CAPÍTULO 12

879 155 6
                                    

Peter se abaixou e colou os ouvidos no chão. Um deles devia estar sobre alguma árvore. Era uma boa  estratégia, ele admitia. Ouvir corações não ajudava muito numa luta, se houvessem muitos a se enfrentar, mas contra dois, ele saberia a posição deles, não importando a distância em que estivessem. Um mínimo deslocamento de ar a direita, o fez se desviar do chute que veio, mas como sabia que o outro cairia sobre ele, Peter rolou na última hora. Tentar acertá-los seria burrice, então ele correu. Como podia ouví-los, seria fácil levá-los até o lugar onde tinha deixado a arma. Chegando onde queria, ele deu um salto, caindo e rolando sobre seu corpo, numa cambalhota, pegou a arma e atirou.
Acertou um. O outro desviou, mas era esperado. Peter se levantou em um salto e voltou a correr. Correu adentrando o bosque em sua velocidade máxima, esperando encontrar uma árvore que o ajudasse a atacar seu perseguidor. E a avistou, uma árvore baixa com um galho grosso bem ao seu alcance. Peter se lançou no galho e firmando as mãos conseguiu fazer uma volta sobre o galho caindo para trás usando seu peso e a velocidade como um projétil sobre...
Nada. Só o chão duro o recebeu. A queda fez sua coluna quase se partir em duas, mas não havia ninguém ali. Ele se levantou, apenas para cair no chão ante o peso do corpo de Vengeance que apareceu do nada sobre ele.
"Como fez isso?" Peter disse com o último sopro de ar que havia em seus pulmões. Mas seu pai não respondeu, ao invés disso, girou sobre o corpo de Peter e o imobilizou o segurando pelo pescoço.
" O que eu já falei sobre conversar quando estiver lutando?" E apertou mais o pescoço de Peter.
Peter resistiu, concentrou toda a sua força nos músculos do pescoço, e sua mão que estava livre, alcançou a cabeça de Vengeance. Enrolou seus dedos nos fartos cabelos dele e puxou.
E ficaram assim. Peter não perdeu seu tempo tentando respirar, apenas resistia ao aperto, enquanto puxava os cabelos de seu pai com muita força, afinal ele já tinha dito que os cortaria mesmo.
Vengeance começou a forçar a cabeça para trás. Peter sabia o que ele queria fazer, mas a falta de ar já estava o enfraquecendo e não foi capaz de impedir que seu pai conseguisse um mínimo de espaço entre suas cabeças, e lhe desse uma cabeçada muito forte na nuca.
Peter acabou soltando os cabelos de Vengeance e sem oferecer resistência, já que estava preso pelo pescoço, fechou os olhos, quando Vengeance forçou sua cabeça contra o chão duro.
Isso quebrou seu nariz e como já estava a muito tempo sem ar, Peter foi forçado a se render.
Vengeance o soltou e caiu para trás. Peter puxou o ar com seus pulmões doloridos. Eles ficaram um tempo calados, tentando acalmar suas respirações. A cada inspiração., Peter sentia uma fincada de dor no peito.
Até que o barulho de um tiro na perna de Peter o fez saltar e se jogar sobre Torrent.
"Viu como é gostoso, seu filho da puta!" Torrent o empurrou."Ninguém falou nada sobre armas!"
" Se não foi falado, não havia nada que impedisse de usar, Torrent." Vengeance disse se levantando.
" Você fala isso por que esse seu filhote maldito atirou em mim!" Torrent rosnou. E Vengeance começou a rir.
"E você teve sorte que acertou no quadril. E se tivesse acertado suas bolas? Não que você precise delas." Disse entre gargalhadas.
A bala tinha atravessado sua coxa, e o buraco já estava se fechando, mas doía como o inferno. Se adicionasse seus pulmões doloridos, Peter tinha de admitir que esse treinamento acabou com ele.
"Pai, você acabou comigo. Vou dormir." Disse e começou a ir na direção da casa. Cada passo fazia o ferimento na coxa queimar e latejar.
"A bala não saiu, seu desgraçado, você tem que tirar!" Torrent rosnou, ele devia estar sentindo muita dor. Ótimo!
" Vá, filhote, pode ir dormir, eu tiro a bala, Torrent. Mas arranje um jeito de ficar com a cueca. Não tô afim de ver esse seu pau."
Peter continuou andando. A dor era bem vinda, o impedia de procurar Charlotte.
Ele entrou no quarto às escuras. O barulho do coração dela indicava que ela dormia. Ele tomou um banho gelado e ante o espelho da bancada do banheiro, Peter endireitou o osso do nariz. O sangue jorrou, mas ele estava contente. Seu pai só quebrou seu nariz por que ele viu que Peter estava dando trabalho. Isso era alguma coisa.
Valiant vivia quebrando os braços e pernas dos seus filhos. Entre os Novas Espécies ter um membro quebrado por seu pai era sinal que o filho estava em vias de superar o pai. Quebrar o nariz, significava que o filhote era tão forte quanto o pai. Peter estava orgulhoso de si mesmo. Se enxugou na toalha, vestiu uma calça e subiu as escadas. Charlotte sempre deixava a porta do seu quarto aberta. Será que ela sabia que nessas duas semanas que eles já estavam ali, ele subia, entrava no seu quarto e a observava dormir todas as noites?
Ela dormia enrolada nas cobertas, seu cabelo vermelho brilhando em meio ao edredom azul. Peter se aproximou e sorveu o cheiro dela. Era bom, muito bom. Ela, porém abriu os olhos e ele percebeu atônito que ela o via, mesmo na penumbra do quarto.
" Hunter? O que está fazendo no meu quarto?" Ela se sentou na cama, a camisola transparente lhe deixando ver os mamilos rosa empinados.
