera, egoísta, e arrogante com ele ?

Chorando eu dormi, porque no fundo sabia ter perdido o que mais amava.