18. the best i ever had

22K 2.9K 4.5K
                                    

Vejo minha figura ser refletida no espelho do banheiro após jogar água em meu rosto e em minha nuca repetidas vezes. Eu não sei o que está acontecendo comigo. Não sei o poder que Louis tem sob meu corpo. Não entendo como não consigo me controlar quando estou perto dele.

Eu o quero tanto...mas, ao mesmo tempo, sei que é um caminho sem volta. Eu não vou querer me desgrudar daquele homem, caso eu me permita me entregar a ele, e consequentemente terei que contar mais cedo ou mais tarde que ele é pai do meu filho.

Só de pensar nessa possibilidade sinto uma sensação gélida percorrer minha espinha.

Jogo água mais uma vez em meu rosto e suspiro alto.

Queria que Louis fosse um filho da puta, daqueles que simplesmente não se importam e somem da nossa vida num piscar de olhos. Assim seria bem mais fácil seguir adiante, mas ele dificulta tanto as coisas, e tudo que consegue ser é um filho da puta de um gostoso.

E bom… Louis é bom! Tirando todos os seus artefatos físicos, que são infinitos, ele ainda possui um coração lindo. Não sei se outra pessoa faria o que ele fez por mim ao me levar ao hospital. Ele fez questão de assistir ao parto e sua mão não abandonou a minha nem por um minuto sequer. Imagino que outra pessoa apenas ligaria para ambulância, isso, na melhor das hipóteses.

Mas ele, não.

Se ele ao menos soubesse o quanto ele me ajudou, o quanto espantou meus medos e me tranquilizou naquele momento...

Às vezes sinto que estamos ligados de alguma forma, como se o destino fizesse questão de nos aproximar. Sem contar que ele me realizou como homem, tornou real o meu maior sonho, e meu deu o melhor presente do mundo.

Me viro para pegar o papel toalha para secar meu rosto que está levemente vermelho, e ouço a porta do banheiro se abrir. Por mais que eu não olhe, eu sei que é ele. E no fundo, espero muito que seja ele.

ㅡ Oh! ㅡ Ele diz em um tom cínico se aproximando da pia de granito. ㅡ Você tá aí.

Ele umedece os lábios com a ponta da língua e dá um sorriso de lado.

ㅡ Claro que eu estou. ㅡ Tento não transparecer pela voz o meu nervosismo. ㅡ Se eu me lembro bem, eu disse: estou indo ao banheiro. E pelo que eu saiba só tem um banheiro masculino aqui.

Louis solta uma gargalhada gostosa, e eu tenho vontade de me afogar na pia. Ele para de gargalhar então me olha com os olhos azuis fervendo em desejo.

ㅡ Pensou na minha proposta?

ㅡ Que proposta? ㅡ Retruco com os olhos fixos nos dele.

ㅡ A de te pagar um drink! ㅡ Ele diz sorrindo de lado.

Que Deus me dê forças, porque só com esse sorriso já sinto todas as minhas guardas baixarem. Mas tento permanecer impermeável.

ㅡ A última vez que você veio com esse mesmo papinho, com seu arsenal de cantadas baratas e seu charme irresistível, você não me pagou uma bebida. Apenas me ofereceu, mas nunca me pagou uma de fato. ㅡ Respondo um tanto ríspido, e seu rosto se enrijece. Se ele quer um jogo, que ele saiba logo que eu também sei jogar.

ㅡ Realmente, não paguei. ㅡ Sua expressão não muda, a não ser por um músculo se contraindo levemente no canto da boca. Sei que ele quer dar um sorriso, mas resiste. ㅡ Mas, pelo o que me lembro, foi porque você não resistiu a mim, me agarrou na pista e praticamente me arrastou para o seu apartamento.

Ele arqueia uma sobrancelha, pressionando os lábios e eu estreito os olhos. Sinto minha boca tremer.

ㅡ Eu não te arrastei para o meu apartamento. ㅡ Digo irritado.

ACURAROnde histórias criam vida. Descubra agora