Dulce
Por que ele tinha que... Abri a boca ?
Tava tudo perfeito de mais...
Eu sentia os olhos arderem, e as lágrimas quererem sair. Como uma criança que perde seu brinquedo favorito, eu sentia ter perdido o meu. Ucker se tornou, em muito pouco tempo, algo maior do que eu esperava.Chego na mansão disposta a fazer minha malas e partir hoje mesmo para a Grécia. Passo como um tornado dentro de casa, esperando que todos estejam ocupados de mais para me notar. Mais acho que não consegui ser silenciosa, pois em questão de segundos, escuto a voz de Cristian na porta de meu quarto.
- O que está fazendo em casa a essa hora ? - pergunta desconfiado. Não o olho, apenas caminho em direção ao closet pegando minhas malas.
- Vou viajar para a Grécia. - digo simples e o vejo caminhar pelo quarto.
- O que ? De novo ?
- Sim...
- E porquanto tempo planeja ficar dessa vez ? - cruza os braços e para no meio do caminho.
- Três semanas.
- Dulce... Da pra olhar para mim ? - fala e eu continuo com minha agitação. - Dulce María ! - Vem até mim e me segura pelos braços. - olha para mim... O que aconteceu ?
- Nada... Não aconteceu nada - falo simples, tentando não transmitir a decepção em minha voz.
- Eu te conheço - me solta - o bastante pra saber que não está ... Tudo indica que não - diz sorrindo supersticioso.
- Tudo o que ?
- Primeiro, vc nunca faz suas malas, sempre pede para alguém fazer por vc. As empregadas já estão acostumadas e sabem de cor suas roupas preferidas. - falo e eu nego com a cabeça.
- E o que tem eu querer fazer dessa vez ?
- E segundo.. vc nunca me responde de forma seca, e direta, se não está querendo esconder algo. - Isso eu não pude retrucar, eu amava conversar com ele. Reviro os olhos e suspiro. - Vc pode até querer enganar os outros homens sobre o que sente María, mas não eu ! - Diz e faz um carinho em minha cabeça. Eu apenas o abraço. - e agora, vai me contar o que aconteceu ?
- Só se me fizer mais carinho - digo e ele ri.
Depois de dez minutos deitada na minha cama com a cabeça no colo de Cristian, contando sobre tudo o que aconteceu, eu só podia esperar uma ajuda.
- Dul.. porque não aceitou ? - ele me vê revirar os olhos e suspira - olha... Vc já não fez o homem trair a namorada dele ?
- Hey.. eu não o forcei a nada... E outra ela traia ele com o Alex a tempos - me levanto e falo expressando com minhas mãos.
- Mas vc também não fez muita coisa pra se afastar... Te conheço bem.. - diz e eu dou de ombros. - Ele acabou na pior sabia ?
- Aaah claro .. me diz como ? Eu não o deixei depois dele largar a namorada.
- Ah não ? Dul não tem um mês que ele separou, e ta na cara que ele gosta de vc... Porra mulher ele te pediu em namoro não em casamento vitalício !
- Eu sei .. acha que não tô mal por isso... Só que.. as coisas desandaram de mais Cris... Aconteceu rápido, eu gosto dele, mais também gosto de liberdade.
- Bom . Agora vc tem sua liberdade completa, só quero saber quanto tempo vai durar até vc perceber que gosta dele mesmo, a ponto de não querer mais essa " Liberdade " toda aí.
Fico em silêncio.
- Agora vou te deixar arrumar suas malas, deveria deixar a Joana e a Maria fazer isso. E ir passar um tempinho com papai e mamãe.
- Onde ele estão ?
- Área de lazer, devem estar jogando tênis. Porque não desce e depois pensa nessa viajem longa sua.
Não demorou muito e eu já me encontrava jogando tênis com meus país. Eles eram um espelho imenso para mim. Era um tipo de casal, ao qual eu sempre quis copiar. Tinham suas liberdades ao mesmo tempo que não. A liberdade de ambos eram um ao outro. E isso me intrigava. Porque eu tinha tanto medo de me relacionar eu não sei. Mas era como um risco de vida.
Já me relacionei, porém eu era muito jovem, e as decepções colecionadas, me tornaram assim. Com medo de viver algo intenso.Porque se tem algo que Cristopher me fazia sentir, era intensidade de todas as formas. Não só na cama, mais fora dela também.
Ao final da partida, nos sentamos em uma mesa na parte coberta e bebemos água.- Ninguém te supera mesmo papai - digo sorrindo pra ele, com a garrafa em mãos.
- Vc também não está nada mal. Se quiser podemos treinar essa semana, daqui um mês vai ter um campeonato de tênis em família e eu adoraria que vc participasse.. como nos velhos tempos - diz sorridente.
- Desculpa.. mais não vai dar pra treinar, posso até estar aqui para assistir ao jogo, mas ...
- Porque não ? - pergunta desapontado.
- Vou voltar a Grécia...
- Quando ? E porque só estou sabendo agora ?
- Filha, por favor .. - mamãe clamou também triste.
- Vou está noite, só volto daqui três semanas... É uma viajem que tenho que fazer, decidi ontem a noite em uma reunião.
- Trabalho... Mais trabalho Dulce... Quando é que vamos te ver com uma família formada menina ? - Mamãe pergunta nervosa..
- Mama... Sabes que não quero uma família agora !
- Porque não ? Porque nem namorado vc tem ? Filha perdoa nos por termos te ensinado coisas depravadas... Mas não sabíamos que isso lhe tornaria um vício a ponto de não querer uma família normal..
- Mãe já chega ! - falo alterada.
- Dulce María ! - Meu pai grita e eu me calo, e olho pra ele assustada. - Sua mãe está certa.. e eu espero que não tenha se tornado um vício para vc essa vida que levamos ! Nós decidimos não fazer mais isso.. pois percebemos que um ao outro já nos basta. Vc ainda vai encontrar alguém que também vai lhe bastar. Se tens que ir.. então vá... Somos tua família, queremos o teu bem..
Lágrimas rolaram de meus olhos.
- Me desculpa... Eu . Só me desculpa, eu prometo voltar em breve.
Digo abraçando eles. Depois de passar a tarde e me despedir de todos. Ligo para Anahí e me despeço da mesma.
Até pra Maite liguei. Já era hora de minha partida, e meus pais me levaram até o aeroporto. Já dentro do avião, eu desejei de todo o coração, que coisas boas me acontessecem... E não somente a mim.. mais também a Cristopher.

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P.s o perigo tem nome
Fanfictionacredite ou não, o perigo tem nome, sobre nome, e uma personalidade incrívelmente cretina.