CAPÍTULO 42

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Peter circulou o mamilo de Charlotte com sua língua quente e Charlotte suspirou. Suas manhãs agora começavam assim, com muito prazer.
Ele desceu a boca por seu corpo e antes de beijar sua buceta, a olhou. Ela esperou um sorriso, mas como suspeitou, o sorriso não veio. Seus olhos estavam intensos, gelados. Ele a lambeu. Uma, duas, vinte vezes. Segurou suas pernas abertas e só lambeu. Não vibrou a língua, não chupou seu clitóris, só lambeu. Charlotte gritou sua frustração, puxou seus cabelos, mas nada, ele continuou com as lambidas longas. Ela fechou os olhos e os abriu quando ele num segundo entrou nela. Aí, sim!
Ele investiu dentro dela com energia. Charlotte gemia enlouquecida a cada vez que ele entrava e saía. E ficaram envolvidos naquela loucura, tomados pelas ondas de prazer até que o clímax veio. Peter soltou seu corpo sobre o dela a esmagando contra o colchão.
"Peter. Está me esmagando." Ela disse num fio de voz.
"Desculpe." Ele se suspendeu pelos ante braços. Seu pau ainda estava inchado, ele suspirou parecendo impaciente para sair de dentro dela.
E daí a alguns segundos, ele saiu. Se deitou e pôs as mãos atrás da cabeça e ficou a olhar o teto.
Charlotte se levantou e foi tomar banho. Ela tinha uma reunião importante logo de manhã, precisava se arrumar.
Quando saiu do banheiro, Peter não estava no quarto. Ela sabia o que ele deveria estar fazendo. Trabalhando.
Eles estabeleceram uma rotina já na primeira semana deles morando juntos.
Faziam amor de manhã, Charlotte ia para a fábrica, Peter trabalhava em seu laptop. Ele era formado em advocacia empresarial. Assim que chegou a Nova York e começou a oferecer seus serviços de consultoria on line, não demorou e conseguiu seus primeiros clientes. Agora ele passava seus dias trabalhando. Na hora do almoço, ela voltava para o apartamento e comiam juntos. A noite começava com eles assistindo tv enquanto jantavam e depois cama, ou seja, sexo.
Não era ruim, mas também nem passou perto da vida incrível que ela fantasiou que eles teriam quando estivessem juntos.
Ela se examinou no espelho e aprovando sua roupa e cabelo, saiu para a sala.
Peter estava no escritório do apartamento mastigando uma torrada enquanto lia algum documento no laptop.
"Tio Francis nos chamou para almoçar, eu aceitei, tudo bem?" Ela perguntou.
"Claro. Te encontro lá." Ele respondeu sem tirar os olhos do laptop.
O telefone tocou e ele atendeu. Era o sinal de que ele estava ocupado. Charlotte foi a cozinha, tomou do café que ele tinha feito e saiu do apartamento.
Lá embaixo, Joel já a aguardava. Eles combinaram de que Joel sempre a levaria onde quer que ela precisasse ir. Barnes, o segurança enorme e sério também estava no carro.
Ela tentava não sentir apreensão toda vez que saia do apartamento, mas sua captura ainda estava bem nítida em sua mente. Mas ela tinha que seguir com sua vida, ainda que sua vida estivesse sem graça e parecendo faltar alguma coisa.
E ela sabia o que estava faltando. Peter não estava feliz. Ela via isso nos olhos dele, na postura, na voz.
Ela chegou a perguntar como ele se sentia, ele disse que deveriam viver a vida e se amarem, pois ele estava determinado a fazer a vida deles dar certo.
E a cada dia que passava as palavras de Torrent pareciam fazer mais sentido para ela. Novas Espécies da segunda geração eram dependentes de seus pais. Peter ligava para Vengeance todos os dias. Eles não falavam muito, mas no único dia que Vengeance não atendeu o telefone, Peter pareceu enlouquecer.
"Bom dia, Charlotte." Fiona disse assim que ela entrou em sua sala. Charlotte se admirou de Fiona estar ali. Fiona ficou um pouco ressentida com Charlotte por ela ter se metido na relação dela com Vengeance.
"Bom dia, Fiona. Em que posso ajudar?" Ela perguntou sorrindo. Faria qualquer coisa para a amizade delas votar a ser como antes. Ela estava precisando muito de uma amiga.
"Eu queria te perguntar se você se importaria se eu conversasse com Peter sobre o pai dele." Ela estava meio corada, parecendo envergonhada.
"Claro que não, Fiona! Vamos almoçar com meu tio hoje, que tal você ir também?"
Ela a olhou surpresa. O tio era um ótimo patrão, mas muito reservado. Desde Pride, porém, o tio passou a demonstrar seu carinho mais abertamente. Como ele sempre gostou de Fiona, seria um prazer para ele se ela aceitasse.
"O senhor Delacour não vai se opor?" Ela disse olhando para os pés.
"De maneira nenhuma. Vou sair ao meio-dia. Passarei na sua sala, ok?"
Ela sorriu e acenou.
"Até logo, então." E saiu.
O que será que Fiona queria com Vengeance?  Iniciar uma amizade a distância? Charlotte torcia para que sim, afinal talvez Vengeance viesse a Nova York e isso ajudasse Charlotte e Peter a desfrutarem do fato de estarem juntos.
Quando chegou na mansão de seu tio, Peter já estava lá. Ele e o tio estavam entretidos numa conversa onde Peter contava uma das suas aventuras. Ela chegou e deu um beijo no rosto dele, mas ele pouco pareceu notar. Todavia quando Fiona disse oi, ele sorriu e a abraçou.
"Fiona! Que bom te ver! Meu pai me disse ontem, que, se eu te visse, que te desse um beijo." E lhe beijou a bochecha.
