32. welcome, sunshine

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Louis Tomlinson.

Eu não sei mais o que fazer.

Harry não fala comigo há dois dias.

Tudo isso porque eu o procurei para fazermos amor e ele me disse que não queria porque estava uma jamanta. Eu ri, e recebi uma travesseirada na cara.

Eu tentei me redimir e foi pior ainda. Disse a ele que o queria mesmo assim, e ele ficou com raiva dizendo que eu tinha confirmado que ele estava parecendo mesmo uma jamanta.

Sei que seus hormônios estão à flor da pele, mas estou com saudades dele. Estou com saudade do toque, do beijo, do cheiro… mas desde segunda-feira tenho dormido no sofá para não estressá-lo ainda mais.

Os últimos meses têm sido difíceis. Os enjôos pararam com quatro meses, mas a fúria permaneceu com tudo...e agora entrando no oitavo mês tudo está ainda pior.

Tenho me desdobrado para ficar mais em casa, para não deixá-lo sobrecarregado, ainda mais agora que Kalel começou a andar pelo apartamento. Ele tira todas as vasilhas do armário, coloca tudo na boca, e faz pirraça quando não demos a ele o que ele quer.

Tenho medo de que Harry perca a paciência com ele, mas por incrível que pareça, isso não acontece… acho que o problema na verdade sou eu.

Chego em casa cansado ao anoitecer mas deixo o cansaço para outra hora. Abro a porta e coloco minha pasta na mesa. Harry está sentado com Kalel no sofá, e nem me olha nos olhos.

Pego meu filho no colo e o giro no ar, o beijando na bochecha em seguida.

ㅡ Oi pacotinho do papai. ㅡ Eu digo e vejo ele resmungar. ㅡ Aprontou muito hoje?

Ele solta uma gargalhada enquanto faço cócegas em sua barriguinha, mas Harry permanece com os olhos fixos na tv. Me abaixo cuidadosamente e dou um beijo em sua barriga, para então beijar sua têmpora, mas ele não move um músculo sequer.

Engulo em seco e vou até a cozinha. Coloco Kalel na cadeirinha e busco as frutinhas dele na geladeira. Preparo o seu pratinho e deixo que ele coma sozinho, já que agora ele cismou que é independente.

Sinto meu coração estremecer. Harry está distante e eu não aguento mais essa situação. Seu estresse e sua falta de paciência estavam suportáveis até o quinto mês, porém de três meses para cá tem se tornado um empecilho para nossa relação. Tudo é motivo para ele fechar a cara, me dar patadas, não me olhar nos olhos, me afastar. Solto um suspiro alto e caminho até a sala.

ㅡ Nós vamos ficar desse jeito, Harry? ㅡ Eu digo baixo o olhando, mas seu olhar não desvia da tv. Espero uma resposta que não vem, então insisto.  ㅡ Porra, o que eu te fiz?

ㅡ Que tal me chamar de jamanta? ㅡ Ele finalmente me olha com as sobrancelhas franzidas.

Sinto meu sangue ferver porque na hora foi engraçado, mas não é mais. Eu nunca ofendi Harry e preferia perder a voz do que fazer isso.

ㅡ Eu não te chamei de jamanta. ㅡ Digo com a voz séria e rígida e ele bufa.

ㅡ Mas você insinuou.

ㅡ Eu não insinuei nada. Eu disse que eu te queria, de qualquer forma. Gordo, magro, grávido, ou não. ㅡ Minha voz se eleva, mas eu abaixo o tom na mesma hora. ㅡ  Eu não me importo com as mudanças do seu corpo, pelo contrário, acho cada uma delas perfeita. Eu amo você independente de como esteja.

ㅡ Louis, eu não estou com paciência para discutir hoje. ㅡ Ele desvia os olhos verdes e solta um suspiro exasperado.

ㅡ Você nunca está, Harry. E esse é o problema. ㅡ Eu me aproximo dele. ㅡ Porra… tudo que eu fiz foi cuidar e mimar você durante toda a gravidez, e você só tem me maltratado e descontado as coisas em mim. Eu não sou seu saco de pancadas e muito menos adivinho. Se eu fiz algo que você não gostou, me fale… eu mudo, eu me redimo, eu me desculpo…mas conversa comigo.

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