" Eu pensei ter ouvido um barulho estranho e vim te checar." Era uma desculpa esfarrapada, ele sabia. Principalmente para Charlie.
Ela se recostou nos travesseiros e o olhou com desejo nos olhos, passando a língua sobre os lábios. Peter se sentiu mais sem ar do que quando seu pai o garroteou.
"Charlie. Olhar você passar a língua nos lábios desse jeito, me faz querer te beijar até amanhecer." Ele disse baixinho enquanto se sentava bem a frente dela.
" Promessas, promessas..." Ela disse com um pequeno sorriso.
Peter não se fez de rogado e colou a boca na dela com fome. Provou os lábios dela, sugando o lábio inferior o mordiscando enquanto invadia a boca dela com a língua. Ela gemeu enfiando os dedos nos cabelos dele e puxando levemente.
Peter continuou assaltando aquela boca pela qual ansiou durante tanto tempo. Era como se nunca se saciaria de provar os lábios dela. Ela tirou os dedos dos cabelos e apertou os músculos de seus ombros, descendo as mãos para seu peito. Ela apertou e cravou as unhas na lateral de seu corpo. O desejo de Peter foi às alturas. Ele soltou um rosnado, suas mãos percorrendo todo o corpo de Charlie. Não foi difícil rasgar aquela camisola de tecido fino, logo Charlie estava nua debaixo dele. Ela abriu as pernas o acomodando entre elas e Peter roçou sua ereção no meio das pernas dela.
Da boca, ele sugou o pescoço de Charlie, bem acima da sua jugular. Do pescoço, Peter desceu ao seio pequeno e durinho dela. Ele sugou o mamilo, mordeu e chupou durante uma eternidade. Peter alternou entre os seios, enquanto tocava com a mão o seio que não chupava. Charlie gemia baixinho, a voz dela o enlouquecendo.
Ele tinha que provar o gosto da buceta dela, não podia parar. Quando chegou com a boca sobre o clitóris dela, Peter invadiu a entrada dela com a língua com volúpia. Era incrível! Ela segurou sua cabeça contra sua buceta, o clitóris dela bem firme entre os lábios de Peter. Ela se movimentou procurando seu prazer, enquanto Peter a sugava, lambia e chupava. Ela soltou um último gemido e Peter introduziu um dedo dentro dela, para sentir as ondulações da musculatura interna dela enquanto o clímax a sacudia. Peter rosnou, seu pau dentro da calça, preso naquela cueca apertada, estava duro como uma rocha. Peter subiu o corpo tomou a boca de Charlie num beijo cheio de carinho, enquanto roçava o comprimento de seu pau entre as pernas dela. Não demorou muito para inundar sua cueca com a sua semente. O gozo o pegou e Peter não resistiu a uivar. Foi algo tão forte e inesperado que ele ficou ali, com o rosto enterrado no pescoço de Charlie, segurando o peso de seu corpo com os cotovelos para não esmagá-la.
"Hunter, você não..." Ele não tinha a penetrado. Nem iria se ele pudesse impedir. Havia ainda coisas para resolver antes de finalmente a possuir.
" Você toma alguma coisa para evitar uma gravidez, Charlie?" Ela arregalou os olhos. Indicava que não, ela não tomava nada.
" Eu não tinha motivo para tomar, Hunter. Amanhã eu darei um jeito nisso, tá bom?" Ela acariciou o rosto de Peter, os dedos o tocando levemente. O carinho que o toque despertava o fez fechar os olhos. Nunca se sentiu tão bem depois do sexo. Na verdade, pra ele sexo era algo tão mecânico e impessoal que agora Peter só queria abraçá-la pelo resto da madrugada. Todavia, não podia.
" Certo. Tenho que descansar. Amanhã, meu pai ficará com você de manhã e eu de tarde." O pai iria sair com Fiona de novo. De todas as mulheres da empresa, ele acabou resolvendo repetir a dose com Fiona. Isso significava que a mulher gordinha de meia idade tinha tocado o coração dele de alguma forma.
"Porque?" Ela perguntou se sentando na cama segurando o edredom acima dos seios. Peter tinha de voltar ao seu quarto, ou ia cair sobre ela de novo.
" Ele vai sair com Fiona. Seu tio irá ao médico de manhã e a tarde estará aqui. Torrent pode tomar conta da casa" Ela enrugou o nariz. Não tinha gostado de alguma coisa.
"Fiona parece apaixonada por Vengeance. Talvez fosse melhor ele se afastar." Seu pai parecia bem interessado na mulher, qual poderia ser o problema?
"Ele gosta dela também, Charlie. Sei que iremos embora, mas ela é bem madura para entender isso."
Charlotte fechou a cara. Será que estava comparando a história deles e a de seu pai com a contadora?
"Charlie, eles são adultos, não se meta, tá?"
" Claro, Hunter. Vou deixar seu pai partir o coração daquela pobre mulher e ficar calada. Não vou dizer nada!" Ela o olhou com os olhos queimando.
Se Peter tinha aprendido alguma coisa lidando com Charlotte, era que ela adorava uma boa discussão. Ele suspirou. Não a deixaria continuar com aquela briga.
"Durma, Charlie. Deixe meu pai e Fiona em paz. Amanhã a tarde talvez possamos sair, o que você acha?"
Ela suspirou. Se aconchegou na cama e fechou os olhos. Peter beijou a testa dela com carinho. Todo seu corpo ansiava para se enfiar debaixo da coberta com ela, mas precisava conversar com seu pai.
Enquanto descia as escadas, entrava no seu quarto e deitava na cama, sentiu a gargalhada subir por sua garganta e a liberou.
A cara de seu pai quando dissesse que precisava conversar com ele sobre sexo seria impagável.

HUNTEROnde histórias criam vida. Descubra agora