Fiona ficou tão vermelha quanto uma beterraba e sorriu sem graça.
"Convidei Fiona para almoçar conosco, tio. Não há problema, há?"
O tio sorriu e pegou as mãos de Fiona.
"Mas é claro que não! É um prazer recebê-la, minha querida. Espero que goste de carne de alce. Foram os filhotes que caçaram. A senhora Melvis faz uma carne de alce perfeita!" Ele foi falando e caminhando segurando as mãos de Fiona até que chegaram a sala de jantar.
O tio ainda estava comendo muita carne. Pride não sabia como desfazer uma das suas sugestões, ele podia tentar plantar uma sugestão contrária na mente do tio Francis, mas o risco era muito grande, então, sempre que ele começava a comer carne demais, alguém o mandava parar, com voz de comando. A senhora Melvis, Vengeance e Brass foram os que obtiveram melhor resultado.
Charlotte sorriu ao lembrar da aposta que eles fizeram. Encheram uma mesa com pratos variados de carne. O tio fazia menção de comer e alguém dizia para ele não comer. Foi muito divertido! Slade jurou que o tio não o obedeceu porque a carne de alce estava cheirando deliciosamente.
Eles se sentaram e o almoço transcorreu calmamente. Fiona falou sobre a nova aquisição da empresa de um novo galpão para ampliação da produção. A empresa ia muito bem. Peter contou ao tio sobre seu novo cliente. Charlotte estava impressionada em como ele era inteligente. A especialidade dele era analisar contratos e dizer o que poderia ser feito para que seu cliente tirasse o máximo de proveito destes contratos. Apontar fraquezas e onde haviam dubiedades nas cláusulas também fazia parte do trabalho dele. Enfim, Peter tinha ganhado muito dinheiro no pouco tempo em que eles estavam em Nova York.
"Quantos anos você tinha quando se formou, Peter?" Fiona perguntou.
Charlotte notou que ela nem tinha percebido que ele devia ter se formado bem mais novo que o normal. Ele ia completar vinte anos, nessa idade, humanos normais estavam ingressando na faculdade.
"Eu tinha quinze anos. Gabriel forjou uma identidade com minha data de nascimento alterada. Ele achou mais fácil assim. Eu também mal ia na faculdade, quase que ia apenas para fazer as provas."
Charlotte se sentiu orgulhosa dele. Peter era incrível!
"Você é muito inteligente. Todos os Novas Espécies são inteligentes assim?" Fiona perguntou.
Peter pareceu pensar antes de responder.
"Somos precoces, eu acho. Eu tive toda a estimulação intelectual que uma criança pode ter. Brinquedos, computadores, tutores. Gabriel testou meus limites tanto físicos quanto mentais. Eu não sou um gênio, meu QI ainda que maior que o normal, não é extraordinário." Ele falava daquela forma didática que o fazia parecer um clone do pai dele.
"James e Joe são os mais inteligentes entre vocês, então?" Charlotte perguntou.
"Não. Entre a segunda geração, Florest tem o maior QI. Pelo menos por enquanto. A doutora Trisha estabeleceu que o teste deve ser feito aos quatorze anos, que é quando estamos com o corpo totalmente desenvolvido. Assim, Simple e John ainda não fizeram o teste, mas provavelmente vão passar Florest."
Ele baixou os olhos e ficou em silêncio por um tempo. Fiona e Charlotte perceberam que lhe provocaram saudades dos seus amigos.
"Peter, você prefere que não falemos mais sobre os Novas Espécies?" Charlotte perguntou.
"Não, Charlie, claro que não. É que ainda tem pouco tempo, mas eu sei que todos têm curiosidade sobre nós. Eu até gosto." Ele falou educadamente, mas seus olhos estavam tristes.
"Eu gostaria que você perguntasse ao seu pai se ele estaria interessado em conversar comigo, Peter. Eu não queria perder a amizade dele. E por telefone, acho que não teria problemas. O que você acha?"
Ele sorriu seu sorriso malandro. Charlotte estava com saudade desse Peter. E triste também por ele estar sempre sério quando estava com ela.
"Ele vai adorar. Só te adianto que ele não fala muito por telefone." Eles riram.
Charlotte notou que o tio já estava em seu terceiro bife e olhou para Peter.
"Senhor Delacour, pare de comer!" Peter imitou a perfeição a voz e o timbre de Vengeance. O tio dela largou a carne de pronto.
Vendo que deveriam se levantar e sair da mesa antes que o tio voltasse a comer, eles se dirigiram a sala de estar e Mary lhes serviu café.
"Fiona, você se lembra de quando Sheyla começou a trabalhar na empresa?" Peter perguntou.
"Sim, é claro. Eu tinha acabado de ser promovida a analista de contas, Sheyla foi minha assistente."
"Como ela era?" Peter perguntou e dessa vez seus olhos estavam mais claros.
"Inteligente, desinibida, extrovertida. Sheyla trabalhava duro e me ajudava muito. Eu sinto saudade dela." Fiona suspirou.
O tio achou melhor dizer que Sheyla pediu demissão depois do episódio do ataque que sofreu de Torrent. Fiona ficou bem triste.
"Você alguma vez achou que ela era mais nova do que dizia ser?" Peter agora tinha se levantado. Ele parecia nervoso.
"Sim, mas pra mim, isso era uma coisa normal. Ela era pequena e magra, pessoas assim tendem a parecer mais novas do que são." Fiona deu de ombros.
"Peter, o que você acha que Sheyla
tem de diferente?"
Ele deu de ombros.
"Nada. Quanto mais eu souber sobre ela, melhor entendo os pressentimentos que tenho acerca dela."
Ele estava mentindo, Charlotte tinha certeza.
Qual era o mistério de Sheyla?

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