Capítulo 22 - São Sinônimos

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AARON


Tinha se passado seis dias.

Seis dias que eu ficava observando o corredor esperando que ela passasse e eu sem querer aparecesse no mesmo momento. Mas isso não tinha acontecido.

Ela me empurrou

E de alguma forma eu a contornei

Era uma maldita via em nós dois nos desencontrávamos.

Eu sabia o porque dela ter feito isso, me afastar. Penélope era divertida e tinha sempre uma resposta na ponta da língua, mas toda pessoa tinha um pequeno ponto, um nó pequeno ou grande, que vivia escondido no canto. Esse nó complicado não era fácil de ser resolvido e na maioria das vezes nós simplesmente o deixamos de lado, por medo de não ser o mesmo depois de tentar desata-lo.

Eu sabia bem como era essa sensação

Sim, eu entendia seu ponto. Mas não era como se eu não quisesse ajuda-la a resolver, mesmo quando eu evitava o meu. Mas dane-se tudo isso

Esfrego os olhos cansado e fecho todas as pastas encerrando o dia de hoje, o computador faz um barulho baixinho e desliga de vez. Tiro meu jaleco e olho as últimas mensagens no celular antes de colocá-lo no bolso.

Duas pessoas me ligaram hoje para confirmar a adoção de gatinhos que eu tinha encontrado em um beco. Suspiro aliviado e deixo o celular de lado enquanto pego minhas coisas.

Danielle se despede e vai embora, fecho a porta atrás de mim e ando em direção ao carro. Leva exatos dez minutos até que eu chegue ao prédio e desça do carro parecendo que estava levando quilos de bagagem.

Minha cabeça lateja em um ponto atrás, no pescoço e eu o massageio distraidamente enquanto saio do elevador e vou em direção ao apartamento. Pego as chaves dando uma espiada na porta a frente e suspiro cansado enquanto abro a porta

E então prendo a respiração quando outra porta se abre

Me viro preparado para ver Penélope e então de novo praguejo internamente quando a vejo.

Linda

Ela estava simplesmente linda. Meus olhos seguem em linha detalhando, e quando eles chegam nos olhos brilhosos de Penélope simplesmente estanco, esperando algo. Mas então me lembro do porque ela estar vestida assim.

Bryan, aquele maldito

- Olá – eu falo depois de alguns segundos e ela tenta um sorriso

- Olá

- Você está elegante – comento e faço uma careta interna. Elegante? Que porra de elogio era aquele?

Penélope sorri e esse sorriso parece mais divertido, quase como se estivesse achando divertido.

- Obrigada – ela arregala os olhos e entra para dentro do apartamento, fico parado confuso e relaxo quando ela volta com um classificador na mão – Aqui, Logan pediu para que eu o entregasse. Tentei falar com você antes, mas você não estava

- Ah – eu falo desanimado e pego a pasta – Obrigada Penélope

- Por nada – ela responde e se vira trancando a porta. Seus movimentos é que me confirmam que ela estava tão nervosa quanto eu, e isso faz com que eu me sinta ainda mais tenso – Até mais

Ela se vira indo com passos lentos até o elevador e eu abro a boca

- Eu queria – eu falo com a voz engasgada e Penélope para oscilando sem se virar – Foi isso que me assustou, eu queria e quero muito beijar você. E tive medo de machuca-la de alguma forma. Porque não suporto a ideia de machuca-la Penélope

Sua respiração se acelera e ela inclina a cabeça antes de continuar caminhando em direção ao elevador, ela nem ao menos me olha quando aperta o botão e as portas se fecham.

Caio de encontro a parede respirando pesado e fecho os olhos

Eu a tinha magoado

Sabia disso no momento em que pedi desculpas, ela tinha me olhado ainda ofegante e seus olhos a traíram, porque tinha me olhado com decepção. E isso era bem pior do que se ela tivesse me olhado com raiva

Eu preferia a raiva dela

As bochechas vermelhas, o cabelo revolto, a respiração afogueada, o corpo estremecendo de encontro ao meu

Plim!

Olho em direção ao elevador e pela segunda vez nessa noite eu estava completamente assustado. Penélope sai pisando firme do elevador e eu saio da parede

- Você é um completo babaca – ela diz se aproximando

- E você é insuportável – rebato

- Eu odeio você Aaron Seymour

- Também odeio você Penélope Warren – minhas mãos a puxam para mim e ela cai de encontro a meu peito. Inclino minha cabeça a beijando e sorrio de encontro a sua boca quando sinto o seu gosto doce na ponta da minha língua.

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