13. secret love song

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Louis Tomlinson.

Harry está desfalecendo no banco do carona do meu carro. Tento não surtar. Respiro fundo e dou uns tapinhas no rosto dele.

É meados de abril, e por mais que esteja fresco e agradável, os lábios de Harry tremem como se estivéssemos no inverno.

ㅡ Harry...ㅡ Eu tento manter a calma enquanto olho para a estrada. Tudo que eu não preciso agora é nos causar um acidente. ㅡ Você precisa ficar comigo, ok? Aguente firme.

Viro a cabeça e vejo que ele está me olhando com os olhos verdes assustados e arregalados. A tonalidade dos seus olhos verdes se torna escura devido ao pânico que eu sei que ele sente. Levo meus dedos até o pulso dele e percebo o quanto seu batimento cardíaco está acelerado. Quando começo a afastar a mão, ele a segura firme, como se me implorasse por ajuda.

Sinto meu coração doer, e entrelaço os nossos dedos.

ㅡ Estamos chegando Harry. ㅡ Eu sussurro. ㅡ Aguente firme, você e o pacotinho.

Ele não diz nada, apenas pressiona os nossos dedos entrelaçados sob sua barriga, e eu sinto um arrepio percorrer toda a minha espinha. Faço um carinho com meu polegar lançando a ele um sorriso complacente, e por mais que ele esteja gemendo de dor, ele sorri de volta.

Daria tudo para ter esse sorriso.

Não dessa maneira, não assim, não agora.

Mas daria tudo por esse sorriso...

Não consigo evitar pensar em como me senti naquela noite. Ele estava tão lindo na pista, dançando como se aquele fosse o seu lugar. Não consegui tirar os olhos dele, alguma força magnética me impedia de desviar o olhar daquela figura de olhos fechados se embalando para o mundo como se aquela fosse sua última dança. Fiquei tão hipnotizado que ele percebeu o meu olhar, e se assustou.

Quando ele me beijou, naquela mesma pista, com os lábios trêmulos, eu senti algo dentro de mim explodir. Eu nunca acreditei em paixão à primeira vista, até ver Harry. Seus lábios cheios, com gosto de cereja e coca... Suas mãos passeando pelo meu cabelo, seu corpo se conectando ao meu. A voz rouca e insegura, os olhos verdes cintilantes, a mecha de cabelo que insistia em cair de sua testa. Harry era encantador, e eu quis mergulhar naquele encanto.

Quando ele me confirmou ser o Harry que escrevia a coluna me toque com palavras, senti uma admiração tão grande que transcendeu as minhas emoções. Senti vontade de gritar para ele que eu era o seu maior fã, e que foram suas palavras, em uma revista na sala de espera, que me acalentaram quando meu pai se foi naquela noite fria.

Lembro-me com a exatidão das palavras de Harry aquele dia, que estavam escritas em forma de poema:

O tempo nos causa ganhos,
Nos causa danos..
É o início, meio e final,
O tempo nos torna sentimental.

Talvez é pelo tempo que sofremos.
Pelo o que sentimos e o que vivemos.
Nada havia mudado, eu não havia mudado
E mesmo assim nada mais seria igual.

Talvez chegue o dia,
Mais breve que eu imagine
Que você não estará
Posso pedir-lo pra ficar?

Todas as chances foram lançadas.
Um número maior que o infinito
Grande, exato e bonito.
Como juntar dois e dois.

Foi especial, sagrado como um manto,
Houve riso, houve pranto,
Maior que tudo, houve verdade,
E saudade em algum canto.

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