5. anchor

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Louis não é um bom companheiro para assistir filmes. Ele sempre diz o que irá acontecer antes da cena rodar.

Decidimos assistir "Me chame pelo seu nome", e antes que o filme chegasse ao fim, eu já sabia como terminaria.

ㅡ Esse filme merecia um Oscar só por essa cena. ㅡ Louis comenta com seus olhos presos a minha tv. ㅡ Esse diálogo deveria ser mais valorizado.

Estávamos assistindo a cena do Hélio com seu pai. Ao analisar a cena, eu concordei.

Passamos a vida nos prendendo a algo que poderia ter acontecido, sem ser de fato, porque estamos presos pensando no que pode dar errado.

Se eu fosse pensar no que passei, eu ficaria pesaroso pelo meu próximo amor. Ele não terá culpa dos amores que eu vivi, mas terá que aceitar as consequências da vida que tive sem ele.

Não deveríamos depositar em um outro alguém as decepções que depositaram em nós. Deveríamos estar limpos e abertos para um novo amor, como uma roupa novinha em folha... uma pena que eu seja calejado e talvez, jamais volte a me recompor como deveria.

ㅡ As pessoas são quebradas, Louis. Quando nos relacionamos com alguém assim, deveríamos aceitá-los, e não tentar consertar o que um dia foi quebrado.

ㅡ Concordo que nem tudo se conserta. Mas com um pouco de carinho a maioria das coisas se remenda.

ㅡ Remendar? ㅡ Pergunto um tanto confuso, e assisto os olhos de Louis se virarem para mim.

ㅡ Veja bem, Harry. ㅡ Ele diz. ㅡ Quando uma pessoa perde um dedo e é necessário voltar com ele para o lugar, o dedo jamais será o mesmo. O trabalho poderá ser feito pelo melhor cirurgião plástico, e nem assim voltará a ser o mesmo. Mas não deixa de ser um dedo. Ele está ali, no lugar, fazendo sua função. Ele não deixou de ser um dedo, por não ser o mesmo dedo. As cicatrizes são apenas bagagens que carregamos. Entende?

Louis estava usando uma metáfora para me dizer que independente do que sofremos, ainda somos nós mesmos. Talvez não os mesmos que sempre fomos, mas ainda somos nós.

Concordo com a cabeça, e o puxo para um beijo. Não consigo me conter, preciso beijar esse homem.

Ele me puxa para o seu colo, e prende meus cabelos nos dedos. Seus braços em torno da minha cintura me trazem para mais perto do seu corpo.

Louis tem cheiro de sândalo com um toque de encanto. Fico inebriado. Ele pausa o beijo e me olha por um instante. Seus dedos hesitantes vão para a borda da minha camisa. Ele está me pedindo permissão para tirá-la.

ㅡ Tire. ㅡ Sussurro.

Posso sentir suas digitais subirem a lateral do meu corpo, queimando minha pele como fogo em brasa. Seus olhos não abandonam os meus, nem quando minha camisa passa pelo meu rosto. Ele me devora com o olhar, e eu não consigo desviar. Sua boca encontra com a minha, dessa vez em um beijo desesperado, como se ele estivesse planejando fazer isso durante toda a noite. Meu corpo cede, e eu amoleço em seus braços. Sou um fantoche pronto para ser manipulado.

Fico intimidado como um rapaz de 22 anos consegue ter efeitos tão drásticos em mim. Nesse momento, eu sou uma presa, e ele, o arqueiro.

Seus beijos descem pelo meu pescoço, e suas mãos espalmam minha bunda. Eu me movo, para frente e para trás e consigo perceber o quão duro ele está. Tenho urgência, e tiro a camisa dele em um piscar de olhos. Suas mãos viajam para minhas costas e me arranham devagar. Arfo em sua boca, não consigo me controlar.

ㅡ Harry... ㅡ ele sussurra meu nome arrastado e é como um inflame em um corpo prestes a entrar em combustão.

Me levanto apenas para tirar minha calça e minha cueca. Fico completamente exposto em sua frente. Nu. Corpo e alma. Sinto meu rosto queimar de vergonha, mas não me tampo. Ele me observa piscando os olhos lentamente, e em seguida me cede um sorriso carinhoso.

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