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Cristopher

Eu estava uma pilha de nervosos, depois de sábado minha mente não parava de viajar nas lembranças e nas nossas falas trocadas. Como ela podia ser tão difícil ? E como eu podia ser tão cachorro dela ? É claro que eu errei ao falar para poncho que ela era apenas coisa de momento, como se tudo o que vivenciamos fosse apenas aventura e diversão sem sentimentos, mais é tão claro como o dia que eu menti. Bom, pelo menos respondo por mim, que não é de hoje que eu venho gostado dela.

Pensei em voltar lá de novo no dia seguinte, mais fiquei sabendo que ela havia viajado. Meu sangue fervia só de pensar nela, e o quão maluca ela pareceu naquela noite, primeiro me maltratava e me mandava ir, depois transou comigo como se eu fosse um objeto de prazer, e logo após me descartou como o objeto que eu fui. Com toda certeza ela estava com muita raiva, ao ponto de perder seu controle.

Eu estava fodido !

Sem contar que Renata já estava me evitando a alguns dias. Todas as vezes que eu tentava me aproximar dela para marcarmos de fazer algo, ela simplesmente dizia que não podia. Isso já estava me irritando também.

Era terça feira de noite, e eu estava com muita vontade de desistressar. Renata como sempre havia me deixado na mão mais um dia, e como se não bastasse nem adiantaria mandar mensagem para a esquentadinha da Maria. Pois a mesma não havia chegado de viajem, e eu duvidava que ela quisesse me ver pintado de ouro ou ligando para ela tão cedo. Foi então que resolvi sair sozinho. Depois do trabalho, peguei a chaves do meu carro e sai sem rumo. Fui então até uma casa de encontros onde eu já havia frequentado uma ou duas vezes.

Entrei e me sentei no balcão, pedi uma tequila.

- Essa vai em sua homenagem cretina ! - sussurrei para mim mesmo. Mas parece que eu havia chamado a atenção do barman.

- Noite difícil ? - Perguntou ele enquanto mexia com suas coisas.

- Noite horrível. - disse tomando mais um gole.

- Tenho 99% de certeza que isso tudo se deu por causa de uma mulher.

- É.. a velha história de sempre amigo - digo sorrindo torto.

- Mulheres são assim.. difíceis mesmo. Por acaso é sua namorada quem tem te dado tanta dor de cabeça ?

- Nem sei quem tem me dado mais. Se é minha namorada que tá sempre me esquivando, ou se é a minha amante que não sabe se que ter algo sério ou não comigo... - Peço mais uma dose e ele enche meu copo.

- É.. isso sim é um nó difícil de desfazer. Mais se quiser posso te dar três conselhos gratuitos que todo barman como eu aprende trabalhando assim. - Olhei para ele curioso. Só conseguia imaginar como um homem que aparentava ser mais jovem do que eu, poderia dar três conselhos para mim que era pra lá de experimente nessa vida.

- Não sei se consiga me ajudar muito..

- Não custa escutar - Disse e eu tive que concordar.

- Está bem.. então diga por favor.

- Primeiro conselho... Em um relacionamento tudo acontece, ele é cheio de fases, mais quando vc sente que já perdeu a conexão com aquela pessoa, significa que não tá mais dando certo, e que chegou a hora da decisão final. Ou vocês lutam pelo seu relacionamento, ou vocês param e segue seus caminhos. Segundo conselho... Como já dizia Johnny Depp, se você tem dois amores, escolha o segundo, se o primeiro fosse seu amor de verdade vc não teria uma segunda opção. E o terceiro e último é... você está vivo, e tudo é possível para os vivos, até mesmo um recomeço. Então nunca se esqueça disso. Se aquela mulher te quer então lite por ela, mais se ela não quiser vc, não se esqueça que recomeços existem.

Quando ele terminou, eu já estava pensando na minha mente o que fazer. Eu precisava organizar as coisas.

- Obrigado pelos conselhos. Prometo não me esquecer.

Ele apenas piscou para mim e se virou para atender outras pessoas ali. Terminei de beber e me levantei. Estava disposto a fazer o que tinha em mente. Caminhei decidido, até que trombei em alguém.

- Hey olha por onde anda cara - um homem mais velho do que eu e mais baixo também disse enquanto erguia sua cabeça para falar comigo. Rapidamente me propus a ajudar quem quer que eu tenha derrubado.

- Desculpa.. eu não te vi.

Falei ajudando a levantar a mulher, e quando seu rosto assustado olhou para mim, e seu olhar penetrou o meu, a confusão se instalou ali.

- Renata ? Mais... O que vc tá fazendo aqui...

- Amor eu...

Por um breve tempo eu tentei raciocinar e foi então que tudo fez sentido, no momento em que varri com o olhar o seu corpo, suas roupas, maquiagem, então eu olhei para o homem do lado, e o asco me invadiu. Não podia estar vendo aquilo.

- Eu não acredito no que estou vendo... você..

- Cristopher, amor não é... Não é o que está pensando.

- Claro que é...

- Ei, se for possível da para liberar a moça, eu tô pagando por ela, se quiser uma para você arranje.

Eu trinquei meus dentes de raiva. Olhei de um para outro com os olhos fulminantes.

- Eu não pensei que vc seria capaz disso Renata. Vc é uma acompanhante ? Uma prostituta ? E tentou me enganar a quanto tempo porra ?

- Eu juro que ia contar..

- Aaah sério ? Mais só estava pensando né... Olha.. quer saber, já não é mais problema meu se vc esconde ou não algo. A partir de hoje - me aproximou dela - está tudo acabado entre nós.

- Não.. Ucker, por favor me escuta...

- Adeus Renata, passar bem.. e longe de mim.

Eu não estava com tempo para finais emotivos, eu estava com raiva, mais agora eu não teria mais que ter duas opções na minha vida.
Eu nem sei porque eu ainda tentava manter Renata em minha vida, mas foi realmente bom ver a verdade diante dos meu olhos.

Sai daquele lugar as pressas, indo para casa. O ódio me roía por dentro. Peguei uma garrafa de bebida e fui em direção a sacada do quarto. Peguei meu celular e resolvi mandar mensagem.
Assim que abri o aplicativo de conversa, sua foto brilhou em meus olhos.

- Dulce , por favor me responde. Preciso conversar com vc.

Eu esperei sua resposta, mais a mesma não veio.

- Eu preciso que vc me escute só um minuto, por favor.

Eu tentava mesmo sabendo que seria em vão.

- Dul, me perdoa meu amor.
- me responde.

E foi assim a noite toda, já passava das duas da manhã quando resolvi ligar. O celular dela tocou, 1..2..3... Vezes e nada. Será que ela havia saído ? Será que não levou seu celular ? Ou será que não atende porque não quer ?

Várias perguntas rodavam a minha mente. Então decidi desistir, pois a exaustão estava me matando. Adormeci na beira da cama, esperando sua resposta.

P.s o perigo tem nome Onde histórias criam vida. Descubra agora