capítulo 20 - "Que bom que você está viva!"

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O pânico toma conta de mim, quando uma mão forte me agarra por trás. Eu fico congelada, como um gambá assustado.

Grita, S/n, grita! Qual é? Faz alguma coisa. Não adianta se fingir de morta!

Eu me irrito com meu próprio mecanismo falho de defesa, com a minha incapacidade de fazer alguma coisa, quando a pessoa me vira, e finalmente dá para ver quem é.

- Kimimaro?
Kimimaro - S/n!

Eu solto um suspiro aliviado e começo a rir da minha própria reação, que agora parece boba e dramática.

- Minha nossa, você quase me mata de susto!
Kimimaro - Me desculpa. Não queria te assustar, S/n. Saí pra caminhar à noite e arejar a cabeça, e te vi andando sozinha. Pensei em te acompanhar até a sua casa por segurança.

Antes o Kimimaro do que um psicopata.

- Caramba, Kimimaro. Eu cheguei perto assim de gritar e criar uma cena daquelas. Imagina se alguém liga pra polícia!

Ele dá de ombros e ri do meu comentário.

Kimimaro - Eu teria que explicar tudo certinho na delegacia. Que bom que não chegou a esse ponto.
- Você devia ter gritado meu nome. Sabe, que nem uma pessoa normal.
Kimimaro - Você tá certa. Eu não pensei direito.

Enquanto nós dois caminhamos pela rua, eu me pergunto o que ele tem feito desde que nos vimos pela última vez.

Da última vez que a gente se viu, lembro que ele comprou um bar. Tipo, como se não fosse nada de mais. E eu também descobri que ele foi mentor profissional do Sasuke, então eles se conhecem muito bem.

A voz dele me tira dos meus pensamentos.

Kimimaro - Sabe... Eu ando meio preocupado com você.
- Ah, é? Por quê? - Viro meu rosto para olhar para ele.
Kimimaro - É que você parou de responder minhas mensagens no Instagram. - Ele vira o rosto para o outro lado, envergonhado.

É por isso que ele veio pro bairro? Pra tirar satisfação comigo?

- Me desculpa, Kimimaro. Não queria ignorar você. É que a minha semana foi tão corrida que eu não tive tempo pra Instagram nem pra qualquer rede social.
Kimimaro - O que aconteceu?
- Minha mãe sofreu um acidente de carro.
Kimimaro - Ah, nossa! Sinto muito. Ela está bem?
- Sim, ela teve muita sorte. Os ferimentos poderiam ter sido bem piores. Ela ainda tá no hospital, mas já melhorou bastante.
Kimimaro - Que bom ouvir isso.
- E também tem um drama rolando no escritório. É triste ver como as pessoas mudam quando passam a te ver como uma ameaça.
Kimimaro - Sinto muito que você esteja passando por isso. Mas sempre vai ter gente tentando apagar o seu brilho. Não deixa isso acontecer. Lembre que os amigos de verdade precisam te apoiar, não te arrastar pra baixo.
- Obrigada, Kimimaro. Eu precisava ouvir isso.
Kimimaro - Mas... por que estão te vendo como uma ameaça? Deve ter acontecido alguma coisa.
- Me escolheram pra participar da conferência em Nova Iorque. Sendo que outras pessoas tinham mais experiência. E parece que elas se viraram contra mim.
Kimimaro - Que ótima notícia, S/n. Você foi escolhida por algum motivo. Não escuta as fofocas, tá?

Eu olho para ele e sorrio, muito grata pelo apoio dele.

Kimimaro - Sabe... A gente devia sair e botar o papo em dia. Quer dizer, se você quiser. Sem pressão.
- Ahã, claro! A gente vai se falando... É que logo eu vou pra Nova Iorque.
Kimimaro - Sem problema. Me manda mensagem quando você voltar.

Eu concordo, mas não tenho certeza de que quero ver ele de novo. Nós continuamos andando em direção à minha casa, e eu dou umas olhadas para ele de vez em quando. A cada poste que a gente passa, a luz ilumina as qualidades dele.

𝒜𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑙𝑒𝑔𝑎𝑠 - Imagine SasukeOnde histórias criam vida. Descubra agora