734 horas longe de você.

1.7K 208 468
                                    





Hoje faz setecentos e quarenta e quatro horas que eu não a vejo, escuto sua voz ou ouço sobre. Sakura não me permitiu explicar, não deixou eu dizer qualquer coisa que pudesse nos ajudar a resolver, até que compreenda que eu a amo independente dos meus erros no início. Mas, quando o vídeo chegou em meu celular, eu tive uma ideia vaga sobre o que aconteceu... eu entendi melhor. Tiraram tudo do contexto e colocaram de uma forma que não adiantaria quantas vezes ela fosse ouvir o meu lado, os fatos e as supostas provas, eram melhores do que minhas palavras, porque eu imagino o que Sakura pensou, pois se eu menti uma vez, eu posso estar mentindo de novo e de novo. Eu não sei quem armou, quem foi o filho da puta que fez aquilo, o desgraçado que arruinou tudo, mas eu desconfiei de uma pessoa, e cumpri o que prometi na mesma noite.

Não foi uma decisão fácil, corri atrás dela quando me dei conta do que aconteceu, eu precisava ao menos tentar. Mas Sakura fugiu de mim, entrou no primeiro ônibus que viu e foi embora. Pensei em ir atrás dela no aeroporto, mas não tinha um endereço, então fui em cada um deles, tentando ligar para Kakashi, só que estava fora de área. Fui em cada um dos aeroportos dessa cidade, mas não encontrei nada... não achei Sakura em lugar nenhum. Me desesperei, quase agredi um policial quando mandou eu sair da área de embarque, mas a melhor opção não era ir preso e sim achar Sakura e tentar falar com ela, correr atrás disso e implorar se fosse preciso, eu me ajoelharia e tentaria de tudo para que ela tentasse entender o meu lado, eu explicaria desde o início. Eu faria de tudo...

Mas naquele momento a única coisa que eu podia fazer, era ir atrás de Sai, e eu fui, porque eu disse a ele que se ela soubesse, nós dois teríamos uma conversa, e bom, conversamos por horas. Tirei ele de casa e levei para um lugar afastado, ele falou algumas merdas sobre não ter sido responsável pelas montagens e eu não consegui acreditar. Sai, aprendeu a bater, ele me bateu, eu soquei aquele miserável por horas, quebrei o braço daquele desgracado e fui preso. Eu não sabia que tinham pessoas andando naquela área, ligaram pra polícia, Sai ficou no hospital, e eu na cadeia por ter agredido e desacordado o meu primo, mas foi puro desespero. Ligaram para a minha mãe, me lembro da nossa conversa como se tivesse sido ontem:

— O que deu em você? Onde está a sua namorada e por quecolocou o seu primo no hospital, UCHIHA SASUKE?!!

Ela estava furiosa, e eu não poderia culpá-la por isso, ou achar ruim que esteja estressada ainda que o meu desespero fosse maior. Eu fiquei preso por três dias pensando no que faria, se ligaria pra minha mãe, se ficaria lá até que me soltassem por pena, qualquer coisa, eu tava sem documento mesmo e não quis dar um nome, mas me pressionaram, e então ligaram pra ela. Mikoto ficou brava porque pensou que eu estivesse viajando e não preso, o que me preocupou, porque isso significa que Kakashi não ligou pra avisar nada...

— Eu posso ser sincero, mãe, mas você não vai gostar.

Lembro de ter dito algo assim, talvez não tenham sido essas as palavras corretas, mas foi alguma coisa parecida com isso.

— Eu já não estou gostando!! Por que você está preso, seu moleque?!

Eu merecia tudo aquilo, eu ainda mereço muito mais. Eu magoei e menti para Sakura por cinco meses, brinquei com seus sentimentos, fingi que gostava dela no início, tive várias oportunidades pra esclarecer e não fiz... porque imaginar que algo assim pudesse acontecer me assustou. Eu nunca me apaixonei por uma garota, e essa foi a primeira vez que aconteceu, e foi tão intenso que cinco meses não parecem fazer sentido, eu sinto como se tivesse sido um ano inteiro. É a primeira vez que eu sinto medo da reação dela quando chegasse o momento de nos vermos de novo, e a primeira vez que não me importei em decepcionar a minha mãe, porque a principal daquela história já havia sido magoada. Eu precisava desabafar e contar pra ela que eu fui um otário, e eu precisava fazer do jeito certo, precisaria contar desde o início:

In Your Eyes (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora